sexta-feira, 11 de julho de 2008

Caça ao boi pirata beneficia Daniel Dantas e outros grandes pecuaristas

Paulo Leandro Leal

Desde que o governo federal desencadeou operações para apreender bois que supostamente estão sendo criados de forma ilegal no oeste do Pará, grandes pecuaristas e redes de frigoríficos do Sul do Pará e do Norte do Mato Grosso não param de comprar gado na região. O motivo: o preço do boi em pé despencou. Um dos maiores beneficiários da venda de boi a preço de banana pode ser o banqueiro Daniel Dantas, que está construindo um verdadeiro império pecuário no Sul do Pará e tem achado gado barato para comprar na região oeste, onde agentes da Polícia Federal e fiscais do Ibama caçam os chamados "bois piratas", apelido dado pelo ministro do Meio Ambiente, Carlos Minc.
Dantas e os grandes pecuaristas e frigoríficos do Norte do Mato Grosso foram atraídos pelo preço baixo, que por sua vez está sendo causado pelo medo que as apreensões de gado têm gerado nos criadores da região. Centenas deles colocaram o gado à venda ao mesmo tempo, aumentando a oferta e pressionando o preço da arroba do boi para baixo. O terror causado nos pecuaristas da região faz com que eles vendam o gado por um preço até 55,9% menor que o de mercado. Enquanto que em outras regiões o preço da arroba do boi está entre R$ 72 e R$ 75 (macho) e de R$ 64 a R$ 65 (fêmea), no oeste podem ser comprados por até R$ 38.
Há cerca de duas semanas, a reportagem do EcoAmazônia encontrou um comboio de carretas na Rodovia Transamazônica (BR-230), abarrotadas de gado comprado nas pequenas fazendas da região. Um dos motoristas informou que o gado estava sendo levado para as fazendas de Daniel Dantas, no Sul do Pará. Não há, pelo menos até agora, qualquer prova documental que aponte para interferência do banqueiro no Ministério do Meio Ambiente para que a apreensão de bois pudesse acontecer. Mas é fato que a ação do governo fez despencar o preço do gado, beneficiando àquele que pretende ser um dos maiores pecuaristas do planeta, com mais de um milhão de bois somente no Pará.
Dantas controla a Agropecuária Santa Bárbara, que desde o ano passado vem comprando fazendas e mais fazendas no Sul do Pará. E é naquela região que pipocam rumores de que Lulinha, o filho prodígio de Lula, seria sócio de Dantas na aquisição das fazendas. Revistas e jornais da chamada grande imprensa brasileira já estiveram na região investigando as informações, mas por enquanto não encontraram nada que ligue o filho do presidente ao império bovino de Daniel Dantas no Pará. Só o que existe são depoimentos de caminhoneiros e peões, que afirmam terem visto o Lulinha por aquelas bandas.
Como as ilações sobre a compra das fazendas na região são muitas, a prisão de Daniel Dantas desencadeou uma nova onda de rumores. Nove entre dez pecuaristas da região afirmam, por exemplo, que a operação contra o "boi pirata" foi criada para beneficiar Dantas. E há informações de que ele estaria comprando também fazendas no Norte do Mato Grosso, para onde milhares de cabeças de gado do oeste têm sido levadas diariamente, tocadas pela Rodovia Santarém-Cuiabá (BR-163).
Ilações à parte, o fato é que são os grandes pecuaristas, redes de frigoríficos e mega investidores como Daniel Dantas que estão sendo beneficiados com a venda desenfreada de gado a preço baixo no oeste paraense. Grandes quantidades de gados saem quase todos os dias de propriedades localizadas em Anapú, Altamira, Brasil Novo, Placas, Rurópolis, Uruará e Novo Progresso.

