quinta-feira, 19 de julho de 2012

Centro comercial de Santarém está estrangulado, admite ACES

Tv. 15 de Agosto, no centro comercial de Santarém.

Alailson Muniz
Da Redação

A desconcentração do Centro Comercial de Santarém , com a ida de várias empresas para diferentes bairros da cidade, se dá em virtude do "estrangulamento" que vem sofrendo atualmente o centro comercial. A avaliação é de Alberto Oliveira, presidente da Associação Comercial e Empresarial de Santarém (ACES).
 
Para Oliveira, a questão não está tão ligada ao alto preço dos aluguéis como reclamam alguns comerciantes. Segundo o presidente, o fato de Santarém ser uma cidade "em desenvolvimento" e com a perspectiva de receber vários projetos de grande porte faz com que os comerciantes e empresários procurem cada vez mais outros pontos da cidade para se instalarem.
 
"Santarém é uma cidade polo que está se expandido e essa é uma característica comum nesse tipo de situação. Acredito que a chegada de grandes projetos contribui para esse quadro. O nosso centro comercial há tempos está estrangulado, com a capacidade esgotada. Assim buscam-se outras referências", explica Alberto Oliveira.
 
Em relação aos grandes projetos, Oliveira se refere ao histórico sonho de pavimentação da rodovia Santarém-Cuiabá (BR-163), a implantação da Cargill e a mais recente promessa de exploração de petróleo na região, fato divulgado com exclusividade por O Estado do Tapajós. "E eu espero que eles encontrem petróleo aqui", diz o presidente.
 
Mas o presidente acredita que devem surgir novas atividades econômicas no município para que não haja uma dependência. "Outros municípios têm minério. Nós podemos ter o petróleo, pois ainda não encontram minério dentro do município", justifica. "Vamos sempre acompanhar esses projetos de perto e seus benefícios para a cidade sem deixar de lado a questão ambiental", emendou.
 
O presidente da ACES faz ainda uma observação dessa desconcentração comercial. Para ele, as empresas estão se segmentado. "Existe uma espécie de segmentação. As lojas de materiais de construção estão se instalando no Caranazal, na Borges Leal principalmente; é um exemplo de que os empresários estão buscando novos caminhos", argumenta Oliveira.
 
Mas a grande carta na manga para alavancar o desenvolvimento de Santarém é a instalação da Universidade Federal do Oeste do Pará (Ufopa) defende o representante da classe empresarial. "A Ufopa é o nosso principal fator de desenvolvimento. Vamos desenvolver pesquisas e pensar a vocação econômica de Santarém. Esta universidade quando tiver operando em sua capacidade máxima terá o orçamento maior do que o de Santarém hoje, vejam só. Isso é muito importante para a nossa economia", argumenta. "Parcerias já estão sendo formadas. "Já temos empresários que vão investir em pesquisas da Ufopa para alavancar seus negócios. O Parque Tecnológico do Tapajós será um a grande incentivador e motivador do crescimento dessa cidade", acrescentou Oliveira.
 
Um dos sintomas de estrangulamento do centro comercial é a falta de espaço para estacionamento. "Para se estacionar um carro aqui demora-se até 15 minutos. Se não tiver dinheiro para pagar particular, que também ta quase sempre lotado, o motorista tem de ficar bem longe daqui", reclama o motorista Augusto Freitas. "É dos problemas mais graves desse estrangulamento", concorda Oliveira.

Adepará anuncia fiscalização do transporte de frutas

Sílvia Vieira
O Estado do Tapajós

De acordo com o gerente de Trânsito Vegetal da Adepará, Luís Carlos Moura, uma grande operação de fiscalização está sendo montada pela agência para combater tanto a produção quanto o transporte irregular de banana e citrus (laranja, tangerina, limão), em todo o Pará. 
Caminhões transportam banana nos cachos em Santarém. Foto: Miguel Olieira
"Reconhecemos que a tanto a produção quanto o transporte da banana tem ocorrido de forma irregular na região Oeste. Eu estive em Santarém na semana passada e também vi os caminhões transportando a banana em cachos, o que é proibido. Já estamos preparando uma grande operação de fiscalização, mas como o estado é muito grande, esse trabalho será feito por etapas", informa Luís Carlos Moura. 

