quarta-feira, 14 de abril de 2010

Câmara de associações comerciais elogia empenho de Lira Maia pelo plebiscito

CÂMARA DE ASSOCIAÇÕES COMERCIAIS E EMPRESARIAIS DO OESTE DO PARÁ
Parabéns Ilustríssimo Deputado Lira Maia,
Em nome da CÂMARA DE ASSOCIAÇÕES COMERCIAIS E EMPRESARIAIS DO OESTE DO PARÁ manifestamos nossa felicidade pela vitória de hoje. Continuemos firmes até a consolidação do maior projeto de desenvolvimento de nossa região. Logo o sonho dará lugar a liberdade e teremos o tão sonhado ESTADO DO TAPAJÓS realidade.
Deus conosco!
Sds,
Olavo das Neves
Presidente da Câmara de Associações Comerciais e Empresariais do Oeste do Pará

Justiça libera embargo à usina de asfalto da prefeitura de Santarém

A prefeita Maria do Carmo informou no início da noite ao Blog do Estado que a usina de asfalto da prefeitura, montada no bairro do Amparo, volta a funcionar a partir de amanhã com autorização judicial. A fábrica estava paralisada há 10 dias, por decisão do juízo da fazenda pública de Santarém.

Os serviços de tapa-buraco recomeçam amanhã à tarde, em quatro frentes de trabalho.

Hoje, o Ministério do Turismo liberou cerca de 2 milhões de reais do orçamento da União de 2008 para o serviço de recapeamento asfáltico de várias ruas da cidade, que deve ser iniciado pelas avenidas Borges Leal e Turiano Meira.

A verba de um total de 10 milhões de reais foi obtida através de emenda da bancada federal do Pará, inclusive, contou com o apoio do deputado santareno Lira Maia.

Aprovada urgência para plebiscito do estado do Tapajós

O plenário da Câmara dos Deputados aprovou há pouco o requerimento de urgência do projeto de lei do plebiscito para a criação do estado do Tapajós. A matéria foi encaminhada pelo deputado federal Lira Maia, na condição de vice-líder do Democratas.

Foram 265 votos a favor, 51 não e 13 abstenções.

Como há quorum , o projeto em si pode ser votado ainda hoje à noite.

Neste momento, os deputados encaminham a votação do regime de urgência para o plebiscito do estado do Carajás.

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Atualização as 22h10:

O plenário da Câmara aprovou a urgência do plebiscito do estado do Carajás.
O próximo passo é a votação dos PDCs em plenário o que deve acontecer nos próximos dias. Para a aprovação, o quorum necessário é de maioria simples, ou seja, metade mais um de 257 deputados presentes.
Segundo Lira Maia, “trata-se de uma noite histórica para o Parlamento brasileiro que faz justiça com a população do Pará, assegurando o direito constitucional de se manifestar através do plebiscito. O trabalho que desempenhamos junto ao Presidente da Casa e junto aos Líderes foi fundamental para esta primeira vitória. Continuaremos trabalhando para votar, quem sabe na próxima semana, a autorização de do plebiscito. A partir de agora, a participação de Prefeitos, Vereadores e de toda a sociedade civil do oeste e do sul do Pará é fundamental para a aprovação dos PDCs do Tapajós e do Carajás”, concluiu o deputado Lira Maia.

Como ludibriar incautos, em nome de Jesus

São os mesmos ladinos que vivem repetindo aquela patuscada de “Deus é fiel”… vou te dizer.(Gerson Nogueira)

PSDB rebate nota do PT em defesa de Ana Júlia

NOTA À IMPRENSA

O PSDB do Pará, diante da nota divulgada à imprensa pelo PT, vem a público dizer o que segue.

O senador Mário Couto cumpre rigorosamente o seu papel constitucional ao avaliar o governo Ana Júlia Carepa, e se o faz negativamente é porque, como representante do povo do Pará, reproduz o que pensa e sente a maioria da população.

