domingo, 5 de julho de 2009

Boa noite, lua!


Foto: Alfonso Jimenez/Blog do Estado

Lances do jogo São Raimundo 2 x 0 Moto Club

Zé Carlos Trindade comemora o segundo gol

Bola procura o ângulo na cabeçada certeira de Déo Curuçá
Moto Club estreou time completamente modificado

Michel , que vai para o Paysandu, posa para última foto no Pantera


Fotos: Alfonso Jimenez/Especial para O Estado do Tapajós/Reprodução proibida sem autorização do Blog do Estado

Paysandu 2 x 1 Águia - Virada incrível do Papão!


O Paysandu provou que de fato é o grande favorito ao acesso no Campeonato Brasileiro da Série C. Na tarde deste domingo, o Papão venceu o Águia, por 2 a 1, de virada, pela abertura do segundo turno da Terceirona. O zagueiro Charles fez para o time de Marabá, enquanto Zé Augusto foi o herói do time bicolor marcando duas vezes. O detalhe é que o Azulão vencia o jogo até os 37 minutos da etapa final, quando Zé Augusto empatou, virando o placar aos 48 minutos.
Com este resultado, o Paysandu se igualou ao Águia na liderança do Grupo A, com 10 pontos, mas o Papão fica na frente pelo critério de gols pró. No entanto, os dois clubes caminham a passos largos para a classificação. De acordo com matemáticos, são necessários 14 pontos para avançar às quartas-de-final.

Equilíbrio total
O clássico paraense começou a todo o vapor, com os dois times saindo para o jogo e buscando o gol. A primeira oportunidade foi do Paysandu, mas Aldivan desperdiçou, aos oito minutos. O atacante recebeu belo passe de calcanhar de Zé Carlos, mas finalizou mal e a bola foi por cima do do gol de Adriano. O Papão não conseguia penetrar na bem postada do Águia, que tentava marcar nos contra-ataques velozes.

Aos 17, Torrô arriscou de fora da área, mas a bola desviou em Magrão e se perdeu pela linha de fundo. O Azulão não limitava a se defender, e deu um susto nos donos da casa aos 24 minutos. O atacante Marcelo Maciel arriscou de fora da área e a bola passou lambendo a trave do goleiro Rafael Córdova. O jogo era muito equilibrado e os dois times se revezavam no ataque.

No final do primeiro tempo, cada time teve uma grande oportunidade de marcar. Aos 32, após bate e rebate na área do Águia, o goleirto Adriano fez grande defesa, impedindo o primeiro do Papão. O Azulão respondeu dois minutos mais tarde, e Marcelo Maciel por pouco não marcou o primeiro depois de dar um belo drible em seu marcador. No minuto seguinte foi a vez de Zé Carlos perder a chance de marcar, de cabeça.

Azulão surpreende!
Na volta do intervalo, o Águia parece ter retornado mais aceso e quase abriu o placar logo no primeiro minuto. Após belo cruzamento de Léo Rosa, o atacante Bruno Rangel cabeceou na trave, assustando o goleiro Rafael Córdova. O Paysandu deu o troco aos sete minutos, quando Lê quase fez um gol de placa. O meia deu um lindo chute de fora da área e a bola explodiu na trave.

Mas aos 12 minutos, enfim a rede balançou na Curuzu. O meia Soares cobrou escanteio e o zagueirão Charles cabeceou para o fundo do gol do Papão. O Águia não esmoreceu com a abertura do placar e quase ampliou aos 20, num belo chute de Edinaldo. Mas atrás no marcador, era o Paysandu quem tomava a iniciativa em busca do gol de empate, enquanto o Azulão se segurava e buscava o segundo para matar o jogo.

Virada histórica!
O empate quase veio aos 35 minutos, quando o volante Daniel salvou o Águia tirando uma bola em cima da linha. A pressão do Paysandu surgiu efeito e o clube empatou o jogo aos 37 minutos. O atacante Torrô fez boa jogada e passou para Zé Augusto, que chutou para deixar tudo igual na Curuzu.

Depois do empate, o Papão pressionou bastante em busca da virada, e quando tudo levava a crer que o clássico terminaria empatado, a estrela de Zé Augusto brilhou novamente. Aos 48 minutos, a zaga do Águia falhou e a bola sobrou limpa para Zé Augusto só empurrar para o gol sem goleiro e explodir a massa bicolor.

Próximos jogos
Pela sétima rodada da competição, os dois times voltarão a jogar no próximo domingo. O Águia enfrenta o Luverdense, ás 16 horas, em casa, enquanto o Paysandu joga contra o Rio Branco, às 19 horas (de Brasília), na capital acreana.

