quarta-feira, 27 de janeiro de 2010

UFPA /Ufopa realiza terceira etapa do vestibular dia 11 de fevereiro

Será dia 11 de fevereiro, uma quinta-feira, a terceira e última etapa do vestibular da UFPA/Ufopa, com prova de 9 disciplinas e redação.

Fonte luminosa, em cidade com ruas cheias de buracos


A prefeitura de Santarém inaugura amanhã uma praça no interior do bosque da cidade que ostenta um equipamento vistoso, ironicamente numa cidade em que falta água encanada um dia e no outro, também.

Uma fonte luminosa é, por assim dizer o creme de la creme dessa praça que custou cerca de 200 mil de reais aos cofres públicos muncipais.

Tudo muito bom, tudo muito bem.

Espera, depois dessa, que as próximas inaugurações sejam de ruas asfaltadas ou recuperadas.
(Foto: PMS)

Padre Edilberto, o repórter do FSM


Um confrade gaúcho enviou ao Blog do Estado a fotografia do padre Edilberto Sena, na sala de imprensa do Fórum Social Mundial, que está se realizando em Porto Alegre.

Edilberto, que é diretor da Rádio Rural, dá flash para a emissora, grava seus editoriais por telefone, alimenta o site da rádio e ainda fica conectado ao gmail com suas fontes e parceiros de Santarém.

O que Edilberto não consegue realizar em Porto Alegre, ainda, é celebrar uma missa, mas ele espera vestir a batina até sexta-feira, data do encerramento do FSM.

Crônica de 4ª Feira - Os dois carros que assustaram minha mãe

Miguel Oliveira
Editor-chefe


Em tempos de vacas magras, nossa vida familiar era regrada, no início dos anos setenta, em Santarém. O esforço sobrenatural de minha mãe Sarita, que começou a vender açaí amassando os frutos no alguidar para depois peneirá-lo, para complementar nossa renda familiar, tinha um objetivo: permitir que tivéssemos uma educação de qualidade.

Contando os trocados, economizando aqui e acolá, mamãe quase não saia de casa, a não ser para ir à feira, todas as manhãs, à exceção de domingo, que ela reservava para ir ao velho estádio Aderbal Caetano Corrêa, em dia de jogos do São Raimundo. Além de cultivar o hábito de ouvir rádio - costume que herdei, além de torcer pelo Pantera Negra-, o mundo dela se resumia aos filhos, que ela sonhava, um dia, que todos seriam 'doutores'. Sonho realizado plenamente, antes de deixar a vida terrena, em 1993.

Sem tempo para perceber o mundo ao seu derredor, mamãe levava alguns sustos com situações inusitadas provocadas pelos meus irmãos. Eu e Airton, que hoje é chefe do escritório do DNPM, em Porto Velho(RO), somos testemunhas de alguns frêmitos que mamãe sentiu.

Airton, ou 'Tapioca', como a maioria dos amigos de infância se lembra dele, tinha dois camaradas. Um, no tempo de ginásio, para jogar futebol, era Everadinho, este mesmo que vocês estão pensando, o hoje todo-poderoso secretário municipal de planejamento. No científico do CDA, Tapioca não dispensava a companhia de Edílson Moura no estudo, hoje engenheiro civil do grupo Líder, de Belém.

Certo dia, quando estava se encerrando no rádio "A Voz do Brasil", ouviu-se a buzina de um automóvel parado à porta de nossa casa, na rua do Imperador. Ato contínuo, aquele toc-toc na velha porta de madeira. Pela fresta, mamãe enxergou um carro luxuoso, preto reluzente.

- O que foi que ao aconteceu? Pensou, logo, minha mãe no pior.

Ao ganhar à calçada, lá estava ele, de cigarro na ponta dos dedos: o prefeito Everaldo Martins, amparado pela porta de seu automóvel Itamaraty.

- Boa noite dona Sarita. Posso entrar? Perguntou o prefeito.

- É melhor não, respondeu minha mãe, de bate-pronto.

- O que o senhor deseja?

Dr. Everaldo era amigo de meu pai Petronilio, que chefiava o escritório local do então Departamento Nacional de Endemias Rurais(DNERu), mas nunca tinha nos visitado. Deveria haver um motivo muito importante para aquela visita fora de hora.