O PT, repetindo comportamento já conhecido, não gosta de ser criticado e não aceita que a sua governadora seja avaliada por outros partidos. Mas deve reconhecer que o discurso do senador Mário Couto não é uma voz isolada, tanto que, na nota, o PT não arrisca uma palavra em defesa do governo. No dia-a-dia, em suas andanças em busca da reeleição, a própria governadora Ana Júlia Carepa tem sentido na pele a reação popular, conforme notícias da imprensa.

A mesma reação popular, a que o senador Mário Couto deu voz ao discursar no Congresso Nacional, é o reflexo do estado de abandono do Pará e das pessoas. O povo sente insegurança, convive diariamente com uma violência desmedida. A saúde está sucateada, crianças morrem na Santa Casa, os doentes de câncer vão se tratar em Teresina, o Ofir Loyola passou de referência nacional a hospital sem remédios nem equipamentos. O Pará é campeão em mortes pela gripe H1N1. As estradas estão destruídas. A educação está falida e os kits escolares vêm se somar aos muitos escândalos que rondam várias secretarias e órgãos do governo, conforme noticiado rotineiramente pela imprensa.

Esse é o retrato acabado do governo do PT, que, na oposição, sabe falar e criticar, sempre de forma irresponsável, mas, uma vez com o poder nas mãos, não sabe realizar. Ana Júlia e o PT tiveram tempo para cumprir suas promessas de campanha, mas até hoje nada fizeram. Iludiram os eleitores com discursos sobre mudanças, e só o que deixam são mudanças para pior.

É bem ilustrativo que, apesar de tantos atrativos, o Pará tenha perdido a Copa de 2014 para o Amazonas e, mais recentemente, o Grand Prix de Atletismo para o Rio, evento esportivo de grande envergadura, que já se realizava aqui no nosso Estádio Olímpico do Mangueirão desde 2002. Incompetência é o nome que se dá a isso. Esse governo não faz nada de novo. E sequer mantém o que já havia sido conquistado pelo povo.

Mas o PT, na tentativa de desvirtuar o debate, como é seu costume, fala em “preconceito” contra a mulher. Ora, o Pará está repleto de mulheres competentes em todos os níveis, inclusive em cargos de suma importância, e todas são devidamente reconhecidas. Os governos do PSDB tiveram inúmeras mulheres em cargos-chave, inclusive como vice-governadora, e todas bem avaliadas em suas funções.

O PSDB tem muito orgulho da história que construiu e das grandes lideranças que projetou e que, em doze anos de governo, deixaram marcas indeléveis e saudades na memória do povo, em realizações que engrandeceram o Pará e melhoraram a vida dos paraenses. Infelizmente, em quase quatro anos de PT, o Pará só fez andar para trás.

Por fim, o PSDB lamenta que o PT, no afã de defender sua governadora do indefensável, tenha resvalado para a baixaria. Esse é mais um traço do PT: o partido de Ana Júlia Carepa acha que pode falar de todos, mas ninguém pode falar dele.

O Pará está farto disso.

Belém, 14 de abril de 2010.

Senador Fernando Flexa Ribeiro

Presidente do PSDB do Pará

Compra premiada é pirâmide disfarçada de consórcio para lesar consumidor

Miguel Oliveira
Repórter

Grupos comerciais que se intitulam "Compra Premiada" para vender a ilusão de um 'consórcio' onde o cliente ao ser contemplado, não paga mais nada, estão se instalando em Santarém e em vários municípios do Oeste do Pará. A ação dessas empresas pode ser comparada a uma ‘pirâmide’ em que, inadivertidamente, a maioria dos participantes do grupo de compradores de cotas paga o prêmio sorteado para uma minoria, mas só descobre que foi lesada quando a loja fecha as portas.