(Fonte: Rádio Clube do Pará)

São Raimundo 2 x 0 Moto Cub

Local: Estádio Barbalhão(Santarém)

O Placar

São Raimundo 1x0. Déo Curuçã, aos 21 minutos do primeiro tempo

São Raimundo 2 x0. Luiz Carlos Trindade, aos 23 minutos do segundo tempo

Os times

São Raimundo

Labilá; Erick, Filho, Preto Marabá, João Pedro (Maurian); Beto, Marabá, Luiz Carlos Trindade, Michel(Kleberton); Emerson Bala e Déo Curuça.

Técnico: Artur Oliveira.

Moto Clube

Flaubert; Felipe Paulista, Daniel, Lindemberg, Robson Dentinho; Cleiton, Marquinhos, Sandro Alagoano, Leomir; Diego Souza e Rodrigão (Fábio Ricardo).

Técnico: Abel Ribeiro.

Encerrado; São Raimundo 2 x 0 Moto Club

Michel é homenageado

Muito aplaudido pela galera do São Raimundo, o atacante Michel é substituído por Kleberton, aos 39 minutos do segundo tempo.
Amanhã o atacante se apresenta ao Paysandu para disputa do campeonato brasileiro da série C.

São Raimundo 2 x 0 Moto Club. Aos 36 minutos do segundo tempo

São Raimundo 2 x 0 Moto Club. Luiz Carlos Trindade aos 23 minutos do segundo tempo

Sao Raimundo 1 x 0 Moto Club. 10 minutos do segundo tempo

Começpu segundo tempo: São Raimundo 1 x 0 Moto Club

Paysandu 2 x 1 Águia- Zé Augusto, aos 48 do primeiro tempo

Encerrado primeiro tempo:São Raimundo 1 x 0 Moto Club

Paysandu 1 x 1 Águia. Zé Augusto, aos 38 minutos do primeiro tempo

São Raimundo 1 x 0 Moto Clube - 30 minutos do primeiro tempo

São Raimundo 1 x 0 Moto Club - Déo Curuçá, 21 minutos do primeiro tempo

Àguia 1 x 0 Paysandu: Charles, aos 8 min do primeiro tempo

São Raimundo 0 x 0 Moto Clube - 10 minutos do primeiro tempo

Começou o jogo: São Raimundo 0 x 0 Moto Club

São Raimundo x Moto Clube

Acompanhe aqui os principais lances do jogo de estréia do São Raimundo na série D do campeonato brasileiro.

“Há abusos em nome de Deus”

Jornalista relata os danos do assédio espiritual cometido por líderes evangélicos.

A igreja evangélica está doente e precisa de uma reforma. Os pastores se tornaram intermediários entre Deus e os homens e cometem abusos emocionais apoiados em textos bíblicos. Essas são algumas das afirmações polêmicas da jornalista Marília de Camargo César em seu livro de estreia, Feridos em nome de Deus (editora Mundo Cristão), que será lançado no dia 30. Marília é evangélica e resolveu escrever depois de testemunhar algumas experiências religiosas com amigos de sua antiga congregação.

ENTREVISTA - MARÍLIA DE CAMARGO CÉSAR

Anna Carocina Negri QUEM É
Marília de Camargo César, 44 anos, jornalista, casada, duas filhas

O QUE FEZ
Editora assistente do jornal O Valor, formada pela Faculdade de Comunicação Social Cásper Líbero

O QUE PUBLICOU
Seu livro de estreia é Feridos em nome de Deus (editora Mundo Cristão)

ÉPOCA – Por que você resolveu abordar esse tema?
Marília de Camargo César –
Eu parti de uma experiência pessoal, de uma igreja que frequentei durante dez anos. Eu não fui ferida por nenhum pastor, e esse livro não é nenhuma tentativa de um ato heroico, de denúncia. É um alerta, porque eu vi o estado em que ficaram meus amigos que conviviam com certa liderança. Isso me incomodou muito e eu queria entender o que tinha dado errado. Não quero que haja generalizações, porque há bons pastores e boas igrejas. Mas as pessoas que se envolvem em experiências de abusos religiosos ficam marcadas profundamente.

ÉPOCA – Qual foi a história que mais a impressionou?
Marília –
Uma das histórias que mais me tocaram foi a de uma jovem que tem uma doença degenerativa grave. Em uma igreja, ela ouviu que estava curada e que, caso se sentisse doente, era porque não tinha fé suficiente em Deus. Essa moça largou os remédios que eram importantíssimos no tratamento para retardar os efeitos da miastenia grave (doença autoimune que acarreta fraqueza muscular). O médico dela ficou muito bravo, mas ela peitou o médico e chegou a perder os movimentos das pernas. Ela só melhorou depois de fazer terapia. Entendeu que não precisava se livrar da doença para ser uma boa pessoa.

