segunda-feira, 25 de abril de 2011

Falta de medicamentos fez malária crescer no sudoeste do Pará

Aritana Aguiar
Repórter


A falta de medicamentos, que deveriam ser enviados pelo Ministério da Saúde, fez crescer em 2010 o índice de infestação de malária nos municípios de Itaituba e Jacareacanga, no sudoeste paraense. A avaliação é feita pelos gestores das pastas de Saúde das duas cidades.
Em Itaituba, a cidade com maior número de casos, o garimpo é o local de maior concentração da doença segundo o secretário municipal de saúde, Manoel Diniz. Em Jacareacanga, nas tribos indígenas é onde há o maior número de casos. "A área de garimpo é uma área de difícil controle na proliferação do próprio mosquito, o que precisa ser feito para que não tenhamos essa transmissão maior é diagnosticar na base e logo tratar lá, antes que ele seja o vetor o veículo de transmissão, essa é a nossa preocupação", declarou o secretário.
Não há estrutura física e logística para que os trabalhos sejam desenvolvidos nos locais mais afetados. Além dos medicamentos, faltam veículos e insumos. Segundo Diniz, no ano passado, quando assumiu a Secretaria, os números de casos de malária enviados para Brasília eram pequenos. "Por que não estava sendo mandado via codificação desses casos. A nossa preocupação com os casos de malária é muito grande".
"Quando nós assumimos o governo há um ano nós não tínhamos dados lá em Brasília para justificar a remessa de medicação, hoje nós já temos um número real e por essa razão as medicações já vieram com maior brevidade. Nós tínhamos esse comentário é por que não tínhamos as informações para dá, questão de internet e quando chegamos já regularizamos e hoje a informação já está fidedigna", assegurou o secretário Diniz.
Em Jacareacanga, a falta de medicamentos também foi um problema. "O problema quanto aos altos índices de malária foi à falta de medicação que não foi só em Jacareacanga assim como outros municípios, Novo Progresso, Trairão, fizemos até uma campanha quanto trocas de medicamento", afirmou a enfermeira Leyla Sousa, suplente do Secretário de saúde do município.
Para ela, houve muita preocupação quanto à vacina do H1N1, esquecendo-se da malária. "Que era o que estava no auge, e se deixou de lado a malária. Quando foram atentar para a medicação de malária faltava um componente no Brasil que não dava para fazer, e com isso teve um pico muito alto em 2010 entre maio e outubro", explica.
O grande problema do município é a área indígena, onde se concentra a maioria dos casos de malária. No momento, a enfermeira não possuía os dados exatos. Ela explica que a Funasa (Fundação Nacional de Saúde) tem recursos, como lanchas e combustível e uma equipe de profissionais que podem ir às áreas indígenas, além de terem nove microscopistas pagos pela prefeitura. "Pela questão da falta de medicação e essa mudança de secretaria de Funasa para Sesai houve muita paralisação deles, acho que foi um dos fatores", argumentou a enfermeira, explicando o provável motivo da não atenção dos órgãos para prevenção da doença.

Sespa reforça vigilância dos casos de Malária

Agência Pará

A Coordenação Estadual de Malária, da Secretaria de Estado de Saúde Pública (Sespa) continua promovendo Oficinas de avaliação do Programa de Controle da Malária no Pará, para que profissionais que atuam no combate e controle da doença no interior do Estado possam discutir os avanços e os pontos a serem melhorados, visando ampliar ainda mais os atendimentos e ações nas áreas de cobertura estadual.
O município de Santarém já recebeu uma das oficinas. Nesta terça (26) e quarta-feira (27) serão realizadas outras duas, a partir das 8 horas, no Hotel Itaoca, localizado na avenida Presidentes Vargas, centro comercial de Belém, com avaliações direcionadas aos municípios do nordeste e sudeste do Estado e da Ilha do Marajó.
Essas ações técnicas envolvem não somente os profissionais que atuam diretamente na gestão dos problemas no municípios endêmicos, como também os dirigentes das Regionais de Saúde às quais estão vinculados. O secretário de estado de Saúde Pública, Hélio Franco, e o coordenador estadual de controle da malária, Bernardo Cardoso, estarão a frente das oficinas, que se estenderão por todo o dia.
Nos dois dias de atividades serão apresentados os municípios sobre Vigilância Entomológica e Controle de Vetores e também assuntos relativos à saúde indígena, como as dificuldades encontradas em relação ao controle da malária nessas áreas.