Segundo o delegado Francisco Martins, da Polícia Federal de Mosssoró (RN), onde já foram fechadas várias lojas a pedido do Ministério Público, a pirâmide disfarçadas de consórcio é comparada ao ato de andar de bicicleta.Mas "Olha, quando alguém entra nesses 'consórcios' e é sorteado na primeira prestação, ele deixa de pagar, não é? Então, alguém terá que pagar aquele bem por ele. Assim, é como se fosse uma bicicleta. Enquanto ela estiver rodando, ou seja, eles tiverem conseguindo novos clientes, os prêmios vão sendo pagos. Mas chega um momento que o mercado já está saturado, como ocorreu no Ceará, por exemplo, então eles não têm como pagar os outros veículos e acabam fugindo. Aí, a bicicleta parou", diz o delegado.

O chefe da fiscalização da Receita Federal do Brasil em Santarém, Álvaro Lima Sobrinho, reconhece que pode estar se configurando na cidade um comércio disfarçado sob a "roupagem de um consórcio". Embora não quisesse adiantar se a Receita vai agir contra esses 'consórcios", Álvaro diz que o órgão está atento as "movimentações do mercado em que empresas anunciam a distribuição de prêmios", para verificar se essas empresas estão recolhendo o Imposto de Renda.

"Compete à Caixa Econômica a fiscalização da propaganda de distribuição de prêmios e ao Banco Central a fiscalização do cumprimento das regras dos consórcios", explicou o chefe de fiscalização da Receita em Santarém. Mas para ele, em tese, "uns vão pagando para que outros recebam o prêmio, mas quem leva o benefício desses pagamentos são as empresas, que tem que prestar contas do Imposto de renda com a receita", observou Álvaro.

Na semana passada, quatro estabelecimentos comerciais de Mossoró, que trabalhavam com os chamados consórcios de venda premiada de veículos, foram alvo de uma operação da Polícia Federal. Os donos destes estabelecimentos, segundo a PF, estavam exercendo uma atividade ilegal, pois não tinham autorização do Banco Central (BC).

No caso das empresas que vendem 'consórcios' de veículos, não há garantia nenhuma de que os bens serão entregues por montadoras. Mesmo assim, colocam as logomarcas em sua fachada sugerindo legalidade como fazem com as motocicletas. Uma das montadoras, por exemplo, comunicou aos concessionários "que existem atualmente mais de 25 denúncias nos Ministérios Públicos, principalmente nas regiões Norte e Nordeste e Centro Oeste contra estas "empresas"", e solicita à sua rede credenciada que "informe à matriz se em sua cidade há ocorrência de grupos informais, os chamados "sorteou quitou".

Como atrair comprador

A pedido da reportagem, dois 'clientes' procuraram a mais recente loja instalada em Santarém, a Eletro Sonhos Motos, localizada na avenida Rui Barbosa, 607 A, para confirmar as vantagens oferecidas pelos 'consórcios' da compra premiada e constatar como agem os vendedores.

Os 'clientes' foram atendidos por uma vendedora de prenome Néia. Os dois interessados em adquirir motocicletas indagaram se o estabelecimento possuía autorização do Banco Central. A funcionária respondeu que não "é preciso autorização do Banco Central porque a loja não é um consórcio, é como se fosse um consórcio".

Foi indagado se é verdade que há sorteio todo mês de uma cota contemplada, como aparece nas propagandas. Néia respondeu que só há sorteio quando o grupo é fechado com 100 participantes. "Até com 90 participantes há sorteio. Se tiver menos cotistas que isso não haverá sorteio", explicou.

A principal indagação feita à vendedora teve a resposta mais inusitada. Perguntada sobre quem paga o restante das cotas de um participante sorteado - são em média 48 mensalidades - Nélia nem titubeou: são os que ainda vão entrar no grupo.

Perguntada se a Eletro Sonhos Motos possui autorização das montadoras para comercializarem esses veículos, a vendedora garantiu que a empresa possui permissão, mas não exibiu nenhum documento que comprovasse o que estava afirmando.

