quarta-feira, 26 de março de 2008

Os sete pecados capitais podem levar à reprovação em concursos

Ana Clara Brant

Gula, soberba, preguiça, inveja, ira, luxúria, avareza. Os sete pecados capitais. Atire a primeira pedra quem nunca cometeu algum deles. Realmente resistir às tentações não é fácil. E você já parou para pensar que até na hora de estudar e prestar um certame é possível pecar? Isso é o que garante um dos maiores experts em concursos públicos do país: William Douglas, que é juiz federal, professor e autor de obras importantes da área jurídica relacionadas a concursos. "Segundo os religiosos, o pecado faz mal e leva para o inferno; os 'pecados do concurso' fazem mal também, e levam à reprovação. Ou, dependendo do caso, levam o candidato a desanimar e a desistir de seus sonhos", filosofa.
Para cada um dos pecados, Douglas faz uma análise diferenciada e avalia que o mais grave cometido pelos concurseiros é a falta de capacidade de administrar o tempo e o excesso de lazer, apesar de a total falta de atividades prazerosas também ser ruim. Mas sem dúvida, os mais comuns, de acordo com o "papa dos concursos", são a gula e a preguiça.

Gula
É a pressa de passar. Concurso não se faz para passar, mas até passar. E, para isso, é preciso um processo de maturação. A aprovação é resultado de um processo longo, mas é algo que a pessoa - se trabalhar direito - pode contar.
Soberba
Soberba é a arrogância, o achar que já é o "dr. sabe-tudo", o "rei da cocada", mal que atinge muitos candidatos bem preparados (e outros nem tanto!). Muitos candidatos inteligentes e bem formados são vítimas da soberba, ao passo que os menos capazes, mas esforçados, chegam lá, assim como na história da corrida da lebre com a tartaruga. A humildade nas aulas, no estudo, nas provas, em todo o processo, enfim, é o caminho para a glória.
Preguiça
Nem é preciso escrever nada. A palavra é auto-explicativa. Contudo, eu sou meio preguiçoso, reconheço. Por isso sempre procurei técnicas de estudo para render mais e poder ter resultados de forma mais eficiente.
Inveja
A inveja acontece quando o concurseiro fica vigiando a vida, as notas e as coisas boas que os outros possuem ao invés de ir resolver a própria vida.
Ira
A ira representa deixar-se "estourar" pela enorme quantidade de fatos que até dão raiva mesmo mas que fazem parte do processo, do sistema: cansaço, carteiras duras (do curso e a sua), dificuldades com a família, com a matéria, os absurdos ou fraudes em concursos, taxas de inscrição abusivas etc. Haja paciência! (ops! Estamos falando de pecados e não de virtudes...) Mas não adianta ficar irado. O jeito é estudar, pois um dia a gente passa, apesar de tudo.
Luxúria
A luxúria é talvez o maior pecado: o lazer exagerado, as viagens, passeios, baladas e tudo o mais que é delicioso, um luxo, e que nos tira tempo de estudar e treinar, bem como a chance de fazer isso no futuro, já nomeado e empossado.
Avareza
A avareza tem duas manifestações. A primeira, do candidato que economiza nos investimentos necessários para ser aprovado e a segunda avareza, a pior delas, ocorre quando o cidadão é aprovado e deixa de utilizar o cargo, os poderes e competências dele para o bem da coletividade. Não sejamos avaros com o país, nem com o povo que o (e nos) sustenta. Ao passar, para não ser blasfemo, herege ou apóstata, é preciso devolver ao povo o quanto nós custamos. Isso pode ser feito com trabalho, eficiência, simpatia, honestidade e entusiasmo.

Arigós

Lúcio Flávio Pinto
Editor do Jornal Pessoal
e articulista de O Estado do Tapajós

Já era noite quando o Aratimbó, navio da Costeira, atracou no porto de Belém, em maio de 1958. Normalmente a embarcação só admitia passageiros de primeira classe, mas aquela viagem era excepcional: trazia 300 “arigós”, nordestinos (principalmente cearenses) expulsos de suas terras por mais uma seca rigorosa.
Ao invés da cena tradicional criada no cais pela chegada de vapores da Costeira, desta vez havia muita confusão com o desembarque dos “flagelados”, dentre os quais havia muitas crianças. Ninguém do serviço de imigração, o INIC, os esperava.
Eles tiveram que se arranjar debaixo da marquise do armazém do porto para passar sua primeira noite em solo amazônico, tão sofrida quanto todos os dias precedentes – e, provavelmente, os seguintes.

