terça-feira, 25 de novembro de 2008

Colégio se exime de responsabilidade sobre trilha de alunos nas matas do BEC

É de se estranhar que a direção do Colégio Dom Amando tente atribuir aos militares do 8º BEC a responsabilidade única pelo fato dos alunos do CDA terem ficado perdidos nas matas de Piquiatuba durante sete horas, na noite da última quinta-feira.
Não que o oficial que conduziu o grupo tenha que ficar isento das críticas, uma vez que o tenente Batista não dispunha, naquele momento, de equipamentos de localização ou nem mesmo uma lanterna.
O que a direção do CDA não quer assumir é que a trilha, batizada de caminhada ambiental, a décima-primeira, por sinal, é uma atividade de exclusiva responsabilidade da escola que para tal, pediu autorização aos pais para que os alunos da 8ª Série dela participasse e colocou para acompanhá-los dois professores de educação física.
Aí que o caso ganha a complexidade muito além do jogo de empurra-empurra travado, através de notas oficiais, entre a direção do CDA e o comando do 8º BEC. Havia dois professores a coordenar o grupo que se enveredou pelas trilhas. Em primeira análise, esses dois docentes, funcionários do CDA, é que são os responsáveis pelo fato dos menores terem adentrado nas matas já no meio da tarde.
Se tivessem prudência, os referidos professores deveriam ter abortado a caminhada. Se não o fizeram, trouxeram para o colo do colégio a responsabilidade pelo o que viria acontecer horas depois.
A presença de guias do exército não era garantia de segurança. Quando muito, um incentivo a mais à excursão que, salvo engano, exigia pagamento de quem dela quisesse participar. O ponto central está no horário em que a trilha começou. Aqui fica a pergunta: - por quê essa trilha não foi feita de manhã, num dia de sábado, por exemplo?
Pelo visto, está sendo cômodo para a direção do CDA transferir para os ombros do exército a responsabilidade pela trilha. Até parece que os soldados do BEC invadiram o CDA e levaram à força os alunos até a serra do Piquiatuba e lá os obrigaram a adentrar na mata sob a mira de fuzis. Nada disso aconteceu. Ao contrário, os alunos rumaram alegres e faceiros para aquela aventura .
Se alguém atrasou a viagem até o local de início da trilha, essa informação o CDA está a dever à sociedade. Quem sabe esse seja o ponto crucial nesse emaranhado de versões que tentam escamotear a verdade sobre a responsabilidade por uma infeliz trapalhada militar-educacional-ambiental.

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