ÉPOCA – Que tipo de experiência você considera como abuso religioso e que marcas são essas?
Marília –
Meu livro é sobre abusos emocionais que acontecem na esteira do crescimento acelerado da população de evangélicos no Brasil. É a intromissão radical do pastor na vida das pessoas. Um exemplo: uma missionária que apanha do marido sistematicamente e vai parar no hospital. Quando ela procura um pastor para se aconselhar, ele fala assim para ela: “Minha filha, você deve estar fazendo alguma coisa errada, é por isso que o teu marido está se sentindo diminuído e por isso ele está te batendo. Você tem de se submeter a ele, porque biblicamente a mulher tem de se submeter ao cabeça da casa. Então, essa mulher, que está com a autoestima lá embaixo, que apanha do marido - inclusive pelo Código Civil Brasileiro ele teria de ser punido - pede um conselho pastoral e o pastor acaba pisando mais nela ainda. E ele usa a Bíblia para isso. Esse é um tipo de abuso que não está apenas na igreja pentecostal ou neopentecostal, como dizem. É um caso da Igreja Batista, em que, teoricamente, os protestantes históricos têm uma reputação melhor.

ÉPOCA – Seu livro questiona a autoridade pastoral. Por quê?
Marília –
As igrejas que estão surgindo, as neopentecostais, e não as históricas, como a presbiteriana, a batista, a metodista, que pregam a teologia da prosperidade, estão retomando a figura do “ungido de Deus”. É a figura do profeta, do sacerdote, que existia no Antigo Testamento. No Novo Testamento, não existe mais isto. Jesus Cristo é o único mediador. Então o pastor dessas igrejas mais novas está se tornando o mediador. Para todos os detalhes da sua vida, você precisa dele. Se você recebeu uma oferta de emprego, o pastor pode dizer se deve ou não aceitá-la. Se estiver paquerando alguém, vai dizer se deve ou não namorar aquela pessoa. O pastor, em vez de ensinar a desenvolver a espiritualidade, determina se aquele homem ou aquela mulher é a pessoa da sua vida. E o pastor está gostando de mandar na vida dos outros, uma atitude que abre um terreno amplo para o abuso.

ÉPOCA – Você também fala que não é só culpa do pastor.
Marília –
Assim como existe a onipotência pastoral, existe a infantilidade emocional do rebanho, que é o que o Sérgio Franco, um dos pastores psicanalistas entrevistados no livro, fala. A grande crítica do Freud em relação à religião era essa. Ele dizia que a religião infantiliza as pessoas, porque você está sempre transferindo as suas decisões de adulto - que são difíceis - e a figura do sagrado, no caso aqui o líder religioso, para a figura do pai ou da mãe - o pastor, a pastora. É a tendência do ser humano em transferir responsabilidade. O pastor virou um oráculo. É mais fácil ter alguém, um bode expiatório, para pôr a culpa nas decisões erradas tomadas.

“O pastor está gostando de mandar na vida dos outros
e receber presentes. Isso abre espaço para os abusos”

ÉPOCA – Quais são os grandes males espirituais que você testemunhou?
Marília –
Eu vi casamentos se desfazer, porque se mantinham em bases ilusórias. Vi também pessoas dizendo que fazer terapia é coisa do Diabo. Há pastores contra a terapia que afirmam que ela fortalece a alma e a alma tem de ser fraca; o espírito é que tem que ser forte. E dizem isso supostamente apoiados em textos bíblicos. Dizem que as emoções têm de ser abafadas e apenas o espírito ser fortalecido. E o que acontece com uma teologia dessas? Psicoses potenciais na vida das pessoas que ficam abafando as emoções. As pessoas que aprenderam essa teologia e não tiveram senso crítico para combatê-la ficaram muito mal. Conheci um rapaz com muitos problemas de depressão e de autoestima que encontrou na igreja um ambiente acolhedor. Ele dizia ter ressuscitado emocionalmente. Só que com o passar dos anos, o pastor se apoderou dele. Mas ele começou a perceber que esse pastor é gente, que gosta de ganhar presentes e que usa a Bíblia para se justificar. Uma das histórias que mais me tocou foi a de uma jovem que tem uma doença degenerativa grave. Ela foi para uma dessas igrejas e ouviu que se estivesse sentindo ainda doente era porque não tinha fé suficiente em Deus. Essa moça largou os remédios que eram importantíssimos no tratamento para retardar os efeitos da miastenia grave (doença auto-imune que acarreta fraqueza muscular). O médico dela ficou muito bravo e não a autorizou. Mesmo assim, ela peitou o médico e chegou a perder os movimentos das pernas. Ela só melhorou depois de fazer terapia. Ela entendeu que não precisava se livrar da doença para ser uma boa pessoa.

