domingo, 23 de março de 2008

Águas superficiais

Jubal Cabral Filho

A Contaminação

Um estudo divulgado recentemente constatou que, na região Norte é praticamente inexistente o saneamento das águas servidas. No popular: as fossas.Nesta região, em quase todas as cidades o esgotamento sanitário é lançado diretamene nos rios, incluindo as grandes capitais como Belém, Manaus e Rio Branco.
Resultado é um emporcalhamento total.Como obra enterrada não produz votos, dificilmente haverá uma mobilização dos prefeitos para realizar este tipo de trabalho, apesar do volume de verbas disponíveis no Ministério das Cidades.

A Contaminação II

Outro estudo divulgado também faz menção a contaminação de águas superficiais no Brasil.
Nesta região, onde utilizamos a água superficial para praticamente todas as funções vitais (lavar e beber), a contaminação se produz de forma geral: o governo realiza obras de embelezamento, mas não trata da conservação ao redor; os particulares emporcalham as praias e as praças com descartáveis; as ONG's realizam estudos, mas não tratam de levar estes resultados para quem produz a poluição e preferem apresentar ao governo que escuta, lê e nada faz.
Quer dizer: Agonia.

A Contaminação III

Além da poluição das águas superficiais ainda existem a questão dos lixões, que não apresentam nenhum controle ambiental.
São simples buracos feitos em locais inadequados, sem nenhuma proteção sanitária e que contaminam os lençóis freáticos.
Em Santarém, o lixão do Perema.Em Itaituba, o lixão do Curral Redondo.
Em Aveiro, em Jacareacanga, Rurópolis, Trairão, Novo Progresso e em outras cidades/localidades menores, o problema é mais acentuado pela falta de preparo da equipe ambiental local, que não atenta para o depósito nas cabeceiras dos igarapés e não produziram nenhum estudo ambiental para esta área. Simplesmente depositam o lixo e depois (pasmem!) tocam fogo em tudo.
Neste tudo estão incluídos resíduos hospitalares, plásticos, graxos...Uma constatação: o Instituto Socioambiental (ISA) realizou um cruzamento de informações e concluiu que há um aumento de doenças, como a malária e dengue, nos locais onde o saneamento básico é menor.

MRN vai realizar audiências públicas para a instalação de novas minas

Paulo Leandro Leal

A Mineração Rio do Norte (MRN), empresa que atua há mais de 20 anos na mineração de bauxita na região do Rio Trombetas, no oeste paraense, vai realizar audiências públicas no próximo mês para obter a licença ambiental necessária para a instalação de duas novas minas (platôs) em seu projeto. Os investimentos totais para a operação dos platôs Bacaba e Bela Cruz devem chegar a R$ 105 milhões. Os Estudos de Impactos Ambientais (Eia) e o Relatório de Impacto ao Meio Ambiente (Rima) da instalação das minas estão prontos. A empresa aguarda apenas a autorização do Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis (Ibama) para dar início às audiências.
Será realizada uma audiência pública em Oriximiná para a discussão da instalação da mina Bacaba e outras duas para o licenciamento da mina Bela Cruz. Esta última faz parte de um conjunto de seis platôs que estão entre a divisa dos municípios de Oriximiná e Terra Santa, por isso, as audiências devem ser realizadas nos dois municípios. Esta é uma grande novidade no projeto da MRN no Trombetas, que desde a sua instalação, na década de 70, retirava minério do subsolo de áreas de Oriximiná, sendo a primeira vez que a lavra da bauxita ocorre em terras de outro município.
O gerente de Relações Comunitárias da MRN, Ademar Cavalcanti Silva Filho, informou ao EcoAmazônia que o planejamento da empresa é iniciar a lavra no platô Bacaba em janeiro do ano que vem e no platô Bela Cruz em abril. A primeira mina requer investimentos na ordem de R$ 4 milhões, pois está localizada próximo ao platô Almeida, que está em fase final de operação. "Será necessária somente a abertura de uma estrada com cerca de três quilômetros", explica Ademar Cavalcanti. Já a instalação da mina Bela Cruz vai custar pouco mais de R$ 100 milhões, segundo informações da MRN.

O bom exemplo do TRE do Pará

Ronaldo Brasiliense

A Justiça Eleitoral no Pará está dando exemplo para todo o Brasil no julgamento de políticos infiéis, fazendo cumprir à risca decisão do Tribunal Superior Eleitoral (TSE). E tem que ser assim: a infidelidade partidária é uma praga brasileira, que precisa ser extinta.
Político infiel, que muda de legenda como se trocasse de camisa, tem que ser punido exemplarmente, preferencialmente com perda de mandato.
Parabéns ao Tribunal Regional Eleitoral do Pará.