Governo fecha frigoríficos em Altamira e mais boi deve sair da região

E se depender do governo, o preço do boi deve despencar ainda mais na região. Nesta quarta-feira, 9, Fiscais do Ibama apreenderam 417 cabeças de gado que estavam em dois frigoríficos, em Altamira. Os donos dos estabelecimentos dizem que a operação foi arbitrária. As empresas estão lacradas e não têm como funcionar nas próximas semanas, impedindo-as de comprar o gado que é consumido diariamente no município.
Com o fechamento dos frigoríficos, os pecuaristas se vêem obrigados a vender o gado para os compradores de fora e mais rezes devem sair da região. Em Altamira, já há desabastecimento de carne. Muitos matadouros clandestinos passaram a operar e a carne que ainda chega aos açougues é de péssima qualidade. Enquanto isso, aumenta a presença de compradores de outras regiões à procura de boi barato.
Para piorar ainda mais a situação, o governo anunciou o primeiro leilão de "boi pirata", que acontece na segunda-feira, 14. No total serão oferecidos 3.500 bovinos no leilão e o dinheiro arrecadado será destinado ao programa Fome Zero. Pecuaristas ou frigoríficos de qualquer região do País podem participar do leilão. Entidades do setor alertam que como muito gado tem sido comprado e tirado de circulação, em breve o próprio mercado vai forçar por uma alta no preço e aqueles que agora compram boi barato vão ganhar muito dinheiro, enquanto que os mais pobres podem ter que tirar a carne do cardápio.

Guerra da poeira

Pobre sofre, mesmo.
Quando não é lama, é poeira em Santarém.
Por isso já se vêem troncos de árvores estendidos em muitas ruas da periferia da cidade para impedir o trânsito de veículos que levantam pó para todo lado.

Brasil cria 590 municípios em 8 anos

590 foi o número de municípios emancipados entre 1997 e 2005, segundo estudo da Confederação Nacional de Municípios (CNM). Segundo a CNM, foram 533 emancipações em 1997, 53 em 2001 e quatro em 2005.

TCU aponta falhas em convênios de ONG's

O Tribunal de Contas da União (TCU) identificou falhas em convênios entre órgãos federais e organizações-não governamentais (ONGs). O tribunal fez auditoria em 167 convênios firmados com 26 ONGs distribuídas em nove estados, o que resultou na fiscalização de cerca de R$ 256 milhões. Foram encontradas falhas na seleção de entidades, na formalização de convênios, nas prestações de contas e nos objetivos dos convênios firmados com entidades da Bahia, Ceará, Maranhão, Minas Gerais, Pará, Piauí, Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Sergipe.
O TCU verificou a existência de contratação de ONG sem avaliação de sua condição de operação, formalização de convênios para ações que não tinham interesse público e gastos com despesas não descritas no plano de trabalho.

Concurso: 152 vagas na ANA e 600 na Funasa

O ministro do Planejamento, Paulo Bernardo, autorizou a Agência Nacional de Águas (ANA) a realizar concurso público e preencher 152 vagas nos cargos de especialistas e analistas. A autarquia é vinculada ao Ministério do Desenvolvimento e terá até janeiro do ano que vem para divulgar o edital. Os postos estão distribuídos entre especialista em geoprocessamento (12), especialista em recursos hídricos (100) e analista administrativo (40).
Para a jornada de 40 horas semanais, os dois primeiros cargos receberão salário inicial de R$ 6.559,36 e os analistas, de R$ 4.835,61, já incluídas as gratificações. A autarquia ainda oferece assistência médica, vale-transporte, assistência pré-escolar aos dependentes e auxílio alimentação.
O último concurso realizado para esses cargos ocorreu em 2006 e oferecia 65 vagas. A seleção foi organizada pelo Cespe/UnB com provas objetivas, discursivas e análise de títulos. Segundo a agência, os exames devem ocorrer ainda este ano e as contratações serão imediatas.
Acordo
A Fundação Nacional de Saúde (Funasa) se comprometeu a substituir até 2012 todos os profissionais terceirizados contratados irregularmente. Um Termo de Conciliação Judicial foi assinado no Ministério Público do Trabalho estabelecendo o cronograma de dispensa. O Planejamento também assinou o acordo e se responsabilizou por autorizar, em tempo hábil, a realização de concurso público para atender a demanda.
Fonte: Correio Braziliense

Política do caos

Parece que a Setran está esperando acontecer mais mortes em acidentes na rodovia Santarém-Alter do Chão para iniciar a recuperação da maioria dos trechos danificados daquela estrada.
Agora para o Festival do Borari, nem tapa-buraco está sendo feito.
Mas como é ano de eleição, anuncia-se que a estrada será reasfaltada para o Çairé, em setembro.