ÉPOCA – Por que demora tanto tempo para a pessoa perceber que está sendo vítima?
Marília –
Os abusos não acontecem da noite para o dia. A pessoa que está sendo discipulada, que aprende com o pastor o que a Bíblia diz, desenvolve esse relacionamento aos poucos. No primeiro momento, ela idealiza a figura do líder, como alguém maduro, bem preparado. É aquilo que fazemos quando estamos apaixonados: não vemos os defeitos. O fiel vê esse líder como um intermediário, como um representante de Deus que tem recados para a vida dele, um guru. E o pastor vai ganhando a confiança dele num crescendo, como numa amizade. Esse líder, que acredita que Deus o usa para mandar recados para sua congregação, passa a ser uma referência na vida do fiel. O fiel, pro sua vez, sente uma grande gratidão por aquele que o ajudou a mudar sua vida para melhor. Ele se sente devedor do pastor e começa, então, a dar presentes. O fiel quer abençoar o líder porque largou as drogas, ou parou de beber, ou parou de bater na mulher, ou porque arrumou um emprego e está andando na linha. E começa a dar presentes de acordo com suas posses. Se for um grande empresário, ele dá um carro importado para o pastor. Isso eu vi acontecer várias vezes. O pastor, por sua vez, gosta de receber esses presentes. É quando a relação se contamina, se torna promíscua. E o pastor usa a Bíblia para dizer que esse ato é bíblico. O poder está no uso da Bíblia para legitimar essas práticas.

ÉPOCA – Qual é o limite da autoridade pastoral?
Marília –
O pastor tem o direito de mostrar na Bíblia o que ela diz sobre certo tema. Como um bom amigo, ele tem o direito de dar um conselho. Mas ele tem de deixar claro que aquilo é apenas um conselho. Pode até falar que o resultado disso ou daquilo pode ser ruim para a vida do fiel. Mas ele não pode mandar a pessoa fazer algo em nome de Deus. O que mais fere as pessoas é ouvir uma ordem em nome de Deus. Se é Deus, então prova! Se Deus fala para o pastor, por que Ele não fala para o fiel? Eles estão sendo extremamente autoritários.

ÉPOCA – Você afirma que muitos dos pastores não agem por má-fé, mas por uma visão messiânica. Explique.
Marília –
É uma visão messiânica para com seu rebanho. Lutero (teólogo alemão responsável pela reforma protestante no século XVI) deve estar dando voltas na tumba. Porque o pastor evangélico virou um papa que é a figura mais criticada no catolicismo, o inerrante. E não existe essa figura, porque somos todos errantes, seres faltantes, como já dizia Freud. Pastor é gente. E é esse pastor messiânico que está crescendo no evangelismo. Existe uma ruptura entre o Antigo e o Novo Testamento, que é a cruz. A reforma de Lutero veio para acabar com a figura intermediária e a partir dela veio a doutrina do sacerdócio universal. Todos têm acesso a Deus. Uma das fontes do livro disse que precisamos de uma nova reforma e eu concordo com ela. Essa hierarquização da experiência religiosa, que o protestante tanto combateu no catolicismo, está se propagando. Você não pode mais ter a conversa direta com o divino. Porque tem aquela coisa da “oração forte” do pastor. Você acha que ele ora mais que você, que ele tem alguma vantagem espiritual e, se você gruda nele, pega uma lasquinha. Isso não existe. Somos todos iguais perante Deus.

ÉPOCA – Se a igreja for questionada em seus dogmas, ela não deixará de ser igreja?
Marília –
Eu não acho isso. A igreja tem mesmo de ser questionada, inclusive há pensadores cristãos contemporâneos que questionam o modelo de igreja que estamos vivendo e as teologias distorcidas, como a teologia da prosperidade, que são predominantemente neopentecostais e ensinam essa grande barganha. Se você não der o dízimo, Deus vai mandar o gafanhoto. Simbolicamente falando, Ele vai te amaldiçoar. Hoje o fiel se relaciona com o Divino para as coisas darem certo. Ele não se relaciona pelo amor. Essa é uma das grandes distorções.