Destino da região da Calha Norte vai ser decidido por consórcio de ONGs

Paulo Leandro Leal

Poucos - pouquíssimos mesmo - moradores da região da Calha Norte do Rio Amazonas no Pará ouviram falar em Cooperação Técnica Alemã (GTZ), Instituto do Homem e do Meio Ambiente (Imazon), Instituto de Manejo Florestal da Amazônia (Imaflora) e Conservação Internacional do Brasil (CI). Mas o destino de praticamente toda esta região está nas mãos destas organizações não-governamentais (ONGs). Elas integram um consórcio formado ainda a Secretaria de Meio Ambiente do Estado (Sema), o Instituto de Desenvolvimento Florestal do Estado do Pará (Ideflor) e o Museu Paraense Emílio Goeldi (MPEG).
O consórcio foi criado pelo governo do Estado para formatar um grande programa de criação de novas Unidades de Conservação (UCs) e ajustar as unidades já criadas. Nesta segunda-feira 24, o consórcio de ONGs se reuniu na sede da secretaria da Sema com o secretário Valmir Ortega. Ele deixou clara a intenção de criar mais reservas ambientais na região, afirmando que há uma lei no Estado que permite a criação de um total de mais de 10 milhões de hectares em Unidades de Conservação.
Técnicos do Imazon, CI-Brasil, Imaflora, GTZ, Sema, Imaflora e Museu Goeldi estão em campo, na região da Calha Norte, levantando dados sobre a região. Eles também participam da elaboração dos planos de manejo para as unidades de conservação criadas em 2006, mas as discussões, até agora, excluíram completamente a sociedade civil da região afetada por estas reservas. O Museu Goeldi faz um inventário biológico, de plantas e animais da Calha Norte.
Segundo a Sema, as propostas das organizações que integram o consórcio irão convergir para auxiliar na implantação do Plano de Manejo das futuras Unidades de Conservação. Este plano de mano é que aponta de que forma serão usados os recursos naturais, que atividades podem ser desenvolvidas e quais são proibidas. É um instrumento importante, mas que se for elaborado por pessoas de má fé, pode se tornar um impedimento para atividades econômicas importantes.
A Sema garante que as intenções do consórcio são boas. A secretaria informou que haverá ainda uma reunião para se discutir a formação e capacitação dos "atores-chaves" dos Conselhos Consultivos das unidades. Uma preocupação demonstrada pela Sema diz respeito ao potencial madeireiro da região, que tem 27 milhões de hectares, 22 milhões de hectares só em Unidades de Conservação e as Terras Indígenas (TI).
Desafios - Na reunião desta segunda-feira, Ortega ressaltou que o governo está desenhando um programa de criação de novas unidades de conservação focado, num primeiro momento, no desafio de implementar o Macrozoneamento Ecológico-Econômico (ZEE), instrumento que indica um conjunto de áreas com potencial, ou necessidade de criação de unidades, a grande maioria de uso sustentável.
"Unidades que visam sobretudo a proteção da biodiversidade, associada ao uso que as comunidades locais fazem desses recursos naturais, o que é uma forma de garantir o Direito fundiário, garantir a manutenção de vida dessas comunidades, reconhecendo nelas uma forma sustentável de relação com o meio e os recursos naturais. Esse e o desafio", defendeu o secretário.