 A operação começará pelo município de Capitão Poço que se destaca na produção de citrus. Lá, a Adepará vai implantar a GTV (Guia de Trânsito Vegetal), documento obrigatório para o transporte de produtos vegetais de um município para outro. Depois o trabalho será realizado em Novo Progresso, município do Oeste do Pará, grande produtor de banana e por último, em Rurópolis, também no oeste paraense, que se destaca na produção de cupuaçu e cacau. 

 Segundo Luís Carlos Moura, o Ministério da Agricultura também já está estudando mudanças nas normas que regulam o trânsito interno de produtos vegetais, como forma de aumentar a segurança fitossanitária.

Produtor aposta em soja, milho e feijão no planalto santareno


Alailson Muniz
O Estado do Tapajós

Os produtores rurais da região de Santarém apostam numa safra superior a do ano passado e com destaque, neste semestre, para as culturas de soja milho e feijão. A injeção na economia ultrapassa os R$ 80 milhões. "Será uma safra muito boa e vamos apostar nas culturas de soja milho e feijão", afirma Pio Stefanello, produtor em Santarém e Belterra que pretende colher 800 hectares de soja, 400 hectares de milho e 150 de arroz.

A boa safra esperada este ano com a perspectiva de uma arrecadação de R$ 84 milhões com a venda de soja só não deixa que a maior parte dos investimentos fiquem no comércio local porque os produtores têm que pagar empréstimos feitos junto a bancos e com os juros lá nas alturas.

Os altos custos de produção podem representar queda na produtividade. Não é o que vai acontecer em Santarém e Belterra, mas, endividados e com dificuldades para garantir crédito, muitos produtores têm optado por racionar o uso de insumos, especialmente o de fertilizantes, em até 35%. 

Foram plantados cerca de 34 mil hectares de soja nos municípios de Santarém e Belterra e seis mil hectares de milho. Esse é o montante que deve ser colhido nesta safra. No caso da soja, são colhidos em média cinquenta sacas por hectare, o que equivale a 2,5 toneladas por hectare.

Pio Stefanello explica que, em seu auge, a produção agrícola na região chegou a plantar 94 mil hectares. Hoje, são apenas 50 mil hectares. Mas ele avalia que esse cenário vem mudando de forma considerável. Após uma queda em 2005 devido a baixa do preço do arroz e a pressão ambientalista, alguns produtores migraram para pecuária ou deixaram suas áreas ociosas. Portanto, ainda existe um potencial inerte de mais de 40 mil hectares para plantio. 

Esse aumento também será importante agora com a região considerada livre de aftosa, pois poderemos aumentar a importação de carne de forma considerável. Apesar da cheia do rio Tapajós ter sido acima do normal, os produtores afirmam que a safra será boa e não deve ser prejudicada. "Muita chuva é ruim assim como um verão muito forte também", explica Stefanello. 

O que ainda preocupa é a situação dos ramais. A precária trafegabilidade dos ramais por onde escoam as produções eleva os preços dos produtos e causa prejuízos aos produtores. Por conta disso, alguns ramais são recuperados pelos próprios produtores para não terem prejuízos o escoamento da produção. Pontes também são recuperadas. 

O produtor do planalto não consegue escoar sua produção para as feiras na área urbana. Principalmente nos fins de semana, os produtores associados à Aprusan (Associação dos Produtores Rurais de Santarém), às vezes, não conseguem transportar seus produtos para as feiras do Aeroporto Velho e da Cohab, além do Mercadão 2000.

Em algumas estradas, os veículos conseguem trafegar, mas com muita dificuldade. Os ramais do Igarapé Açu, km 32, da BR-163 e Açaizal, km 35, são exemplos.

As cores do veraneio em Santarém

 Foto: Emir Bemerguy Filho.