ÉPOCA – Por que você diz que existe uma questão cultural no abuso religioso?
Marília –
Porque o brasileiro procura seus xamãs, e isso acontece em todas as religiões. O brasileiro é extremamente religioso. A ÉPOCA até publicou uma matéria sobre isso, dizendo que a maioria acredita em algo e se relaciona com isso, tentando desenvolver seu lado espiritual. O brasileiro gosta de ter seu oráculo. A pessoa que vem do catolicismo, onde há centenas de santos, e passa a ser evangélica transfere aquela prática e cultura do intermediário para o protestantismo, e muitas igrejas dão espaço para isso. O pastor Edir Macedo (da igreja Universal) trouxe vários elementos da umbanda, do candomblé, porque ele é convertido. Ele diz que o povo precisa desses elementos -que ele chama de pontos de contato - para ajudar a materializar a experiência religiosa. A Bíblia condena tudo isso.

ÉPOCA – No livro você dá alguns alertas para não cair no abuso religioso. Fale deles.
Marília –
Desconfie de quem leva a glória para si. Um conselho é prestar atenção nas visões megalomaníacas. Uma das características de quem abusa é querer que a igreja se encaixe em suas visões, como quere ganhar o Brasil para Cristo e colocar metas para isso. E aquele que não se encaixar é um rebelde, um feiticeiro. Tome cuidado com esse homem. Outra estratégia é perguntar a si mesmo se tem medo do pastor ou se pode discordar dele. A pessoa que tem potencial para abusar não aceita que discorde dela, porque é autoritária. Outra situação é observar se o pastor gosta de dinheiro e ver os sinais de enriquecimento ilícito. São esses geralmente os que adoram ser abençoados e ganhar presentes. Cuidado com esse cara.
Época/NC

Portal 2009 - José Olivar Azevedo

joseolivar@oi.com.br


Juiz Sênior x Eficiência da Justiça

A instituição do Juiz Sênior no Brasil, já é defendida para que haja uma maior celeridade da Justiça, tal como já acontece nos Estados Unidos, onde juizes aposentados podem retornar à judicatura, com esta qualificação, desde que requeiram ao Presidente da Suprema Corte (Chief Justice of the US), que poderá designá-los para prestar serviços onde haja necessidade. Lembro que também no Canadá e na Austrália, já adotam a figura do Juiz Sênior. Não sei se isso seria a solução para a nossa Justiça onde os processos dormitam nas gavetas dos Tribunais e um juiz com mais de 70 anos não tem condições de agilizar nada, penso eu.

PEC do adicional de Juízes

Na próxima semana será examinada na Câmara dos Deputados, por uma Comissão Especial, o relatório do Deputado Laerte Bessa (PMDB/DF), sobre a PEC nº 210/07, que trata do adicional por tempo de serviço para Juízes e Procuradores de todo o Brasil. Este adicional é uma reivindicação antiga das categorias, e se for aprovado, não integrará o teto definido como limite máximo de remuneração que hoje tem como parâmetro o valor de 24,5 mil, que é a remuneração de Ministros do STF.

Ganhando pontos:

(01) A discussão na Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania da Câmara, do projeto de lei de nº 83/08, que pune com detenção de 06 meses a 02 anos quem violar direitos e prerrogativas dos advogados. Se transformado em lei, a sua violação confere direito à entidade (OAB), para solicitar abertura de inquérito visando a punição da autoridade infratora. Daí em diante, quero ver quem vai ter a coragem de tentar, de alguma forma, impedir o livre e indispensável exercício da advocacia.

Perdendo pontos:

(01) A economia de Santarém, que caminha a passos largos em direção ao fundo do poço, e as autoridades constituídas ficam vendo a banda passar, como se elas não tivessem o dever constitucional de lutar para garantir o desenvolvimento regional, erradicar a pobreza e a marginalização, reduzindo as desigualdades sociais tão patentes, que meros “lari lari” nunca resolveram, principalmente propaganda institucional hipócrita. (02) Os sistemas de comunicação de Santarém, especialmente, a telefonia fixa, que depois de assumida pela empresa OI virou uma verdadeira bagunça, pois para se conseguir uma ligação – quando se consegue – tem que se tentar umas três ou quatro vezes. É isso aí, cada dia a mais Santarém afunda em algum setor da sociedade organizada, e ninguém faz nada. Que absurdo!