Hospital regional vive dias de penúria(3)

Leiam o que disse hoje na Câmara de Santarém o vereador Henderson Pinto (DEM) sobre o hospital regional do Baixo-Amazonas:

"O episodio envolvendo o Hospital Regional está virando uma novela. Fui procurado por familiares de um paciente que precisa realizar um exame de ressonância magnética, marcada a data, disseram não haver o contraste, marcaram uma nova data, a mesma conversa, está faltando o contraste, a família procurou no mercado e encontrou o medicamento na empresa que fornece o produto para o hospital.
Senhores vereadores precisamos tomar medidas enérgicas contra esse hospital, agora para completar, já tem uma nova administração oriunda do Rio Grande do Sul, o que é pior, a antiga está retendo a carteira profissional dos funcionários, o que caracteriza um crime.
Estamos solicitando ao Ministério Público do Trabalho que verifique essa questão."

Ação de vândalos faz Celpa desligar energia para reparos na linha de transmissão

Foi solucionado o problema detectado na Linha de Transmissão Rurópolis Tapajós,nesta quarta-feira, 26.
As equipes de manutenção da Celpa trabalharam na reposiçãode 06 isoladores da Linha , quebrados por ação de vandalismo.
Os isoladores sãoessenciais para a distribuição de energia, pois protegem os cabos da Rede de Distribuição, evitando curtos circuitos permanentes. A Celpa informa ainda que osistema está totalmente normalizado.
(Fonte: Celpa)

Códigos vão ser rediscutidos

A mesa da Câmara de Santarém retirou de pauta projetos do executivo que instituem o código de obras e do desenvolvimento urbano, que estavam prontos para ser votados pelos vereadores, até que seus conteúdos sejam debatidos com representantes da sociedade civil organizada.

Situação de emergância será decretada amanhã

Fonte do jornal informa que a prefeita Maria do Carmo vai decretar amanhã, às 10 horas, situação de emergência em Santarém.
Para alegria da prefeita e dos empreiteiros, é claro, já que nesse período obras e serviços poderão ser contratados com dispensa de licitações.

O futuro de Lira Maia

Ronaldo Brasiliense

Aos políticos de Santarém que pensam em ganhar as eleições de outubro no 'tapetão', o deputado federal Lira Maia (DEM) - favorito na disputa - avisa que está tranqüilo. Espera reverter a condenação que teve no Tribunal de Contas dos Municípios do Pará, que não teria computado os gastos que a administração de Lira, à frente da Prefeitura de Santarém, no ano 2000, teria feito com o pagamento do INSS dos professores.
Para o pesadelo da atual prefeita Maria do Carmo (PT), despencando pelas tabelas em todas as pesquisas, Lira é candidatíssimo.

Governo de Maria do Carmo não empolga voluntários

A prefeita Maria do Carmo está fazendo apelos desesperados pelo rádio para que voluntários se engajem na Comissão Municipal de Defesa Civil.
Até o momento a Defesa Civl só conta com funcionários da prefeitura.
Este é o retrato de uma cidade sitiada pela força das águas do rio e das chuvas e de um governo desprezado pela população.

Filho de Antônio Rocha pede exoneração da SMT

Jose Antônio Rocha, filho do deputado Antônio Rocha, deve apresentar até sexta-feira seu pedido de exoneração do cargo de secretário municipal de transportes de Santarém.
A partir da próxima terça-feira, 1º de abril, ocupantes de cargos públicos que pretendem disputar as eleições municipais deste ano têm que se afastar 180 dias antes do pleito.
Outro indicado de Antônio Rocha também vai pedir afastamento. Trata-se do advogado Sandro Lopes, diretor regional do Detran.

Eia/Rima da Cargill mais abrangente

O geólogo Jubal Cabral filho fez um comentário sobre a postagem "Vereadores pedem Eia/Rima da Cargill mais abrangen...":

