sábado, 22 de novembro de 2008

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Manchetes da edição de sábado de O Estado do Tapajós

SANTARÉM ESTÁ NO MAPA DA DENGUE

FÉ EM MARIA FAZ CRESCER CÍRIO DA CONCEIÇÃO

TENENTE VAI RESPONDER SINDICÂNCIA POR TRILHA EM QUE ALUNOS SE PERDERAM NAS MATAS DO 8º BEC

GERENTE DO IBAMA NEGA DESVIO DE COMBUSTÍVEL E DIZ QUE ESTÁ SENDO SABOTADO

NOVOS CONSELHEIROS DO TCM PREGAM MELHORIA DE GESTÃO MUNICIPAL

ERLON ROCHA DIZ QUE DETRAN VAI EMITIR DUT EM SANTARÉM

Número de empregos na Alcoa/Juruti vai diminuir em 2009

Na fase de operação da Mina de Juruti, prevista para o segundo semestre de 2009, a quantidade de empresas e trabalhadores reduzirá. Mauricio Macedo, gerente de sustentabilidade do Projeto Juruti, informou esta semana, em Santarém, que parte da mão-de-obra das empresas contratadas para a fase de implantação, poderá ser aproveitada por outras que atuarem na fase de operação. Os trabalhadores também poderão ser empregados nas obras da Agenda Positiva. Além disso, outros segmentos econômicos serão incentivados para que a mão-de-obra também seja absorvida por empreendimentos não ligados diretamente à Mina de Juruti, e a expectativa é de que outros empreendimentos no Pará e na Região Norte também empreguem os funcionários que ganharam qualificação e experiência nas construções das estruturas da Alcoa em Juruti.
Segundo Mauricio Macedo, será disponibilizado ao trabalhador um Serviço de Informações e Oportunidades, entre várias alternativas de estímulo à qualificação e à geração de emprego e renda por meio das vocações produtivas locais.
A criação de uma “Escola de Sustentabilidade”, que terá à frente o Instituto Peabiru, também faz parte das propostas de reforço às lideranças da sociedade civil organizada e do poder público para pensar e agir sustentavelmente no município de Juruti e região. O objetivo principal é formar agentes de sustentabilidade capazes de criar projetos e executar ações que proporcionem benefícios perenes ou sustentáveis. Desenvolvendo-se essa habilidade, mais instituições poderão apresentar projetos competitivos e ter acesso a financiamentos públicos e privados.
Também está prevista a viabilização de microcréditos para empreendimentos no município de Juruti. O acesso a recursos e financiamentos é tido como um gargalo para o desenvolvimento de negócios na cidade. A estratégia da Alcoa é promover o empreendedorismo local com um programa de formação, aliado à organização social e à elaboração de planos de negócios, permitindo os empreendedores a acessarem o micro crédito para desenvolver arranjos produtivos e potencialidades locais.

Montanha da Sabedoria, de Sebastião Imbiriba, cai no gosto do leitor

O livro de Sebastião Imbiriba, A Montanha da Sabedoria, repercute em Santarém como sucesso de vendas. Embora desacompanhado de publicidade e sem lançamento oficial, os amigos do autor se antecipam e ordenam quantidades de dez a trinta exemplares para presentear familiares e associados nas festas natalinas.
As vendas iniciaram em meados de setembro quando o escritor emitiu circular por e-mail. A partir daí, a propaganda boca a boca se encarrega de levar a notícia ao circulo de relações e de leitores de artigos de Sebastião Imbiriba, fazendo com que as vendas se multipliquem, fato raro no mercado livreiro desta cidade, onde o universo de compradores de livros, praticamente, se restringe ao meio acadêmico. O autor diz que não esperava essa demanda, expectativa que afastara a idéia de uma noite de autógrafos, mas que agora se revela real possibilidade.
A obra trata de virtudes ou poderes fundamentais do ser humano, moral, saber, saúde, serenidade e liderança. São lições colhidas ao longo da vida do autor, quer em experiências pessoais, quer em sua avidez pela leitura. A partir daí, o autor, ora em orações didáticas, ora em discurso poético, desenvolve reflexões sobre o sentido da vida, o conhecimento objetivo, que se expressa na ciência e o saber subjetivo, que se exalta no amor.
O livro, de 78 páginas está disponível nas principais livrarias de Santarém e pode ser solicitado diretamente ao autor. O preço em Santarém é de R$ 15,00 e de R$ 19,50 em outras localidades, devido a postagem. Informações e pedidos por e-mail: 5poderes@gmail.com.

A Vale na crise: quem é que sabe?