Pontuando:

●Em uma roda de amigos nos corredores do Fórum, um deles indagou dos demais qual seria a postura da Prefeita Maria do Carmo no que pertine à realização de certas obras públicas que reclamam ações imediatas, tais como: recuperação das ruas mal asfaltadas da cidade; recuperação das vias que ficam nas áreas dos bairros periféricos; continuidade de obras de maior vulto, ainda paralisadas, afora outros problemas de interesses públicos imediatos. Várias opiniões foram dadas. Um dos interlocutores chegou a dizer que a Prefeita vai fazer igual ao que fez no primeiro mandato: deixar tudo para o ano das eleições de 2010, pois o povo esquece rápido os momentos ruins e só lembra do que é feito em véspera de eleições. Será? Não acredito que seja esta a atitude da Prefeita, considerando acima de tudo, a situação caótica da cidade e de Alter do Chão. Vamos aguardar! ●Ainda no assunto: me entristece ver Santarém cheia de buracos, com algumas vias intrafegáveis, com iluminação precária e principalmente, trafegar no viaduto (nosso cartão postal), às escuras e com o piso asfáltico todo deteriorado. Fico mais revoltado, porque esta obra que antes foi objeto de disputa judicial, para a sua construção, no Governo Lira Maia, foi alvo de festa na inauguração, por Maria do Carmo, e hoje está praticamente abandonada. Ilustre Prefeita, não deixe de implementar as obras necessárias e urgentes. ●Se você tiver alguém de sua família que precisa de pediatra em fins de semana, não conte com um, salvo se for seu amigo. É que nos sábados e domingos nenhum hospital mantém pediatra de plantão, tampouco o Hospital Municipal, deixando as criancinhas doentes aos cuidados de médicos não especializados. Como a saúde em Santarém é atrasada e ninguém faz nada! ●O aeroporto de Santarém, mais parece um mercado, tamanha a bagunça no saguão, sem cadeiras e sem qualquer conforto, com uma multidão ávida para embarcar. Agora nas férias tudo piora, até porque a promessa feita pelo Vice Governador, da reforma e construção de um novo, nunca saiu do papel, é só balela. Também quem manda termos governantes que não estão nem aí para o povo! ●Enquanto isso, o Senador José Sarney é alvo de uma lista de 18 denúncias, como Presidente do Senado. A maioria delas, de nomeação de parentes dele para cargos no Senado, por ato secreto. Ainda assim, ele preside reunião com a cara mais deslavada do mundo. ●A ilustre Prefeita já fez a degola de alguns servidores que assumiram nos primeiros meses do ano e que não foram indicados por ela, desrespeitando a indicação de quem lhe foi fiel até a última hora. ●Os dois advogados indicados pela OAB Nacional para comporem o Conselho Nacional de Justiça, tiveram seus nomes aprovados no Senado Federal. ●Enquanto alguns Estados do Norte querem alterar o fuso horário de algumas regiões, o Senado, através de sua Comissão de Assuntos Econômicos aprovou projeto de lei nº 486/08, que unifica o horário em todo o território nacional. Agora o projeto vai para a Comissão de Rel. Exteriores e Defesa Nacional (CRE), em decisão terminativa. ●O Deputado Paulo Rocha, encaminhou a este colunista um exemplar do seu informativo “Dito & Feito”. Agradeço, todavia, condeno a atitude do deputado quando contraria os interesses de Santarém e da Região, mesmo vindo buscar votos aqui, na época das eleições. ●Você sabia que, se alguma casa bancária abrir uma conta corrente em que o correntista apresenta documentos falsos, o Banco responde por todos os prejuízos (morais e materiais), causados ao terceiro que teve o nome indevidamente usado? Isto já foi decidido pelo STJ. ●A hipoteca judiciária que os advogados conhecem e que está estabelecida no art. 466 do CPC – hipoteca de um bem imóvel para garantir a liquidação de uma sentença – é um direito do credor e uma faculdade do Juiz de deferi-la de ofício, como decidiu recentemente o Superior Tribunal de Justiça. ●A reforma eleitoral que estava em pauta para julgamento, foi adiada para a próxima semana, ela que é fruto de um projeto de lei em andamento, cujo adiamento se deu por um acordo dos líderes partidários, visando um melhor exame do texto da mesma. ●A nota publicada no Diário do Pará do dia 01/07/09, de autoria da Dra. Ângela Sales (Presidente da Seccional da OAB/PA), dando conta da indicação do Dr. Ophir Cavalcante Júnior para presidir o Conselho Federal e do Dr. Jarbas Vasconcelos, para Presidência do Conselho Seccional, pegou de surpresa os advogados de Santarém, não pela indicação do Dr. Ophir, mas pelo acordo com o Dr. Jarbas Vasconcelos, visto que nunca houve uma consulta às bases da Subseção de Santarém e de Itaituba, sobre a indicação, pelo que sei.

Santarém, quem te quer bem!

Ivair Chaves
Empresário e ainda Produtor Rural

Antes, há pouco tempo Tu eras abastecida com hortifrutigranjeiros, e boa parte de grãos principalmente de farinha e de arroz, que ainda exportava para Manaus e Macapá os excedentes destes produtos. Hoje quase tudo que abastece as mesas desta população, vem de fora do município e até do Estado gerando para a origem os impostos e mais a mão de obra muito necessária aqui a nossa Região.