Acho que falta orientação jurídico-ambiental ao vereador do PV, pois todo EIA/RIMA produzido gera diversas audiências públicas para discutir tanto os problemas que irão causar como as consequencias deles. Para isso os autores deverão apresentar a análise dos impactos ambientais (positivos e negativos; diretos e indiretos; imediatos ou a médio/longo prazo; temporários e permanentes; suas peopriedades cumulativas e sinergéticas; a distribuição dos ônus e benefícios sociais) do projeto e, consequentemente, as medidas mitigadoras dos impactos negativos.
Com certeza se nos dirigirmos a legislação ambiental, especificamente à Resolução CONAMA 1/86, onde em seus artigos 5º e 6º são detalhados os procedimentos específicos da atividade, nossos edis não se vejam obrigados a convocar os responsáveis pela empresa consultora e pagar este "mico".
Aliás, aproveitando a ocasião, podemos citar que diversos autores aconselhariam a realização inicial de uma Avaliação de Impacto Ambiental (AIA), mais abranjente e, porteriormente o EIA/RIMA, mais localizado, embora seja comum a realização do EIA, por ser de maior expressão.Assim, a operacionalidade do EIA/RIMA só estará garantida se houver (e não há) mecanismos de controle institucional, jurídico, administrativo e profissional compatíveis com os instrumentos técnicos adequados. E, por aqui, estes fatores nem sempre são levados a efeito na prática.
A operacionalização deste EIA/RIMA, no porto da Cargill só será respaldado se não houver ranço jurídico, ambientalista, político ou administrativo dos envolvidos direta ou indiretamente.
A Câmara Municipal deveria se cercar de profissionais qualificados (em Santarém tem o curso Tecnológico de Gestão Ambiental, no IESPES) para enriquecer suas opiniões ambientais.E, finalmente, não deveremos nos deixar levar pelas palavras bonitas no RIMA produzido do EIA, pois poderão apresentar dificuldades institucionais e operacionais, além de credibilidade do instrumento, pois a equipe executora é contratada pelo empreendedor.

Hospital municipal não tem gerador de energia

Bem que a Celpa avisou ontem, com bastante antecedência, que hoje de manhã cedo a rede de distribuição de energia seria desligada para reparos na linha de transmissão de Rurópolis, mas a direção do hospital municipal, como se diz na gíria, não está nem aí para a saúde dos pacientes atendidos no s etor de emergência e não se antecipou ao problema que enfrentaria no dia seguinte.
Na hora do desligamento foi um deus-nos-acuda provocado pela escuridão.
O atendimento só foi normalizado depois que a energia foi restabelecida pela Celpa.

Gazeta remunerada

Pouquíssimos vereadores comparecem à Câmara de Belterra para trabalhar.

Defesa Civil faz vistoria

Oficial do Corpo de Bombeiros e membro da Comissão Estadual de Defesa Civil já está em Santarém para vistoriar as áreas afetadas pelas chuvas.
Após laudo conclusivo, a prefeita Maria do Carmo vai decidir se decreta ou não situação de emergência na cidade.

Tucanos em ebulição

Na Coluna do Estado, edição desta quarta-feira:

O PSDB faz encontro regional na boate Fun House, dia 11 de abril, para difundir a tese de que os tucanos vão estar representados nas chapas majoritárias às eleições nos principais municípios do Pará, dentre estes, Santarém.

Usina da Vale no Pará depende de energia e infra-estrutura, diz Agnelli

O projeto da Vale de instalar uma usina siderúrgica no Pará em parceria com um investidor estrangeiro depende de investimentos do governo em infra-estrutura, afirmou o presidente da companhia, Roger Agnelli. Segundo ele, o projeto ainda está em fase de estudos e ainda não há definições sobre o parceiro. 'A questão de energia e infra-estrutura na região Norte é crítica', disse em entrevista coletiva à imprensa. É o que noticia a Agência Estado.
A usina produzirá placas de aço, seguindo os moldes dos projetos da Vale com a alemã Thyssen no Rio de Janeiro e com a chinesa Baosteel no Espírito Santo. Agnelli defendeu que a melhor forma de proteger a floresta amazônica não é manter a região subdesenvolvida, mas apostar em investimentos que dêem oportunidades para a população local. A Vale também está negociando com o governo do Maranhão para instalar uma siderúrgica no Estado. Agnelli afirmou que teve há poucos dias um encontro com o governador Jackson Lago para debater o projeto. 'Um investimento neste setor leva tempo, depende da localização e da infra-estrutura', disse. O executivo destacou que o governo do Rio de Janeiro teve uma participação muito grande no seu projeto com a Thyssen.
(Pará Negócios)