- Tenho uma reclamação a lhe fazer. Seu filho bateu no meu filho, no jogo de bola, hoje à tarde, no campinho da praça São Sebastião. Eu exijo providências da senhora.

Na sala, com o ouvido colado à porta, estava Airton, já antevendo que naquela noite iria 'dormir de couro quente', uma sutil expressão que significa levar surra dos pais.

- E eu pensei que era outra coisa, senhor prefeito, resmungou minha mãe. O senhor vem aqui nesse carro bonito, só para me participar que meu filho bateu no seu? Não precisava tanto. Pode deixar que esse moleque me paga.

Até hoje, Airton se lembra dessas boas lambadas de galho de cuieira que levou para não mais brigar na rua.

Viajando no tempo, dou um salto imaginário para contar outro susto de minha mãe, este um pouco mais grave e que quase tem desfecho trágico.

Airton e Edílson estudavam juntos. Pela manhã, era comum os dois se prepararem para as provas do Dom Amando. Até então, minha mãe só se dava conta da presença do colega de meu irmão quando ia à sala espiar a rua pela janela. Mas numa sexta-feira, foi diferente.

Naquele dia, mamãe ouviu, além da buzina, o som da sirene estridente de um veículo. Correu para a porta e deparou-se com um carro-funerário, parado em frente de casa.

Um dos meus filhos morreu! Desesperou-se dona Sarita.

- O 'Tapioca' está? Perguntou Edílson com um riso cínico no rosto.

- Quem morreu, rapaz? Me diga logo, atalhou mamãe.

- Ninguém morreu dona Sarita, respondeu Edílson, já preocupado com as feições suadas e pálidas de mamãe, na iminência de fazer um infarto.

- Vim só estudar. Esse carro é da funerária do meu irmão Manoel e ele me emprestou para vir até aqui, tentou-se explicar Edílson.

Desde aquele dia, Edílson era obrigado a estacionar seu carro-funerário bem longe de casa.
Foi a condição imposta por dona Sarita para que ele pudesse continuar estudando junto com
'Tapioca'.

Prefeitura ganha liminar para demolir construções em área de preservação invadida

Ganhou foro de legalidade a ação da Prefeitura de Santarém iniciada na última quinta-feira quando foram demolidas construções erguidas no interior de um terreno considerado área de preservação ambiental do município.

Ainda há pouco, o Blog do Estado foi informado que a PMS obteve da justiça uma liminar para prosseguir as demolições de casas, barracos e cercas dentro da área pertencente à família Corrêa, que ameaçam as matas ciliares do igarapé e até as margens do lago do Juá, como mostra a matéria publicada no post abaixo.

Lagos correm perigo com devastação


Sob o título acima, o jornal O Estado do Tapajós publicou reportagem denunciando a ameaça que a invasão do terreno da família Corrêa, às margens da rodovia Fernando Guilhon, representava para os lagos do Juá, Mapiri e Papucu.

Nenhuma providência foi tomada pela prefeitura de Santarém, a não ser recentemente mandar derrubar algumas casas que foram construídas naquela área de invasão. Mas os invasores lá permanecem sem ser incomodados.

Ainda há pouco, a Tv Tapajós exibiu reportagem mostrando que as ocupações já se aproximam da margem do lago do Juá e a luta dos pescadores para preservar um dos poucos santuários de reprodução de peixes na zona urbana de Santarém.

Transcrevemos a reportagem de Cilícia Ferreira, publicada no dia 27 de novembro de 2009:



Cilícia Ferreira
Repórter

A invasão que avança rumo ao Lago do Juá preocupa estudiosos da expansão urbana de Santarém. A ocupação desordenada é um fator de risco iminente para a destruição de um berçário de peixes e inimiga do meio ambiente.
Há quase dois meses, uma área de 1.372 hectares foi invadida às margens da rodovia Fernando Guilhon. A ocupação vem causando grandes danos ambientais que vão de derrubada e queimada da vegetação até chegar à mata ciliar - mata típica das margens dos igarapés que servem de proteção - que poderá conseqüentemente extingui-la, assim como o igarapé do Juá.
O engenheiro Roberto Branco, que já foi coordenador municipal de desenvolvimento urbano, em sua dissertação de mestrado, com o tema "a Urbanização de Santarém e a Preservação ambiental do Lago Mapiri: um estudo de caso", faz referência ao desenvolvimento urbano da cidade e importância da preservação do Lago do Mapiri. No trabalho foi abordado a formação da malha urbana que avançou involuntariamente para as áreas dos lagos e igarapés de Santarém. Ocasionando um crescimento desordenado.
A O Estado do Tapajós fez um comparativo do que já aconteceu com o Lago do Mapiri e que o poderá ocorrer com o Igarapé e Lago do Juá com a permanência dos invasores e omissão dos órgãos ambientais.
Roberto verifica que Juá e Mapiri são lagos que durante a cheia são invadidos pelo Rio Tapajós, mas durante a seca o processo é inverso, ou seja, os igarapés que deságuam no Tapajós alimentam os lagos. "Se não fossem os igarapés, durante a seca, os lagos não seriam lagos, seriam áreas baixas alagadas".
Por análise, segundo Roberto Branco, o que acontece atualmente com o Juá, tem as mesmas características do que aconteceu com o Mapiri.
O Mapiri vem sendo, ao longo dos anos, destruído em suas cabeceiras. Os invasores ocupam as áreas cada vez mais próximas do igarapé, destruindo as matas ciliares. No caso do Mapiri, o igarapé do Irurá que o mantém tem sido prejudicado pela descida de areia da Serra do Índio, onde foi retirada a ponta superior da serra a fim de reduzir a altura da serra e facilitar o pouso de aeronaves no antigo aeroporto da cidade. A ação causou um dano ambiental sério, pois os idealizadores da obra não previram o desastre do assoreamento do Irurá com a descida das terras durante a chuva.
Segundo Roberto, matando o igarapé acaba-se com a biodiversidade e transforma-se a área em um 'deserto'. Salientou o avanço das habitações do bairro do Santarenzinho às margens do igarapé, causando um estrangulamento do córrego. O engenheiro é a favor da retirada total da Serra do Índio, pois o impacto seria menor visto que a preocupação deveria ocorrer antes da retirada da parte superior da serra que lhe servia de proteção. Agora sem a proteção natural, a areia desce impactando o ambiente, assoreando o igarapé e toda região.
A proibição da retirada é incoerente na visão do engenheiro. Com a remoção total da serra, a alternativa proposta por ele seria o reflorestamento da área e a construção de uma escola florestal, um bosque ou outra área verde para a cidade.

Juá pode ter o mesmo destino do Mapiri



Atualmente, o Juá passa pela mesma ameaça de degradação do Mapiri, só que ainda é possível impedir que isso aconteça. O ideal é proteger as matas ciliares obedecendo a uma distância de 100 metros, no mínimo, e não 30 metros com prevê a lei federal. Segundo Roberto Branco, apenas os 30 metros não conseguem proteger o igarapé. Ele aponta que algumas casas de banho já se instalaram. Com a entrada dos invasores, as queimadas estão chegando até a beira do igarapé.
O engenheiro enfatiza que a destruição da vegetação que protege as margens do igarapé fará com que água da chuva conjuntamente com a terra carreie para o lago possibilitando o assoreamento. Ele diz que se espanta ao ver a omissão do governo, dos órgãos ambientais e das organizações não-governamentais engajadas na luta contra a destruição da Amazônia, não e pronunciarem e nem agirem em função do igarapé e do lago do Juá.
Segundo Roberto, a área em torno do Juá, por se tratar de um terreno muito arenoso, a queimada da vegetação e ocupação desordenada pode causar o aparecimento das voçorocas, que são grandes valas. E salienta que a vegetação é diferenciada das demais encontradas na região, no entanto, que tem grande importância para o equilíbrio ecológico da região, fazendo com que os animais se mantenham no local e o cerrado ajude não só na proteção natural do igarapé e lago, mas também no clima da cidade.
Roberto observa que nos processos expansões desordenadas é imprescindível que o poder público chegue antes da população, ou seja, fazer a urbanização organizada para que quando população chegar à área encontre um sistema viável de habitação, com os lotes definidos, com a implantação de rede de água, de esgoto e de eletricidade. Proporcionando o crescimento urbano equilibrado, evitando o caos.
O ex-coordenador de urbanismo aponta que a solução é o isolamento imediato das margens do igarapé e da praia. "Pois quanto mais tempo se omite mais área se degrada. O poder público tem essa obrigação, as margens dos igarapés, mesmo passando dentro de propriedades privadas, tem proteção legal. Isolando as margens, o restante do terreno fica a critério do proprietário para utilizá-lo de forma que não degrade o ambiente", alerta Roberto.
Ele afirmou que ao longo dos anos, o igarapé do Juá vem sofrendo ameaças de destruição e alerta que os maiores prejudicados da degradação ambiental são os próprios invasores do terreno às margens da rodovia Fernando Guilhon, que ao ocuparem desordenadamente, acarretam problemas graves de infra-estrutura, saúde pública, educação e outros danos sócio-econômicos.