Em Mossoró foi constatada a irregularidade nesse tipo de atividade, assim como existe a suspeita de que alguns consumidores dos consórcios com venda premiada tenham sido lesados. Na operação, os agentes federais apreenderam vasta documentação que, inicialmente, já comprovam a realização dos consórcios sem autorização do BC. Já as suspeitas de golpe serão apuradas durante as investigações.

As conveniências de Jader Barbalho

Miguel Oliveira
Editor de O Estadodo Tapajós


Tenho, de há muito tempo, apreço pelo deputado Jader Barbalho. Ele nunca me fez favores pessoais e nem gozo de sua intimidade. Meu relacionamento com ele, embora esporádico, é estritamente profissional.

Faço essa introdução para que não venham impingir-me o rótulo de jaderista ou anti-jaderista a partir da análise a seguir.

A roda da política paraense está parada porque o deputado Jader Barbalho travou sua trajetória sob o próprio eixo, deixando imobilizados os demais atores. Todos esperam por uma definição do presidente regional do PMDB para fechar as coligações de outubro.

As táticas políticas de Jader são velhas conhecidas dos políticos paraenses, mas estes ainda não ousaram desmontá-las, preferindo virar seus reféns.

O PMDB adotou a tática de dividir o eleitorado para beneficiar os aliados de ocasião de Jader.

Em Santarém, em 2005, o PMDB lançou Antônio Rocha para facilitar a eleição de Maria do Carmo. No ano seguinte, a tática foi adotada a nível estadual para que Jader se vingasse de Almir Gabriel, e levasse a eleição para o segundo turno, quando Ana Júlia se tornou a primeira mulher a governar o Pará.

Mais uma vez, à falta de um estrategista competente no governo e no PSDB, Jader ensaia os mesmos passos, corteja e se deixa cortejar por quase todos os partidos, e todos, ao que parece, batem palmas para ele.

Por isso, não consigo entender o porquê do PT e da governadora Ana Júlia terem deixado Jader se apropriar politicamente de grande parcela do governo, descartar feudos na hora que quer, hostilizar os luas-prestas da DS[tendência interna de Ana Júlia] e travar as votações na Assembléia Legislativa.

É certo que os petistas parecem que acordaram tarde demais, quando Jader já se apresenta como candidato a cargo majoritário e vivam a situação humilhante de ter que, admitir, até, a hipótese da desistência de Paulo Rocha à candidatura ao Senado, para agradar ao (ex)aliado.

Agora, o PT paraense caiu na real e sabe que não vai contar com o PMDB no primeiro turno, a menos que o presidente Lula opere um milagre. E soa atrasado, que as reações às manobras de Jader venham se dando através de notas em jornais e na internet, quando estas deveriam ser operadas politicamente, há muito tempo.

Se o PT pensa enfraquecer Jader através de um debate público, cujos primeiros torpedos partiram do ex-chefe da Casa Civil, Cláudio Puty, o partido está em franca desvantagem por seu próprio erro estratégico de deixar que o presidente do PMDB tenha em mãos a trava da roda da política paraense e se dê o luxo de guardar para si o step, embora este esteja furado.

Enquanto os petistas sonham acordado, reúnem-se inúmeras vezes, em Belém e em Brasília, será que não aparece nenhuma liderança capaz de iniciar um papo-cabeça com a seguinte pergunta:

- Jader Barbalho é isso tudo mesmo que apregoa ou é só perfumaria?




STF suspende liminares que desobrigavam farmácias a limitar acesso a medicamentos

Agência Brasil

O Superior Tribunal de Justiça (STJ) suspendeu nesta terça-feira (13) as decisões que desobrigavam farmácias a cumprir normas da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) de limitar o acesso aos medicamentos pelos consumidores em seus estabelecimentos em São Paulo e no Distrito Federal.

O vice-presidente do STJ, Ari Pargendler, suspendeu decisões da Justiça Federal nos dois estados que beneficiavam às farmácias filiadas à Associação Brasileira de Rede de Farmácias e Drogarias (Abrafarma) e à Federação Brasileira das Redes Associativas de Farmácias (Febrafar).