Mais de 3,3 mil motoristas podem perder carteira de habilitação

Pelos próximos três meses, o Detran (Departamento de Trânsito do Estado) vai intensificar o envio de notificação a 3.324 condutores da instauração do processo administrativo de suspensão da Carteira Nacional de Habilitação (CNH). São motoristas que já acumularam 20 pontos ou mais na CNH nos últimos 12 meses ou cometeram infrações que prevêem de forma específica a suspensão (ver quadro).Os condutores listados ainda terão prazo de, no mínimo, 15 dias para apresentar a defesa junto ao Detran. Segundo explica Cynthia Cordeiro, procuradora autárquica do órgão, os condutores que forem notificados poderão se dirigir a qualquer agência do Detran, e apresentar no protocolo a defesa por escrito, munido da cópia de qualquer documento de identificação.
Leia mais aqui.

DEM quer PSDB apoiando Valéria

Ronaldo Brasiliense

Não se espantem se o presidente nacional do PSDB, senador Sérgio Guerra (PE), pousar em Belém em missão de paz. Quer convencer o PSDB paraense a embarcar na canoa da ex-vice-governadora Valéria Pires Franco à disputa da Prefeitura de Belém, em outubro. O ex-governador Simão Jatene está inflexível: não quer e não vai disputar a Prefeitura. A aliança DEM-PSDB na capital vai acabar dando samba. Anotem.

Penso, logo existo

Bellini Tavares de Lima Neto
Advogado, articulista de O Estado do Tapajós


Um dos tópicos que eu pretendia inserir aqui se refere a um hábito que às vezes me parece que nós estamos perdendo. Trata-se do hábito de pensar. Antes que alguém conteste e me chame de extremista ou, o que é pior, um desses tipos conservadores que vivem lançando aquele “as novas gerações são isto ou aquilo”, vamos esclarecer direitinho. É evidente que capacidade para pensar, todo mundo tem e sempre teve. Ninguém era melhor ou se tornou melhor que ninguém em matéria de capacidade. O problema talvez seja o nível de comunicação que se tem hoje e que mostra com muito mais clareza o que sempre existiu, mas ninguém via ou percebia. Ou então é o tamanho da luta pela sobrevivência que obriga todo mundo a entrar de cabeça nela e consome todo o tempo e energia que se tem. Aí, todo o resto acaba ficando no prejuízo. E como dizem os cientistas, o que a gente não usa acaba atrofiando.
Hoje pela manhã eu ouvia um debate promovido pela Radio CBN entre dois deputados federais a respeito de um tema que vem ganhando dimensão: as medidas provisórias, seu uso pelo Poder Executivo e o movimento no sentido de limitá-las.
Antes mesmo de se tocar no debate de hoje, vale a pena observar que o atual ocupante do Palácio do Planalto anda furioso porque estão falando em limitar o uso das Medidas Provisórias. Aí ele vem a público afirmar que sem medida provisória não dá para governar. O curioso é que Medida Provisória é uma forma de legislar. Legislar é atribuição do Poder Legislativo. Poucos dias antes, o mesmo ocupante do Palácio do Planalto (acho que era o mesmo, não?) teve outro ataque de fúria (esse moço vive furioso. Isso faz mal a saúde) porque alguém, do Poder Judiciário andou dizendo alguma coisa sobre uma de suas iniciativas, Tinha alguma coisa a ver com uma campanha de distribuição de dinheiro durante um ano eleitoral e andaram dizendo que havia pirão por baixo daquele angu.
Neste momento não tem importância saber se havia ou não o tal pirão por baixo do angu e nem se o homem do Poder Judiciário tinha razão ou direito de falar o que falou. O que me chama a atenção é que o mesmo moço que disse que o homem do Poder Judiciário não podia meter sua colher no caldeirão do Poder Executivo, agora está bravo porque estão querendo limitar que ele, o moço furioso, meta a sua colher no caldeirão do Poder Legislativo. Ou editar leis sob a modalidade de medidas provisórias não é meter a colher no caldeirão do outro poder, o tal que deve fazer as leis?
Sabe o que é? É que as pessoas andam tão atarefadas, tão assoberbadas como se dizia antigamente, que não param para pensar que o que disseram ontem é exatamente o contrário do que estão dizendo hoje ou vice-versa. Aí, o jeito é dizer que as pessoas mudam, que vale a história da metamorfose ambulante e coisa e tal. Não sei, não, mas alguma coisa parece esquisita e até um pouco perigosa. Se a gente começa a mudar desse jeito, como é que se faz para viver no dia a dia? Se a regra de hoje pode não valer amanhã, como é que a gente vai atravessar a rua ou conversar com o nosso chefe ou dizer uma coisinha bonita no ouvido da nossa namorada?
Por isso é que é preciso pensar. Pensar no que se diz, no significado do que se diz, do que se faz, nas teses e posições que se defende. E então eu volto ao debate de hoje, mediado pelo jornalista Adalberto Piotto. Lá estavam os dois deputados federais, integrantes do Poder Legislativo, defendendo suas posições. O governista defendia o governo e o oposicionista atacava o governo, independente do que se tratava. O incrível, no entanto, é que os dois membros do Poder Legislativo em momento algum defenderam o Poder Legislativo cuja função é legislar, fazer leis, aprovar leis. O governista defendia a opinião do atual ocupante do Palácio do Planalto no sentido de que sem as Medias Provisórias não é possível governar porque o Congresso Nacional é lento e ineficiente. O oposicionista, por sua vez, dizia que havia um excesso de uso das tais Medidas Provisórias e que isso precisava ser limitado. Ele disse “limitado” e não “extinto”. Ou seja, em essência, ele concorda com o colega, mas diverge apenas no volume. Em síntese, o Congresso não funciona.
Aí o jornalista Adalberto Piotto perdeu a paciência e fez uma intervenção meio chata: “Um momento, senhores: chegamos então ao ponto do PAREM O CONGRESSO QUE EU QUERO DESCER? Ou seja, se tudo é tão ineficiente, para quê o Congresso Nacional, para quê o Poder Legislativo, para quê os deputados e senadores?”
Meus amigos, os dois moços ficaram tão atrapalhados que quase perderam o rumo da prosa. É que o jornalista resolveu estragar a conversa com esse tal hábito de pensar. Do jeito que a coisa vai indo, logo vamos ter mais um “slogan” circulando por aí: ”O MINISTÉRIO DA SAÚDE ADVERTE: PENSAR É PERIGOSO E FAZ MAL A SOCIEDADE”. Ou será que vai ser a Casa Civil que vai editar?