Ponta do Maguary, Belterra, rio Tapajós

A praia de areias brancas em contraste com o azul do rio Tapajós, na região de Belterra.

Assim é a ponta do Maguary, em imagem captada por Eros Bemerguy.

Confirmado: Lúcio Santarém não é mais técnico do Pantera

O Blog do Estado adiantou logo cedo e agora se confirmou.

Lúcio Santarém pediu demissão do São Raimundo em caráter irrevogável.

Dengue, de novo

Jorge Eymar, diretor da Divisa, confirmou hoje o primeiro caso de dengue.

Um rapaz do bairro do Santo André está internado no HMS.

A Xenofobia Manauara

Vera Cascaes

E vocês lembram do epsódio sobre o Manauara que, em uma breve passagem por Belém, escrevia posts ofensivos em seu perfil do twitter para os paraenses ?

Esta semana, li na coluna da Vera Cascaes do jornal "O Liberal", sobre a cotidiana vida de paraenses que migram para trabalhar e morar em terras amazonenses, especialmente devido à Zona Franca de Manaus e suas oportunidades de trabalho.

Como havia dito na ocasião, via twitter, houve casos em que crianças de 5 anos na escola, praticavam o preconceito contra colegas de sala. Há casos de assassinatos. Mas não há o fim de um consenso que persevera há décadas no pensamento dos habitantes nativos da cidade de Manaus, "a capital da amazônia".

Em uma outra ocasião, falarei de uma viagem que fiz a trabalho para a capital amazonense, e quais histórias escutei a respeito do preconceito manauara.

Só para recordar, o manauara, que viajava a trabalho na ocasião, foi demitido por "não compartilhar com as políticas e idéias da empresa onde trabalhava", depois de inúmeros emails enviados às gerências da empresa da qual fazia parte. Fazia.

Leiam a coluna da Vera, que cedeu gentilmente o texto para publicação neste blog, no qual retrata muito bem a questão xenófoba manauara.

E fim de papo! (Vera Cascaes*)

Certas coisas, melhor nem saber. Mas quando se sabe...

Pois é. Na semana passada, escrevi sobre Manaus e, equivocadamente, disse que os manauaras “não estavam nem aí para essa rixa idiota”. Não é verdade, mil perdões.

A rixa, idiota, é mais exacerbada nos amazonenses, quase feroz. Interessante é que nem existe lógica pois desde a implantação da Zona Franca, as coisas têm andado mais céleres lá que cá, enfim.

Recebi alguns e-mails atestando como Manaus tem progredido, mas muitos contam algo que não imaginava tão grave. O paraense é detestado naquelas plagas e isso talvez explique porque não incluímos a bela ribeirinha em nossos roteiros turísticos.

No orkut existem dezenas de comunidades com teor de intolerância regional explicita, praticamente todas criadas por amazonenses. “Odeio o Pará” e “Odeio Paraense forever” são só um exemplo; nelas somos qualificados como sub-raça, preguiçosos, desonestos.

O inverso não chega a ser significativo; o paraense parece mais se defender daquilo que talvez nem compreenda a razão. Eu, pelo menos, não entendi.

Fiquei furiosa; tentei deixar meu teclado “de molho”, afinal, escrever sobre ódios é algo que não aprecio. Sou do bem.