A Anvisa, no pedido de suspensão, argumentou que “atuou dentro de sua esfera de competência e que as normas editadas foram fruto de anos de estudos com o objetivo de proteger a saúde da população, evitando, em especial, o estímulo à automedicação.”

As farmácias questionam a resolução da Anvisa, em vigor desde fevereiro, referente à prestação de serviços farmacêuticos em drogarias e farmácias e às instruções sobre quais medicamentos devem ser vendidos nas farmácias, bem como, os produtos que podem ficar ao alcance do consumidor.

O ministro Ari Pargendler acatou os argumentos da Anvisa. Ele entendeu que a agência atuou no exercício de sua competência, atendendo aos propósitos do Sistema Nacional de Vigilância Sanitária. “A automedicação é um perigo que se estimulado, compromete a saúde pública, sendo condenada por organismo internacionais de saúde”, disse o ministro em sua decisão.

Deputados reclamam de repressão na fronteira Brasil-Guiana Francesa

Estima-se que cerca de 10 mil brasileiros dedicam-se ao garimpo ilegal na Guiana Francesa.

Parlamentares ouvidos pela Comissão da Amazônia, Integração Nacional e de Desenvolvimento Regional nesta terça-feira (13) reclamaram da repressão de autoridades francesas e do Exército brasileiro aos garimpeiros que exploram ilegalmente minas no território da Guiana Francesa.

O deputado estadual e presidente da Comissão de Relações Exteriores da Assembleia Legislativa do Amapá, Paulo José da Silva Ramos, criticou o tratamento dado pela polícia francesa aos brasileiros. Segundo Paulo José, cerca de 30 pessoas deportadas da Guiana Francesa chegam ao aeroporto de Macapá em três voos semanais.

Para o deputado, a ponte a ser construída entre o Brasil e a Guiana “pode se transformar num muro de Berlim”, com os pobres impedidos de transpô-la. Ele exibiu um vídeo onde são registradas as difíceis condições de deslocamento da população brasileira, obrigada a passar por trilhas de difícil acesso na mata carregando alimentos, para evitar a passagem pelo território francês, que seria um caminho mais fácil para suas localidades.

O comandante da 23ª Brigada de Infantaria da Selva, general de brigada Mário Lúcio Alves de Araújo, explicou ao parlamentares que o Exército impede a circulação de combustíveis e alimentos que possam ser usados no apoio das atividades ilegais de garimpo, sem cercear o direito de ir e vir dos moradores. “O Exército realiza o controle, não o bloqueio dos deslocamentos”, garantiu o comandante.

A deputada Dalva Figueiredo (PT-AP), no entanto, pediu a definição de critérios mais claros sobre o transporte de mercadorias, para que a população não fique à mercê da decisão subjetiva do soldado que está fazendo o controle. “Ninguém quer proteger qualquer atividade ilegal. Queremos os brasileiros tratados com dignidade”, afirmou a parlamentar - que propôs a realização da audiência.

O deputado Sebastião Bala Rocha (PDT-AP) criticou a atuação do Exército brasileiro, não só da polícia francesa. “As decisões entre Sarkozy e Lula passam por cima do diálogo com a população, excluída da discussão sobre a sua própria sobrevivência.”

Os participantes da audiência pediram, unanimemente, a negociação com as autoridades francesas sobre a liberação da passagem da Gran Roche para os brasileiros já vistoriados pelo nosso Exército e a implementação de uma política nacional integrada de desenvolvimento, que proporcione alternativas econômicas viáveis à população que hoje vive do garimpo ilegal.(Agência Câmara)

O discurso e a prática

O presidente regional do PV fez questão de dizer em Santarém que o partido está 'fechadíssimo' com a reeleição da governadora Ana Júlia.