Vicente Salles: 80 anos de fé


Lúcio Flávio Pinto

Vicente Salles fará 80 anos em novembro. Já possui o título de doutor honoris causa pela Universidade da Amazônia, a Unama, concedido em 2002. Não sei por que a Universidade Federal do Pará não partilhou essa merecida honraria. A oportunidade para redimir o erro se apresentará em novembro, quando é de se prever que os paraenses comemorarão a data para agradecer a tanta coisa boa produzida em nosso favor por esse historiador, folclorista, musicista e humanista.

Incansável, apesar das doenças, e sempre curioso e atrás de novidades, Vicente esteve em Belém para falar sobre “As raízes da cultura mestiça na Amazônia, durante o VIII Colóquio Luso-Brasileiro de História da Arte e II Reunião do Fórum Landi. Antes dele, Victor Sales Pinheiro leu um emocionante (e emocionado) testemunho sobre Benedito Nunes. O filósofo, crítico, professor e ensaísta, falecido recentemente, também recebeu o título honorífico da Unama. Mas também o da UFPA, que, por todos os títulos justo, falta a Vicente. O detalhe é que, sendo verdadeiramente sábios, Benedito e Vicente cresceram como autodidatas e sua formação acadêmica se limitou à graduação, um anticlímax ao fervor dos currículos Lattes. Uma afirmação do saber livre.

Durante sua palestra, Vicente fez mais uma generosa referência a este jornal, que muito me emocionou. Reproduzo o trecho que me diz respeito não por vaidade, mas em reconhecimento ao gesto de coragem do velho e admirado amigo. Vicente fez questão de enxertar a referência na sua palestra para dizer o que pensa a respeito de um personagem anatematizado pelas elites poderosas da terra. Uma forma de também estimular os que se oferecem à sociedade para seus defensores. E, por fim,dizer que não está preocupado com esses Torquemadas. Seu lugar na história está de há muito garantido, com ou sem títulos em papel.

Segue-se o texto de Vicente Salles, a partir do paralelo que ele traçou entre as obras dos milionários americanos Henry Ford, no Tapajós, e Daniel Ludwig, no Jari.

Tal como Ford, Daniel Ludwig devastou grande parte da floresta nativa para um projeto de plantio de espécie uniforme, com inevitáveis alterações no ecossistema. O projeto contou mais uma vez com generosa ajuda oficial no tempo da ditadura militar. Quando Ludwig se convenceu do insucesso da empreitada, saiu da Amazônia, deixando o resultado de ações empresariais analisadas pelo espírito investigativo do jornalista Lúcio Flávio Pinto, que acompanhou o empreendimento em todas as suas fases. A bibliografia desse jornalista-escritor contém o grito de alerta que poucos têm ouvidos para ouvir. Um dos textos mais vigorosos – Amazônia, a fronteira do caos, data de 1991. Sua primeira palestra sobre a Amazônia data de 1970. Exatamente 40 anos de lutas e de enfrentamento com os poderosos.

São Raimundo se mantém em quarto na tabela do Parazão

CLASSIFICAÇÃO DO 2º TURNO – TAÇA ESTADO DO PARÁ
POS
TIMES
PG
J
V
E
D
GP
GC
SG
INDEPENDENTE
9
4
3
0
1
8
3
5
CAMETÁ
9
4
3
0
1
6
4
2
REMO
9
4
3
0
1
6
4
2
S.RAIMUNDO
7
4
2
1
1
8
4
4
PAYSANDU
4
4
1
1
2
5
6
-1
TUNA LUSO
4
4
1
1
2
3
7
-4
CASTANHAL
2
4
0
2
2
1
4
-3
ÁGUIA
1
4
0
1
3
2
7
-5

Vacinação contra a gripe começa nesta segunda-feira em todo o Pará


Agência Pará:

A campanha nacional de vacinação contra a gripe começa nesta segunda-feira (25). No Pará, a meta é imunizar a população contra três tipos de vírus, incluindo o H1N1 (causador da chamada gripe suína).
Segundo a Divisão de Imunização, da Secretaria de Estado de Saúde Pública (Sespa), a população atendida foi ampliada este ano: além dos idosos e indígenas, serão imunizadas crianças de 6 meses a menores de 2 anos, gestantes e profissionais de saúde.
Até 13 de maio, último dia da campanha, deverão ser vacinados no Estado pelo menos 80% do total de 992.972 pessoas. Dados do Ministério da Saúde informam que 1.085.320 doses estarão disponíveis para 4.540 postos de saúde no Pará, sendo 92 na capital e 4.448 no interior.
Ampliação - O público da campanha foi ampliado porque estudos mostraram que as complicações da gripe, como pneumonias bacterianas, são mais comuns em idosos, crianças e gestantes. As crianças receberão duas doses da vacina: a primeira será aplicada no período da campanha, e a segunda 30 dias depois. Os demais grupos tomarão apenas uma vez. Em relação aos maiores de 60 anos, haverá necessidade de atualizar a situação vacinal contra difteria, tétano e febre amarela.
A Sespa ressalta ainda que outros grupos, como crianças de 2 a 5 anos, doentes crônicos e adultos saudáveis de 20 a 39 anos, que receberam a vacina contra a gripe A no ano passado, não precisarão se vacinar de novo porque já estão imunes.
Com relação aos profissionais de saúde, a Divisão de Imunização alerta, em nota, para a importância da vacina: "Trabalhador de saúde é aquele que exerce atividades de promoção e assistência à saúde, atuando na recepção, no atendimento, na investigação de casos de infecções respiratórias, nos serviços públicos e privados, nos diferentes níveis de complexidade, cuja ausência compromete o funcionamento".
Assim, devem ser vacinados desde os profissionais que atuam na atenção básica até os que trabalham no controle sanitário de viajantes nos postos de entrada dos portos, aeroportos e fronteiras.
A vacinação contra gripe é contraindicada para pessoas com histórico de reação anafilática ou alergia a ovo de galinha e derivados. A indicação do Ministério da Saúde é que as pessoas que estiverem com doenças agudas febris moderadas ou graves adiem a vacinação.
Resultados - A Sespa também informa que, ao longo dos anos, as campanhas de vacinação contra a gripe vêm contribuindo para a prevenção da doença e suas complicações, além de causar um impacto considerável na redução das internações hospitalares, óbitos e gastos com medicamentos para tratamento de infecções secundárias.
O secretário de Estado de Saúde Pública, Hélio Franco, dará detalhes sobre a campanha de vacinação em entrevista coletiva nesta segunda-feira (25), às 09 horas, no gabinete da Sespa (Avenida Conselheiro Furtado, 1597, entre Generalíssimo Deodoro e Quintino Bocaiúva).
Por que tomar a vacina?
A vacina protege contra os principais vírus da gripe que circulam na região, entre eles o da Influenza A (H1N1). Evita também complicações da gripe, como pneumonias bacterianas ou agravamento de doenças crônicas já existentes, como diabetes e hipertensão.
Quem deve tomar?
Toda a população de 60 anos ou mais, toda a população indígena (acima de 6 meses de vida), crianças entre 6 meses e menores de dois anos, grávidas em qualquer período gestacional e profissionais de saúde que atuem em qualquer nível de complexidade.
Quem não pode?
Não deve tomar a vacina quem tem alergia à proteína do ovo. Pessoas com deficiência na produção de anticorpos devem consultar o médico antes de se vacinar.
Quando e onde tomar?
A campanha será entre 25 de abril e 13 de maio. As vacinas estarão disponíveis em qualquer posto de saúde do Sistema Único de Saúde (SUS).
Que documentos levar?
Quem foi vacinado nos anos anteriores deve levar o comprovante de vacinação. Caso não tenha a caderneta de vacinação, basta apresentar um documento de identidade.
Mozart Lira - Sespa