Francamente, apesar de continuar achando que não estávamos prontos para a copa, que o marketing foi uma lástima, que ainda precisamos de educação e blá-blá-blá; tenho certeza que, se me soubesse tão odiada (toc-toc, mangalô dez vezes), o texto seria um pouco diferente.

Em Manaus, parece comum tratarem paraenses como ladrões; assim, “na lata”. Não é na “plebe rude”, não senhor. Num evento social, ao saber que havia gente daqui, um senhor soltou aquela piadinha infame sobre tomar conta das carteiras. As mulheres do Pará são consideradas destruidoras de lares, para ser um pouco mais delicada que a maioria dos adjetivos usados para desqualificar as paraenses.

Em 2006, Márcio Souza, autor da tetralogia ‘Crônicas do Grão-Pará e Rio Negro’ (Editora Record) comentou o tema no Diário do Amazonas. Lembrou que a rixa entre amazonenses e paraenses tem origem na intolerância e no estigma contra quem vem de outros estados; e que a rivalidade que existiu na época do Império entre o Pará e o Amazonas era “política, criativa e de alto nível”, entre “grandes empresários” que ajudaram no processo de desenvolvimento dos dois Estados. Segundo Márcio Souza, a rivalidade contra paraenses que vão para o Amazonas atraídos ‘pela ilusão da Zona Franca’, é a mesma existente contra todos os brasileiros pobres. “A imigração sempre existiu. Essa intolerância só reflete a irracionalidade das pessoas de cabeça oca. É uma manifestação racista. As pessoas esquecem que os problemas do Pará são iguais aos nossos.”

Cabeças ocas ou não, precisa-se de paciência para não levar a sério histórias que dão conta que os jogos do Remo e Paissandu estão com pouca bilheteria porque a torcida está em temporada no Amazonas. Nos presídios.

No dia seguinte ao anúncio da escolha da sede da copa, a manchete foi “Chora, Pará!”. E alguns anúncios de empregos, para caseiros, por exemplo, ressalvam que paraenses não devem se oferecer.

Por mais que isso me recorde o ódio argentino, fico tentada a lembrar que no Brasil, trata-se de acintoso crime de racismo, conforme a Lei 7716, em seu Art. 1º: “Serão punidos, na forma desta Lei, os crimes resultantes de discriminação ou preconceito de raça, cor, etnia, religião ou procedência nacional.” (Redação dada pela Lei nº 9.459, de 15/05/97). Trocando em miúdos: pode dar cadeia. No orkut, é só clicar em “denunciar abuso”.

No mais, como diria a Rejane Barros, está encerrada a coluna! E fim de papo.

* A jornalista Vera Cascaes tem 52 anos, e é cronista O Liberal, e publica o blog www.veracascaes.blogspot.com

Não tô nem aí....

Em Santarém acontecem algumas coisas inusitadas.

Uma delas envolve a assessora de esportes e lazer da prefeitura, Rita Peloso.

No meio de um turbilhão provocado pela não liberação do estádio Barbalhão para os jogos do São Raimundo, Peloso entrou de férias desde dezembro sem tomar nenhuma providência e só volta ao batente em fevereiro.

A prefeita Maria do Carmo, numa demonstração de passividade, assiste a tudo sem tomar uma atitude mais firme diante da boa vida de sua subalterna.

Lúcio Santarém entrega o cargo

Após a derrota de ontem, o treinador Lúcio Santarém entregou o cargo à diretoria do Pantera.

Até o momento, Lúcio estaria 'prestigiado'.

Mas, em futebol, quase não se vê treinador 'prestigiado' durar muito tempo.

Vai faltar pilha

Àguia e São Raimundo jogam sábado, em partida marcada inicialmente para o estádio de Marabá.

A dupla está na lanterna do campeonato paraense, sem nenhum ponto conquistado, após duas rodadas.

Avião teve falha no motor

Pane no motor. Esta foi a causa provável apontada por fontes que viram e vistoriaram a aeronave Embraer 110 Bandeirante, de matrícula PT TAF, da Piquiatuba Táxi Aéreo, que caiu no município Senador José Porfírio, oeste do Pará, na última segunda-feira, com oito passageiros e dois tripulantes a bordo. O motor pode ter parado por manutenção deficiente. No acidente morreram o comandante da aeronave, Carlos Alberto da Silva Navarro, e o empresário Luiz Rebelo Neto, diretor-presidente do Grupo Reicom. Os corpos chegaram no final da manhã de ontem a Belém.

