terça-feira, 25 de novembro de 2008

Demitido gerente do Ibama em Santarém

Daniel Cohenca não é mais gerente regional do Ibama em Santarém. Ele foi demitido, hoje, através de portaria publicada hoje no Diário Oficial da União.
Em seu lugar foi nomeada Polyana Magalhães Nunes.

Memória de Santarém - Lúcio Flávio Pinto

Mapiri mudado

De "recanto aprazível para as famílias passarem seus tranqüilos fins de semana", o Mapiri se transformara, em 1964, em "verdadeiro e perigoso centro de depravação". Suas praias "são palcos de bacanais cotidianos, para onde inexperientes jovens, atraídos pelas tentadoras propagandas volantes das casas de danças denominadas de 'boates', instaladas no local, ingressam no submundo da devassidão".
Indignado, O Jornal de Santarém queria que a polícia interviesse "no sentido de não permitir que antros da perdição dessa natureza continuem ameaçando a paz da família santarena". Ainda mais porque o jornal se dizia informado de que "até a prática de jogos do azar existe no Mapiri".

Escola de comércio

O novo prédio da Escola Técnica de Comércio de Santarém foi concluído, mas, no final de 1964, faltavam os equipamentos para a escola funcionar, especialmente as carteiras. A diretora, Sofia Fernandes Imbiriba, com o apoio da Associação Comercial, instituição mantenedora, deu início então a uma campanha de subscrição popular para a compra dos equipamentos escolares. "As autoridades, o comércio e o brioso povo santareno não permitirão que se humilhe por mais tempo a nossa mocidade, que necessita instruir-se", saudou Jaime Carvalho, sob o pseudônimo Jarvalho.
O problema foi resolvido quando a Assembléia Legislativa do Estado aprovou projeto do deputado José Saraiva de Macedo alocando o dinheiro necessário para a aquisição dos móveis e o governador Jarbas Passarinho sancionou a iniciativa. Os equipamentos foram entregues em seguida.

Rádio Rural dá péssimo exemplo

A ornamentação feita pela Rádio Rural na avenida São Sebastião para o círio deste ano, utilizando sácos plásticos, está contribuindo para que os esgotos e bueiros da zona central fiquem entupidos.
É que o material não foi removido a tempo de evitar que a chuva desta madrugada os enchesse de água. Com o peso e o vento, os sacos plásticos foram parar na sarjeta. Daí foi só um empurrãozinho da enxurrada até os bueiros.
O protesto é do leitor Antenor Giovaninni.
Está registrado.

Índios Mapuera ganham registro civil

Índios das 12 etnias que vivem no município de Oriximiná, no oeste do Pará, dentro da Terra Indígena Trombetas-Mapuera, tiveram uma motivação diferente para cruzar corredeiras rumo ao distrito de Cachoeira Porteira - uma área cercada por 85 quedas d'água - na última semana. Foram em busca do direito de existir como cidadãos, com registro de nascimento, carteira de identidade e carteira de trabalho.
Em três dias foram feitos 102 registros de adultos e 120 retificações de certidões de nascimento de indígenas registrados com nomes portugueses, que queriam ter os registros com nomes indígenas.

Colégio se exime de responsabilidade sobre trilha de alunos nas matas do BEC

É de se estranhar que a direção do Colégio Dom Amando tente atribuir aos militares do 8º BEC a responsabilidade única pelo fato dos alunos do CDA terem ficado perdidos nas matas de Piquiatuba durante sete horas, na noite da última quinta-feira.
Não que o oficial que conduziu o grupo tenha que ficar isento das críticas, uma vez que o tenente Batista não dispunha, naquele momento, de equipamentos de localização ou nem mesmo uma lanterna.
O que a direção do CDA não quer assumir é que a trilha, batizada de caminhada ambiental, a décima-primeira, por sinal, é uma atividade de exclusiva responsabilidade da escola que para tal, pediu autorização aos pais para que os alunos da 8ª Série dela participasse e colocou para acompanhá-los dois professores de educação física.
Aí que o caso ganha a complexidade muito além do jogo de empurra-empurra travado, através de notas oficiais, entre a direção do CDA e o comando do 8º BEC. Havia dois professores a coordenar o grupo que se enveredou pelas trilhas. Em primeira análise, esses dois docentes, funcionários do CDA, é que são os responsáveis pelo fato dos menores terem adentrado nas matas já no meio da tarde.
Se tivessem prudência, os referidos professores deveriam ter abortado a caminhada. Se não o fizeram, trouxeram para o colo do colégio a responsabilidade pelo o que viria acontecer horas depois.
A presença de guias do exército não era garantia de segurança. Quando muito, um incentivo a mais à excursão que, salvo engano, exigia pagamento de quem dela quisesse participar. O ponto central está no horário em que a trilha começou. Aqui fica a pergunta: - por quê essa trilha não foi feita de manhã, num dia de sábado, por exemplo?
Pelo visto, está sendo cômodo para a direção do CDA transferir para os ombros do exército a responsabilidade pela trilha. Até parece que os soldados do BEC invadiram o CDA e levaram à força os alunos até a serra do Piquiatuba e lá os obrigaram a adentrar na mata sob a mira de fuzis. Nada disso aconteceu. Ao contrário, os alunos rumaram alegres e faceiros para aquela aventura .
Se alguém atrasou a viagem até o local de início da trilha, essa informação o CDA está a dever à sociedade. Quem sabe esse seja o ponto crucial nesse emaranhado de versões que tentam escamotear a verdade sobre a responsabilidade por uma infeliz trapalhada militar-educacional-ambiental.