Lúcio Flávio Pinto
Editor do Jornal Pessoal e articulista de O Estado do Tapajós


Roger Agnelli, presidente da Companhia Vale do Rio Doce, a maior empresa privada do Brasil e sua maior exportadora, teve que se curvar à crise internacional. Decidiu reduzir em 30 milhões de toneladas a produção de minério de ferro, a maior do mundo. Com o encolhimento da demanda das siderúrgicas mundiais, sobretudo da China (responsável por 30% da produção e 20% do faturamento da Vale com o minério), manter a produção acarretaria aumento dos estoques, que já estão altos, e queda do preço. Mas ressalvou: a produção de Carajás, no Pará, continuará inalterada, em função da sua excepcional qualidade, que lhe garante um preço diferenciado.
Se realmente isso acontecer, a Vale terá uma redução de faturamento proporcionalmente menor do que a das principais mineradoras concorrentes. A pergunta óbvia que a situação suscita é: por que só a empresa tira vantagem da qualidade superior do ferro de Carajás, que é um bem público explorado sob regime de concessão federal? Por que o Pará não pode incorporar uma margem desse ganho extra? Por que não recebe uma percentagem do valor adicional do minério de Carajás, apropriado exclusivamente pela companhia?
Convinha levar a sério essa questão, mesmo que as declarações de Roger Agnelli sejam recebidas com certa cautela por alguns analistas. Ele não estará sendo otimista ou impetuoso além da medida da realidade, como vinha sendo até setembro, quando a extensão da crise financeira internacional começou a se revelar por completo? Dias depois que o presidente da Vale se manifestou intransigente na exigência de um reajuste de 12% para o minério de Carajás, ele não só voltou atrás da muralha dos chineses, aceitando abrir mão da majoração: se dispôs a pagar o frete do Brasil até a China, um valor que ninguém teve a curiosidade de lhe perguntar a quanto monta, mas que não é nada pequeno (a não ser que a manobra dos fretes excessivamente altos tenha sido esvaziada).
Alguns observadores acham que mesmo a produção de Carajás terá que ser reduzida, o que a Vale até agora nega que vá ocorrer, acompanhando desativações e suspensões de projetos já confirmadas. Todas as projeções sobre demanda e preços, mesmo de curto prazo, são temerárias. O novo quadro da economia mundial, mais surpreendente do que parecia, precisa ser reavaliado para que se possa ter uma perspectiva mais confiável da trajetória da Vale. A empresa está mesmo consolidada para poder enfrentar e superar o tempo de vacas magras que já começou e ninguém sabe com certeza até onde vai - e de que tamanho será?
Ao apresentar os excepcionais resultados que alcançou no terceiro semestre, a Vale continuava a manejar números invejáveis. Sua receita bruta nos nove meses de 2008 chegou a 31,1 bilhões de dólares contra US$ 24,7 bilhões em igual período do ano passado. O lucro líquido foi incrível: US$ 11,9 bilhões ante US$ 9,2 bilhões nos nove meses de 2007. Desse total, US$ 2,85 bilhões (ou 5,6 bilhões de reais) foram destinados à remuneração dos seus acionistas, valor 52,0% maior do que os US$ 1,875 bilhão pagos em 2007.
A empresa exibe sua sólida posição financeira, baseada nos US$ 15,2 bilhões que possui em caixa, além de ter à sua disposição "volume significativo de linhas de crédito de médio e longo prazo e um perfil de dívida de baixo risco". Graças a essa situação, pôde investir US$ 6,7 bilhões nos primeiros nove meses de 2008. Do seis projetos que concluiu nessa fase, dois estão no Pará: a segunda etapa da produção de bauxita na mina de, Paragominas e a conclusão das etapas 6 e 7, que consolidaram a Alunorte como a maior produtora de alumina do mundo.
Em 2009 a empresa deverá trabalhar com um orçamento de investimentos de US$ 14,2 bilhões "dedicados à sustentação das operações existentes e promoção do crescimento através de pesquisa e desenvolvimento (P&D) e da execução de projetos em diversos segmentos de seu portfólio de ativos", conforme anunciou, exatamente quando a crise se desencadeava. E que garante que irá mesmo executar, graças à "combinação de solidez financeira, ativos de classe mundial e múltiplas opções de crescimento orgânico nos colocam em posição privilegiada para continuar a buscar a maximização da geração de valor para o acionista no longo prazo", segundo Agnelli.
As grandes quantidades geradas até setembro levam a crer nessa declaração de propósitos, mas quem dispõe de informações suficientes para situar esses números e situações no novo contexto? Ninguém. Por isso mesmo, está mais do que na hora de trazer a Vale para uma conversa rigorosa e profícua, sem a qual o Pará estará sujeito a bater palmas ao desconhecido.