segunda-feira, 2 de novembro de 2009

Governadora cumprimenta jogadores do Pantera

Da Agência Pará

Mesmo ainda convalescendo da cirurgia a que foi submetida na última sexta-feira (30), a governadora Ana Júlia Carepa fez questão de gravar uma mensagem de cumprimentos ao São Raimundo pela conquista do título de campeão brasileiro da Série D, com a vitória de 2 x 1 sobre o Macaé, do Rio de Janeiro, na tarde de domingo, no estádio Jader Barbalho, em Santarém. “O São Raimundo não se intimidou, fez a virada e venceu, o que mostra a garra do nosso povo”, afirmou. Para a governadora, a conquista representa a vitória do esporte paraense e faz jus às torcidas que apoiam o futebol. “Essa vitória é motivo de muito orgulho para todos nós”.

Além das transmissões dos jogos pela Fundação de Telecomunicações do Pará (Funtelpa), o governo do Estado, por meio da Secretaria de Esporte e Lazer (Seel), apoiou o São Raimundo com a destinação de passagens aéreas para as partidas realizadas em Natal (RN) e Volta Redonda (RJ). O titular da Seel, Jorge Panzera, disse que dentro das possibilidades institucionais o governo continuará apoiando o São Raimundo a buscar o patrocínio de empresas para profissionalizar ainda mais sua equipe.

A corrida eleitoral, hoje(o futuro é uma incógnita)

Lúcio Flávio Pinto

O deputado federal Jader Barbalho aparece em primeiro lugar em todas as prévias eleitorais, tanto para o governo do Estado quanto para o Senado. Se a eleição fosse realizada agora, ele seria o vencedor? Ainda que a pesquisa fosse 100% certa, não necessariamente. Pode-se até ir além: provavelmente não. O aparente paradoxo tem uma explicação simples: nenhum político é mais conhecido no Pará do que Jader Barbalho (e nenhum líder paraense fora do Estado). Por sua longa exposição e pelo tipo de exposição que o caracteriza, ele provoca reações extremadas, passionais, de amor e ódio, de aprovação e de rejeição. Daqui até o dia da eleição, dentro de um ano, seu desempenho não deverá mudar. E não mudando, ele tem voto para decidir a eleição majoritária dos outros, não tem para garantir a dele próprio.

O eleitorado cativo do ex-governador não vai além de um quarto do universo do voto. É o bastante para colocá-lo sempre na cabeça da principal disputa proporcional, por uma cadeira na Câmara Federal, onde já está. Pode, por vantagem mínima, fazê-lo voltar ao almejado Senado. Como são dois os lugares oferecidos em 2010, não deverá haver surpresa: um deles já é do líder do PMDB, a não ser que surja uma surpresa absoluta, totalmente surpreendente, para cancelar essa previsão.

Não importa a Jader Barbalho quem será o concorrente senatorial: sua votação independe da segunda alternativa de tal maneira que qualquer um poderá ocupá-la. Nas sondagens sobre a segunda vaga, Jader cai do primeiro para o segundo lugar mais por efeito da gravidade. O eleitor está certo de que uma das vagas é dele, por força de sua presença em todo território paraense. Ninguém, no Pará, é indiferente a Jader. Quem mais ocupa tal posição? Nenhum dos tucanos, que devem sua força mais à máquina e às circunstâncias do que a carisma pessoal. E nem dos petistas, também experimentando essa nova dependência.

Os boatos sobre a exigência que Jader teria imposto ao PT, de abrir mão de concorrer ao Senado em troca da renovação da aliança de 2006, não tem a mínima lógica. Jader e os petistas sabem muito bem que o partido da governadora não pode deixar de concorrer ao Senado, sob pena de enfraquecer o cabeça da chapa. Além do mais, é perfeitamente viável que Jader e Paulo Rocha possam ser eleitos para as duas vagas, sem incompatibilidade.

Transformar essa disputa em empecilho para um acordo geral seria apenas demonstração de má-vontade, ou de ajuste de contas, já que o PT traiu o compromisso de votar em Elcione Barbalho, quando ela foi candidata ao Senado contra o atual prefeito, Duciomar Costa. E perdeu justamente porque os votos petistas não migraram para ela, como esperava. Para os políticos, mais do que para qualquer outra categoria profissional ou técnica, conta muito o ditado segundo o qual águas passadas não movem moinho. A vingança ficará (se ficar) para outra oportunidade, quando já estará perto de congelar.

Se Jader já não está em campanha aberta para o Senado é porque ainda precisa avaliar melhor os efeitos dessa decisão. Sabe que seus inimigos irão reagir de imediato, usando sua melhor arma: a grande imprensa nacional. Jader é o melhor espantalho anticorrupção. Deu todos os motivos para a campanha moralista que seu nome desencadeia, como um estigma tão evidente que funciona como boi de piranha. Enquanto a opinião pública se farta nessa carne cevada, uma manada de corruptos passa ao largo, valendo-se da cegueira provocada pela luz que se irradia do corpo putrefato do político paraense, em função dos holofotes poderosos voltados contra ele pela grande imprensa. Antes de decidir pela volta ao Senado, ele precisa estar convencido de poder voltar por cima, o que pressupõe o domínio sobre antídotos capazes de anular os efeitos colaterais dessa candidatura.

Já a especulada candidatura de Jader ao governo do Estado não tem qualquer base numérica, quantitativa, factual ou especulativa, ao menos a especulação com base nas evidências lógicas. O ex-ministro já não tem votos suficientes para enfrentar a principal disputa majoritária. Ele tem que se contentar com a condição de fiel da balança. Ela pode até lhe ser mais agradável, se o seu senso de realismo não tiver sido afetado pela picada da mosca azul, dada a sua condição de interlocutor do presidente da república e um dos parlamentares mais influentes no Congresso Nacional. A aventura governamental pode lhe custar caro.

Até seus planos para a constituição de uma oligarquia familiar precisam ser relativizados pelo pouco sucesso do filho, Hélder Barbalho, prefeito do segundo mais importante município paraense, em se colocar à altura do pai como liderança política. Jader vai precisar de mais tempo para encorpar um sucessor na linhagem, que talvez, para o bem de todos e felicidade geral do Estado, pode acabar interrompida.

Para o governo, apenas Ana Júlia Carepa é candidata – e já em campanha. É de se esperar que ela passe para o segundo turno e o vença. O que ainda não se pode garantir é a possibilidade de sua vitória já no primeiro turno. Desde a adoção da reeleição, ela é a candidata que, no exercício do governo, começa a campanha eleitoral com o menor índice de aprovação. Vai precisar andar, gastar, falar e mudar muito (já que não mudou o Estado, como prometera) até lá, se não quiser ter um destino pior do que o de Simão Jatene, o candidato que podia ter sido e não foi.

O gol da reação do Pantera


Michel, aos 28 minutos do segundo tempo.