E nós aqui vendo a migração dos pequenos produtores na minoria vindo das várzeas e planalto a se mudar para a Cidade trocando de produtor para consumidor, e o pior crescendo a periferia da Cidade, ficando sem cômodo e mal agasalhado, trazendo da zona rural a profissão que não conduz com a cidade. E ai derivando daquela vivencia e costumes para outra vida bem mais violenta e viciada daquela do interior. Partindo assim para o trabalho escravo degradante. Esta vinda também se dá pela oferta das bolsas (que nem tenho o nome de todas) quando conseguem se cadastrar para receber o mísero valor que nem dá para a Família alimentar-se dignamente, e sobrar para outras necessidades, aí começa a crise de saúde onde se vê nas filas dos hospitais clínicos particulares e públicos, casas de saúde, postos etc., um dos seguimentos que mais cresce em nossa Cidade, ainda bem gerando emprego ao setor da construção civil.

Outro motivo da migração, campo cidade, são as proibições para quem ainda tenta trabalhar na agricultura pelas exigências de plano e política publica que pelos atos deixam de gerar muito emprego e renda para a cidade e região, onde muito destes produtores foram chamados e assentados pelo próprio governo que hoje lhes proíbem. Na época eles vieram para trabalhar após abertura das Rodovias Santarém Cuiabá e Transamazônica e várias vicinais abertas para eles.

A regra era que quem trabalhasse teria crédito para investimento e custeio inclusive moto serra, foi quando vimos a maior produção de gêneros nesta região principalmente o arroz e a farinha que abasteceu grande parte do Nordeste e permaneceu a R$0,30 o kg dos preciosos alimentos, o farelo o saco de 30 kg custava R$3,00 e servia para alimentação de pequenos animais para custeio das famílias e ainda para vender os excedentes, hoje quem não tiver R$3,00 não coloca 1 kg de arroz e 1 kg de farinha na mesa, alimento indispensável para a população mais carente. Dizem os mais esclarecidos que os estados e paises com maior desenvolvimento e mais poderosos conseguem na agricultura as suas independências e é certo, o retorno é mais rápido e o investimento mais saudável. Experimente plante uma semente adube, regue e colha várias sementeiras.

Hoje, segundo dados publicados têm na região mais de 600 mil hectares de áreas já trabalhadas e incorporadas não tendo necessidades para mais derrubadas para se produzir, basta levar a sério o plano do governo que também tenta acertar. O Programa Mais Alimentos é o plano criado exatamente para atender o grito de não derrubar mata todos estenderam: governo, fábrica de tratores e implementos, financiadores, fornecedores, revendedoras e transportadoras todos sacrificaram seus lucros e colocaram trator pequeno com implemento a juros de 2% ao ano em 10 anos para pagar, entrega na roça com a primeira revisão totalmente grátis, este é o plano do Ministério do Desenvolvimento Agrário, só que aqui não decolou, os projetos não andam, é muita burocracia criada para dificultar o crédito. O produtor cansa, se aborrece, desiste e o recurso é devolvido para outras regiões que estão fazendo bom proveito.

Não satisfeitos com este engessamento para o produtor rural, atigem os pecuaristas proibindo de vender aos frigoríficos seus bois criado em área não legalizada e ainda são taxados de invasores e grileiros, tem sim alguém nesta situação, onde não tem mal intencionado e aproveitador?

Porém a estratégia é para quem ainda tentam criar deixem suas propriedades e posses para criar capoeiras e mata para satisfazer o ego dos ambientalistas pagos pelos grandes paises ricos que já se dizem donos da nossa Amazônia que assistem tudo e não se importam com o bem dos filhos desta rica região pobre de liderança política e gestores comprometidos com o futuro, principalmente desta juventude que ai está nas escolas e faculdades e serão os futuros gestores e administradores desta região, atentem, vocês poderão evitar a morte lenta desta habitação amazônica pela troca do pulmão amazônico mais cobiçado do mundo.