Crise terá grande impacto na indústria de produtos de madeira



Raimundo José Pinto:

A desaceleração da economia mundial, resultante da crise que se iniciou nos Estados Unidos, terá grande impacto na indústria de produtos de madeira sólida, com reduções no consumo e nos preços nos principais mercados e ainda com as novas restrições legais, técnicas e ambientais. Este é um dos trechos da Carta de Curitiba, divulgada na sexta-feira (21), ao final do IV Congresso Internacional de Produtos de Madeira Sólida de Florestas Plantadas, em Curitiba.
Como a recuperação da demanda nos grandes mercados deverá ocorrer de forma gradual e lenta e a volta do crescimento do consumo deverá ocorrer somente a partir de 2010, o documento destaca como importante a adoção de ações no curto prazo.

“Existem oportunidades que devem ser exploradas pela indústria e investidores do setor para mitigar os problemas no curto prazo e assegurar o crescimento sustentado no médio e longo prazo, incluindo a diversificação de mercados e produtos, na busca de alternativas inovadoras de financiamento e a adoção de novas tecnologias para ganhos de produtividade”, diz o documento.
Embora o setor privado deva ser o principal responsável pela implementação de ações necessárias à exploração das oportunidades identificadas, a Carta de Curitiba destaca que a participação governamental e de outros agentes de desenvolvimento é, neste momento, “de fundamental importância para garantir a sobrevivência de um setor econômico importante para a geração de emprego e renda, e ainda com forte contribuição ao equilíbrio ambiental”.
Os participantes do congresso recomendam, entre outras coisas, que o setor privado defina, “através de suas entidades de classe em conjunto com o governo, uma estratégia nacional para mitigar os impactos da crise atual e assegurar o desenvolvimento sustentado da indústria de madeira sólida, baseado em plantações florestais”.
Outra recomendação é para que “o governo assuma a responsabilidade pela criação de mecanismos de apoio ao setor, através de ações concretas que poderão incluir entre outras, investimentos diretos em programas e projetos, financiamentos, incentivos e outros”.

Juiz nega liminar, mas abre debate sobre fotos de pessoas vítimas de acidentes ou mortes brutais nos jornais de Belém



O juiz Marco Antônio Lobo Castelo Branco indeferiu, na tarde de sexta-feira (21), pedido de liminar na Ação Civil Pública que visa impedir os jornais Diário do Pará, O Liberal e Amazônia Jornal de divulgar e utilizar de forma inadequada e lesiva imagens de crianças e adolescentes vítimas de acidentes ou mortes brutais.
Na ação ajuizada pela Secretaria de Justiça e Direitos Humanos, Centro de Defesa da Criança e do Adolescente (Cedeca/Emaús) e Sociedade de Defesa dos Direitos Humanos (SDDH) os argumentos são de que as imagens são usadas de forma inadequada e lesiva aos direitos constitucionais da pessoa humana e do respeito aos mortos. Conforme os autores, as imagens das crianças e adolescentes não se coadunem com a preservação da dignidade da pessoa humana e do respeito aos mortos.
Ao analisar o pedido, o juiz considerou que “o assunto é de extrema relevância, sendo oportuno e, de fato, exige reflexão da sociedade de um modo geral, inclusive do Poder Público, agora provocado por uma manifestação judicial”. Ele assinalou no despacho que o caso não é simples e exigirá um amplo debate, e não restrito apenas à esfera do Poder Judiciário e dos autores da ação, mas, de todos os setores da sociedade.
Para o juiz Castelo Branco, “a questão principal é saber os limites da liberdade de expressão, especialmente quanto a fatos, fotos e símbolos utilizados comercialmente pelas empresas jornalísticas”. Ele destaca que esta discussão, não é nova no mundo e que surge no momento, pela banalização da violência e que, “é apenas reproduzida pelos jornais no Brasil todo”. O juiz entende também que não se trata de analisar a constitucionalidade da reprodução da violência nos jornais, mas passa também por questões éticas que precisam ser discutidas amplamente, e que transitam pela cultura popular.
Ele indefere o pedido de liminar, mas pede a citação dos jornais para que ofereçam contestação no prazo de lei. Pede também a notificação do Sindicato dos Jornalistas, bem como a Associação Nacional de Jornais, para que acompanhem o processo, além da participação do Ministério Público.
(Fonte: Pará Negócios)