Ana Júlia no olho do furacão

A governadora Ana Julia Carepa (PT) decidiu que irá pessoalmente a Tailândia, dia 27 de março, anunciar medidas de emergência para beneficiar milhares de desempregados pelas operações Guardiões da Amazônia e Arco de Fogo, de combate aos desmatamentos na Amazônia.
Levará a tira-colo a cantora Nina Hossi, uma espécie de embaixadora informal do governo do Pará na Alemanha.
Não se sabe se a governadora, como anunciou tempos atrás, vai usar colete à prova de bala.
Em tempo: a Força Nacional de Segurança e a Polícia Federal permanecem em Tailândia.

Pará tem surto de dengue hemorrágica

Agora, no Pará, sabe-se da existência de surto epidêmico de dengue hemorrágica pelo Diário Oficial do Estado.
Está lá no DOE, de quinta-feira, a Secretaria de Estado de Saúde adquirindo, com dispensa de licitação, 40.000 litros de óleo de soja, usado como solvente de inseticida em equipamentos motorizados. O óleo destina-se ao Departamento de Controle de Endemias da Sespa.
A explicação para a aquisição do óleo diesel dada pela secretária de Estado de Saúde, Laura Rossetti, segundo o Diário Oficial:- Estamos enfrentando o início de surto endêmico de dengue em vários municípios do Estado.
A empresa contratada sem licitação para fornecer o óleo de soja é a ST Irajá Agrícola Ltda., que receberá R$ 159.200,00 pelo produto.
O Diário Oficial não informa quais municípios paraenses estão enfrentando início de surto epidêmico de dengue hemorrágica.

Barcos navegam com insegurança pelos rios da Amazônia

Agência Brasil

Os recentes acidentes fatais de barco ocorridos no Rio Amazonas e no Rio Cuiabá chamaram a atenção da opinião pública nacional para a falta de condições de segurança e conforto nas embarcações que transitam pelos rios da Amazônia Legal. Mas segundo pescadores e oficiais de náutica, acidentes de barco na Amazônia são muito comuns.
A maioria dos barcos que trafegam na região é construída de maneira tradicional, como se faz a mais de dois séculos, ou seja, sem utilizar recursos e tecnologias de engenharia naval – que na opinião de especialistas poderiam possibilitar um transporte mais rápido, seguro e eficiente.
Estudo realizado pela Universidade Federal do Amazonas (Ufam) revela que há excesso de carga e passageiros nos barcos, falta limpeza e conservação (inclusive de bóias e coletes de salva-vida). Segundo a pesquisa, a alimentação servida é de péssima qualidade; e faltam informações aos passageiros sobre segurança.
De acordo com o presidente da Federação das Associações de Pescadores Profissionais do Estado do Amazonas, Ronildo Nogueira Palmeri, acidentes com pescadores (inclusive com mortes) acontecem todas as semanas, mas nem sempre é divulgado, até mesmo para a capitania dos portos.
“São pessoas pobres e não se divulga. Parece que o pescador não é importante e acabando caindo no esquecimento”, lamenta o presidente da associação.Para o engenheiro naval Carlos Daher Padovezi, do Instituto de Pesquisa e Tecnologia da Universidade de São Paulo, os acidentes de barco na Amazônia ocorrem por falha no projeto e na construção das embarcações; mas 70% das causas estão relacionadas a erros humanos.
Ele avalia que é necessário aumentar a fiscalização para cobrar mais responsabilidade dos proprietários dos barcos e de quem conduz os barcos. “Uma das possíveis soluções é evoluir na cobrança de quem tem embarcação, de quem opera e de quem transporta”, sugere Padovezi.
O presidente do Sindicato dos Oficiais de Náutica e Práticos do Estado do Pará, comandante Edson Lima, denuncia que os acidentes acontecem por “imprudência, imperícia e negligência”. Segundo ele, são precárias as condições de navegação e muitas embarcações são comandadas por pessoas não qualificadas.“Essas embarcações trafegam sem a menor condições e burlam a fiscalização das capitanias. Às vezes são comandadas por pessoas que não receberam habilitação para exercer tal função”, alerta Lima. Segundo ele, além dos riscos de acidentes, passageiros e tripulantes estão expostos a roubos e assaltos.
“Os ladrões têm voadeiras, lanchas e armas potentes. Eles atacam geralmente em bando de dez pessoas e a tripulação fica completamente dominada.”