O próprio co-piloto, Felipe Teixeira, relatou à perícia e a amigos mais próximos que a aeronave voava a 1.500 pés, em torno de 450 metros de altura, com velocidade de 100 nós, algo em torno de 180 km por hora, quando perdeu um motor e ficou com apenas um funcionando.

Neste momento, o piloto Carlos Alberto da Silva Navarro decidiu pousar no primeiro pasto que avistou, da fazenda Rosinha, pois avaliou que com a pane no motor dificilmente conseguiria chegar ao destino. A queda seria certa. Mesmo com visibilidade restrita, com o céu encoberto com nuvens, ele optou pelo pouso de emergência.

Ao tentar tocar o solo, a asa direita do avião bateu numa touceira e o nariz da aeronave se chocou num pequeno morro, uma ondulação do pasto. O impacto foi grande. O empresário Luiz Rebelo Neto percebeu a situação na cabine, saiu da poltrona e foi verificar na cabine o que estava acontecendo. O piloto pediu que ele voltasse, mas não houve tempo de colocar o cinto de segurança. 'O piloto disse: volte para sua cadeira que vamos pousar no pasto', contou a fonte.

O impacto no tórax de ambos foi tão grande que estourou a aorta e os dois morreram, provavelmente, de hemorragia interna. Como a cauda do avião ficou intacta, a perícia deve anunciar se encontrou ou não hoje a caixa-preta do avião, que gravou os últimos 30 minutos da conversa entre piloto e co-piloto.

O comandante Navarro já teria comentado com várias pessoas que o motor do avião não estava bom, inclusive com a própria esposa. O avião não era velho, mas havia voado muito, segundo amigos do piloto. Foi adquirido da empresa aérea TAF.

Quando um dos motores falha, o avião passa a ter instabilidade lateral e fica pesado nos comandos, perde o eixo. É preciso pisar fundo para garantir o controle. A aeronave fica em uma situação chamada Stol, que é quando atinge velocidade mínima de sustentação. 'Isso é característica de situação mono motor. Falta velocidade e o avião vai para o chão', analisou a fonte.

A Piquiatuba, proprietária do avião Bandeirante que caiu no município de Senador José Porfírio divulgou, no final da manhã de ontem, uma nota oficial sobre o acidente. No documento, a empresa se limita a informar o número de passageiros que estavam a bordo do avião e garante estar prestando apoio às vitimas.

Seis sobreviventes da queda do avião devem receber alta ainda hoje ou até amanhã do Hospital Regional Público da Transamazônica, em Altamira, que fica a 300 quilômetros do local do acidente. Dois continuam em estado grave na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) e não têm autorização médica para serem transferidos a Belém.

As seis vítimas que apresentam quadro estável estão sendo observadas na clínica cirúrgica do hospital em função da intensidade do trauma. São elas: Marco Túlio Pinto, Paulo Fabrício dos Santos, Sérgio Paulo Quintalha Camargo, José Eduardo Kavark Leite, Flávio David Barra, todos esses diretores e superintendentes da área de Energia do Grupo Andrade Gutierrez, além de Felipe Teixeira, co-piloto da aeronave. Todos os pacientes estão conscientes, de acordo com boletim médico divulgado na tarde de ontem.

O estado mais grave é de Ricardo Muzzi Guimarães, 56 anos, que não consegue respirar sem ajuda de aparelhos. Ele é natural de Belo Horizonte, mas reside em São Paulo, onde ocupa a Superintendência de Obras do setor de Energia da empresa Andrade Gutierrez. O argentino Oscar Raul Gonzalez, 60 anos, também da empresa, tem 'fratura bilateral de clavícula, com enfisema cutâneo, sem pneumotórax. Apresenta também fratura de úmero direito e trauma de crânio com hematoma periorbitário', de acordo com resultado de tomografia normal.

O Grupo Andrade Gutierrez divulgou nota apenas confirmando que seis dos dez passageiros a bordo eram funcionários da empresa e lamentando as duas mortes ocorridas.

(Fonte: Amazônia)