Zé poderia afirmar isso, talvez, em outro lugar, mas justamente em Santarém há um grupo expressivo do PV que se opõe publicamente à coligação do partido com o PT.

Como jogada de efeito, talvez funcione, mas na prática o discurso ufanista sdoa como autovalorização.

A conferir.

Pantera pega times paraenses na Série C

A CBF confirma o grupo dos clubes paraenses no Brasileiro da Série C: Águia, Fortaleza (CE), Paissandu, Rio Branco (AC) e São Raimundo.

PT e PMDB jogam alianças ao vento

Lúcio Flávio Pinto

Editor do Jornal Pessoal

O presidente Lula foi o mais lembrado e o maior ausente na solenidade realizada no mês passado, em Marabá, para o início da implantação da siderúrgica da Vale, que devia render tantos dividendos ao PT. A razão estava em outra ausência: a de Jader Barbalho.

Um ponto foi comum em todos os discursos feitos durante a solenidade de entrega do licenciamento ambiental da Aços Laminados do Pará, em Marabá, no mês passado: a usina siderúrgica só saiu do papel graças à pressão direta do presidente Lula sobre o presidente da antiga Companhia Vale do Rio Doce, Roger Agnelli. A imprensa nacional reconstituiu o episódio: irritado, o presidente exigiu que a Vale não se limitasse a extrair o minério de ferro de Carajás. Queria a verticalização do processo produtivo até o aço. Se não fosse atendido, usaria o poder ao seu alcance para tirar Agnelli e colocar em seu lugar alguém de confiança, como o presidente do fundo de previdência do Banco do Brasil, o Previ, o principal acionista da Vale, que executaria suas ordens. Para se manter num dos postos mais cobiçados do país, Agnelli cedeu ao presidente.

Lula foi convidado para o ato formal que dava partida ao projeto, no valor de 5,3 bilhões de reais, mas não compareceu, não mandou razões públicas para a ausência e nenhum dos oradores, que tanto citaram o presidente, se lembrou do detalhe da sua ausência. Ainda mais injustificável porque Lula compareceu a eventos até insignificantes, na voragem de promover a candidata do PT à sua sucessão, a ex-ministra Dilma Rousseff. Por que faltaria justamente à partida de um dos maiores empreendimentos econômicos em curso no Brasil e para o qual sua intervenção teria sido decisiva, ao menos na versão oficial, aceita por todos?

A razão certamente é política e se deve à diretriz que Lula já estabeleceu para sua participação na campanha eleitoral deste ano: não irá aos Estados onde a base aliada do governo federal está dividida. Este é o caso do Pará. Se ainda havia alguma dúvida sobre o rompimento do PMDB com o PT, o episódio serve para eliminá-la de vez. Jader Barbalho não foi a Marabá para a festiva solenidade programada pelo governo do Estado.

O presidente da república podia até ter pressionado o líder do PMDB paraense para viabilizar sua própria presença em um ato tão importante, de repercussão nacional (e até internacional). Ou então abrir mão do compromisso firmado e aproveitar a oportunidade para ajudar o desempenho da sua cria política, mesmo contrariando o deputado federal peemedebista, um dos seus principais interlocutores nas manobras políticas palacianas. Não seria por esse incidente que os dois romperiam. Acabariam por acomodar seus interesses.

Havia, porém, um detalhe para complicar a iniciativa: a governadora Ana Júlia Carepa também se atribui a – no caso – maternidade da siderúrgica. De fato, ela se empenhou para que o projeto não ficasse apenas como uma vaga promessa da Vale, sem cronograma certo. Mas a mineradora é maior do que o próprio governo do Estado e está acostumada a adotar a estratégia de prometer algo maior e compensar sua falta com algo bem menor, mas o suficiente para adoçar a boca da voraz classe política local.

A frágil pressão da governadora se fortaleceu pela participação pessoal de Lula e a intrincada teia de relações que se formou entre a mineradora, o governo e o mercado. De fato, a Vale não pretendia implantar a siderúrgica do Pará, ao menos de imediato. Tanto que é o único – dentre os cinco projetos siderúrgicos definidos em todo país – em que a empresa aparece sozinha, sem nenhum sócio.