CARA E COROA: uma de pau, outra de jornal

Bellini Tavares de Lima Neto

É interessante observar como certas expressões, por mais usadas e batidas que possam ser, conservam o caráter de precisão e clareza quanto ao que pretendem definir ou ilustrar. Quem nunca ouviu o conhecidíssimo “são duas faces da mesma moeda” para indicar a similaridade gêmea entre duas situações ou circunstâncias? Existe, de fato, uma série de sentimentos e atitudes que, por mais que se pareçam completamente diferentes e às vezes até frontalmente opostos, acabam se revelando exatamente idênticos, só mudando a aparência externa. Amor e ódio, por exemplo, costumam mudar de lado sem a menor cerimônia, justificando plenamente a afirmativa de que entre eles a fronteira é quase nenhuma, tênue, imperceptível. Quantos casos não se têm noticia de pessoas que defendem de forma absurdamente rigorosa um comportamento moral espartano em relação à sexualidade, condenando sem a menor clemência qualquer desvio dos parâmetros mais conservadores e rígidos que a mentalidade mais vitoriana possa conceber. E eis que, um belo dia, se descobre que o candidato a santo nunca passou de um grande devasso enrustido, desses que se babam de luxuria usando a calcinha da parceira como gorro e dando base à idéia de que tarado é aquele sujeito que faz o que todo mundo faz, mas é pego. Isso tudo e muito mais é o universo daquilo que se designa como “faces da mesma moeda”.

E por fala nisso tudo, será que alguém ainda se lembra da Copa do Mundo de Futebol no México em 1970? O Brasil vivia momento dos mais agudos do período da ditadura militar. Grupos armados, perspectiva de guerrilha urbana e rural, seqüestro de embaixadores, prisões arbitrárias, militantes desaparecendo de lado a lado. E chegou a Copa do Mundo. Havíamos sofrido uma verdadeira humilhação na anterior, em 1966, na Inglaterra, com os nossos descobridores e colonizadores nos despachando mais cedo. Era a hora do revés e a pátria mais uma vez se calçou de chuteiras para defender a honra nacional. O técnico da seleção era o jornalista João Saldanha que, dentre outras coisas, se mostrou um bocudo de primeira. Sim, porque, em meio aos preparativos, eliminatórias e tudo mais, o então presidente de plantão, um militar de nome Emilio, resolveu dar palpites nas convocações. E, em meio aquele clima de hostilidades e insegurança que se vivia, o técnico da seleção não hesitou em mandar um recado ao palpiteiro federal: Emilio, escalaria o ministério enquanto ele, Saldanha, escalaria a seleção. Não durou muito, é claro. Foi rapidamente substituído por um outro cidadão bem mais maleável e flexível que resolveu atender a sugestão do palpiteiro de gandolas e dragonas. A seleção foi ao México, arrasou adversários e voltou consagrada trazendo em caráter definitivo a tão cobiçada Taça Jules Rimet que, de fato, conheceu seu último dono: foi furtada e aparentemente derretida pois nunca mais se teve noticia dela. Mas isso só aconteceu algum tempo depois da conquista. Essa, em si, sacudiu o país que se esqueceu do momento dramático que vivia e se permitiu extravasar uma enorme euforia que, ao menos para alguns, andava reprimida por conta do medo. E o Sr. Emilio e toda a turma do comando se empanturrou e se lambuzou de demagogia entrando firme na onda da comemoração e quase demonstrando que o sucesso da seleção era fruto da política que fazia do Brasil “um pais que vai pra frente”.

Os críticos da ditadura militar na época tiveram que engolir a indignação pois, tirando malucos do naipe do João Saldanha, pouca gente se atrevia a ousadias dessa ordem. Quando a ditadura se retirou de cena, foi possível, então, trazer à tona o quanto aquela vitória na Copa do Mundo foi explorada pelos donos do país na época para fins demagógicos e de auto-celebração. Era um regime ilegítimo tentando ganhar simpatia da massa por meio do esporte mais popular do país. Mas, felizmente, o tempo passou e isso tudo virou história. Muitos daqueles que combateram a ditadura militar se alçaram à condição de dirigentes políticos nos dias de hoje. Pode-se dizer que quase todo ou, ao menos, boa parte daquele contingente que se insurgiu contra o regime da época está, hoje, na política nacional. Portanto, aquele tipo de comportamento demagógico adotado pelo Sr. Emilio e sua troupe não tem mais espaço no Brasil moderno e emergente. Não mais se concebe que autoridades, independente do escalão a que pertençam, possam pensar em se aproveitar de eventos esportivos para alavancar a própria imagem e incrementar popularidade.

Portanto, o fato de a delegação da equipe paulista que recentemente conquistou um campeonato nacional no país, ter tido que alongar a viagem de retorno à cidade natal e fazer uma escala em Brasília para que o Presidente da República possa cumprimentar os integrantes, deve ter alguma outra explicação. E, em conseqüência, os torcedores que aguardavam os jogadores para uma celebração já no aeroporto por volta de 12:00 horas, vão compreender que eles só chegarão bem mais tarde. Os motivos para o atraso certamente são justificáveis.

Ah, a história das duas faces da mesma moeda? Não sei. Acho que me confundi.

02 de julho de 2009