São Paulo, 24 de março de 2008.

Tucanos agitam sucessão na Pérola

Do site Quintaemenda:

O deputado federal Lira Maia (DEM-PA) anda com a pulga atrás da orelha com seus aliados tucanos. É que ele soube que os alados, com orientação do ex governador Simão Jatene, estariam preparando um encontro em Santarém onde lançariam o deputado estadual Alexandre Von candidato à prefeito. Von não teria nenhuma participação na tentativa de lançamento.Maia diz que os tucanos conhecem todos os seus passos na formação de uma aliança mais alargada, digamos.
Quem alargaria a aliança atende pela alcunha de Sobrancelhudo[Jader Barbalho].

Manchetes de O ESTADO DO TAPAJÓS


JUÍZES PEDEM TROPAS FEDERAIS PARA AS ELEIÇÕES EM SANTARÉM.

MINISTÉRIO PÚBLICO DO TRABALHO JÁ RECEBEU MAIS DE 300 DENÚNCIAS

MOTOTÁXI TERÁ FISCALIZAÇÃO A PARTIR DE QUARTA-FEIRA

NÍVEL DO RIO TAPAJÓS ESTÁ APENAS A 1 CM DA MARCA DA ENCHENTE DE 2006

CURUÁ-UNA SÓ FICA PRONTA EM JUNHO.

Madrugada tranquila

Bom dia,

Não se confirmou a previsão da Defesa Civil de que Santarém seria varrida esta madrugada por ventos de até 50 km/hora.
Pelo menos até as 6 da manhã desta quarta-feira.