sexta-feira, 22 de agosto de 2008

Explosão de barco de transporte de combustível é tragédia anunciada há 7 anos

nAlessandra Branches
Repórter

O comandante da delegacia fluvial de Santarém, Capitão Evandro Sousa, repete a promessa de que haverá o combate ao transporte irregular de combustíveis em Santarém, sete anos depois do baco Nilmar 1 explodir com 12 tonéis de 200 litros de óleo diesel, no porto da Petroamazon, na vila Arigó. Sábado(16) ocorreu a explosão de do barco/motor Pinheiro, no porto da DER.
A Marinha promete uma minuciosa investigação deverá apurar os responsáveis pelo acidente que vitimou um adolescente de 17 anos que sofreu queimaduras de 3º grau. “É lamentável o que aconteceu. Infelizmente, a embarcação de nome B/M Pinheiro que segundo informações estava com cinco mil litros de combustível, no momento do incêndio era abastecido de cima de uma balsa, procedimento este totalmente proibido posto que provoca acúmulo de gás em volta do tanque utilizado pelo barco e qualquer faísca, até mesmo na hora de funcionar a máquina, pode gera uma explosão”, comentou Evandro.
O delegado da Marinha disse que o transporte deveria ser feito em barcos de ferro, evitando explosões de grandes proporções como essa. “Nós vamos apurar através do inquérito se ele estava em condições de fazer o transporte e o que ocasionou o incêndio. Acredito que tenha sido falha de pessoal cumulando com o fato da embarcação não ser apropriada para o transporte”, afirmou Evandro, lembrando que as embarcações que fazem linha para o interior também serão fiscalizadas.
“Os passageiros tem que denunciar. Durante os cursos que oferecemos aos comandantes de embarcações, eles são orientados quanto a esses problemas, só que eles burlam a fiscalização. A verdade é que como não há outro transporte para o produto, e os ribeirinhos precisam disso para sobreviver, eles se submetem a isso”, conta o delegado.
O Corpo de Bombeiros teve dificuldades para conter o incêndio sobe o risco de uma explosão. Uma outra embarcação foi usada para rebocar o barco até o meio do rio. A operação foi realizada para evitar que o fogo atingisse outros barcos. Segundo os Bombeiros o transporte do produto inflamável era feito de forma inadequada e em total descumprimento às normas da Agência Nacional de Petróleo, que determina que o transporte de combustível deve ser feito em balsas de ferro adaptação e que evitem esse tipo de acidente.
A Delegacia da Capitania também reforça que há necessidade de haver um porto apropriado somente para o abastecimento de combustível.
Outros acidentes:
Em 2001, o N/M Nilmar I explodiu e vitimou três pessoas quando saía do Porto da Empresa Petroamazon. A embarcação que abastecia municípios vizinhos começou a pegar fogo por volta das 18:30h quando um tripulante deu partida no motor e uma fagulha teria caído em resíduos de gasolina, ocasionando a tragédia. O navio estava carregado com 12 tonéis de 200 litros de óleo diesel. Na ocasião, a Marinha do Brasil já prometia fiscalização nas embarcações que transportavam combustíveis pela região. As vítimas não resistiram aos ferimentos e morreram. Segundo informações registradas na época, havia indícios de falha humana e negligência do proprietário da embarcação que tinha licença para transportar cargas.

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