Jogo de cena

Para tentar abafar a crise por falta de médicos no Hospital Municipal de Santarém [agravada com a demissão arbitrária do médico Júlio Cezar Imbiriba], a diretora da instituição Francimary Silva anda se 'gabando' de ter dado plantão de madrugada.
O gesto, que poderia ser considerado nobre se viesse sendo repetido há três anos, é pura jogada de marketing para dar a impressão que a dita cuja é 'paua para toda obra', o que não é verdade, uma vez que Francimary não atende pobre pelo SUS em seu consutório particular.

Fome deve se agravar nos próximos 10 anos, diz Usda

Os alimentos e o petróleo mais caros empurraram 133 milhões de pessoas para o grupo dos que passam fome em 2007, afirmou o Departamento de Agricultura dos EUA (Usda), que mudou sua previsão sobre a falta de comida nos próximos dez anos, apostando agora no agravamento do problema e não mais em sua diminuição. A Avaliação sobre Segurança Alimentar, um relatório anual do Usda, disse que o número de pessoas "sem garantia de ter alimentos" em 70 países em desenvolvimento cresceu em um ano para 982 milhões em 2007.
A quantidade de pessoas com dificuldade para obter comida poderia crescer para 1,2 bilhão em 2017, advertiu o órgão, revertendo a previsão de 2007 sobre a possibilidade de a fome diminuir nos próximos dez anos em todas as regiões do planeta com exceção da África subsaariana.
Os preços do trigo, do milho, da soja e do arroz dispararam para patamares recordes nos últimos meses em meio a safras ruins em várias partes do planeta e à demanda crescente de economias emergentes por biocombustíveis e produtos alimentícios. Em todo o mundo, houve cancelamento de exportações e aumento das filas para obter alimentos gratuitamente e distúrbios violentos provocados pela falta de comida. Os países pobres mostram-se especialmente suscetíveis à elevação do preço dos alimentos porque grande parte do orçamento familiar nessas economias costuma estar comprometido com gastos em comida. Segundo o Usda, a comida pode responder por mais da metade de um orçamento familiar em alguns países.
Fonte: Gazeta Mercantil-SP

Eleições para reitor da UFPA

Começou oficialmente o processo eleitoral na UFPA. Já está publicado no site da instituição o Regimento Eleitoral proposto para a eleição aos cargos de reitor e vice-reitor no quadriênio 2009-2013. O Consun vai discutir o regimento em agosto, em dia ainda não marcado, mas o parecer é pela homologação do texto. Os candidatos aptos à eleição disputarão um pleito cujo resultado será mandado ao MEC sob forma de listas tríplices para os cargos, segundo prevê o artigo 1o, parágrafo 4o, do Decreto 1.916/1996.
Quem vota
Pelo regimento proposto, o voto será secreto e a comissão eleitoral será constituída por nove membros efetivos, entre docentes, discentes e técnicos administrativos. Sobre os eleitores, poderão votar os docentes efetivos, os técnicos administrativos efetivos, alunos maiores de 16 anos e regularmente matriculados e os servidores legalmente afastados da instituição. O corpo docente deverá ter peso de 70% na votação, conforme parecer emitido pela Câmara de Legislação do Consun da UFPA.
Fonte: Repórter Diário

Proposta para criação do Fundo Amazônia está pronta

A idéia de criar o Fundo Amazônia foi apresentada pelo governo brasileiro em evento paralelo à reunião das partes da Conferência das Nações Unidas (ONU) sobre mudanças climáticas em Bali, na Indonésia, em dezembro do ano passado. Naquela ocasião, o ministro do Meio Ambiente da Noruega, Erik Solheim, afirmou que seu país seria 'um dos primeiros a participar' da iniciativa brasileira. A partir daí Brasil e Noruega têm mantido uma agenda de negociações para concretizar a doação dos recursos, que deverá acontecer durante visita do primeiro ministro norueguês ao Brasil em setembro.
Prevista para o Dia Mundial do Meio Ambiente, 5 de junho, a criação do Fundo Amazônia foi adiada para que um grupo de trabalho interministerial pudesse elaborar os detalhes tributários antes do lançamento oficial. O grupo de trabalho foi coordenado pela Casa Civil da Presidência da República e formado pelos Ministérios do Meio Ambiente (representado pelo Serviço Florestal Brasileiro), das Relações Exteriores, Fazenda e Planejamento, e contou também com a participação do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), que será o gestor oficial.
Fonte: Pará Negócios