Além disso, surgiu um componente conjuntural de última hora que deve ter influído na decisão de Roger Agnelli de receber pessoalmente a licença ambiental prévia que o Conselho Estadual do Meio Ambiental concedeu à Alpa. O ex-governador Almir Gabriel retornou de vez ao Pará, abandonando seu fugaz retiro no litoral de São Paulo, disposto a usar politicamente uma arma poderosa: o sentimento anti-Vale. A liderança de Almir já é mínima até no seu próprio partido, o PSDB, mas justamente por essa fraqueza seu discurso e seus atos estão se radicalizando e se tornaram obsessivamente monocórdios: o Pará só terá futuro se atacar a maior empresa que atua no seu território, com uma capacidade de gerar dinheiro incomparavelmente superior aos recursos da administração pública. Para vários interlocutores, sem pedir reserva, e até para a imprensa (que preferiu ignorar a informação), o ex-governador chegou a afirmar que esse combate podia chegar a atos de sabotagem, caso a empresa não mude sua forma de exploração das riquezas do Estado.

Nesse contexto, o presidente da Vale decidiu reagir. Prestigiou a governadora, que passou a utilizar o projeto da siderúrgica como o principal mote da campanha publicitária em andamento, e mandou um recado para o ex-governador, ao ressaltar que agora a empresa consegue se entender com o poder público, sem as inconstâncias e rabugices próprias do temperamento de Almir, agora agravadas pela sua fixação numa meta: não permitir que Simão Jatene, outrora seu amigo, correligionário e a quem escolheu para substituí-lo, seja o candidato tucano ao governo estadual. A qualquer custo, mesmo o desproporcional em relação ao objetivo.

Essa ênfase impediu que Jader Barbalho, imbuído de espírito olímpico, pudesse também ir a Marabá para um acontecimento que o diminuiria. Dificilmente ele conseguiria algum faturamento pessoal num cenário montado para destacar a governadora. Mas ele deve ter sido o responsável pela ausência de Lula, que, dias antes, no interior de São Paulo, participara da entrega de ambulâncias a prefeituras paraenses, principalmente as controladas pelo PMDB. Jader Barbalho esteve lá e ficou próximo do presidente o bastante para sair em fotografias. Nessa “inauguração”, a governadora não apareceu. Foi um capítulo da base aliada nacional, a que mais conta para a candidatura de Dilma Rousseff.

Se esses episódios demonstram a dissolução da aliança partidária que possibilitou a eleição de Ana Júlia Carepa em 2006, desfazendo a hegemonia de 12 anos do PSDB, apontam também para o reforço de outra hipótese cogitada nos procedimentos para a campanha eleitoral, de que Jader Barbalho será candidato ao governo e não à reeleição ou ao Senado. O fato de ele não querer dividir palanque com Ana Júlia, de tal forma a obrigá-lo a privar-se de participar junto com ela de atos que poderiam proporcionar rendimento conjunto, significa que irá disputar na eleição o mesmo espaço que atualmente ela ocupa?

Jader já não estaria apenas abrindo campo para alguém que, à última hora, tirará do bolso do colete para apresentar como candidato do PMDB, mas ocupando ele mesmo esse lugar? Pode ser que, na hora oportuna, ele reverta a expectativa que tem criado nas suas peregrinações pelo interior do Estado, de que concorrerá contra Ana Júlia, e apóie outro nome, favorecido por essa estratégia. Mas pode ser que o recuo lhe acarrete tal desgaste que já não poderá fazê-lo.

Qualquer que venha a ser a hipótese confirmada, os últimos acontecimentos indicam que a eleição deste ano será pesada e desgastante no Pará, mobilizando mais recursos e mais personagens, mesmo que seja para, com nova mudança, tudo continuar como está.