sábado, 4 de julho de 2009

Meu querido diploma

Por Arnaldo Bloch

Faz tempo que não te vejo nesta pasta de papelão pálida. É sempre um prazer reencontrar as cores de tua luxuosa superfície, vários espectros entre azul e verde, linhas d’água, relevo com as iniciais UFRJ, brasão da República, e as bordas brancas amareladas pelos 23 anos desde a formatura até este 2009, em que sua relevância foi julgada pelo STF. Não sou dos que pensam que o fim da tua obrigatoriedade para o exercício da profissão represente uma tragédia para a classe. Acredito na diversidade que, ademais, já existe na prática, papel e monitor. Mas tampouco sou daqueles que preconizam que tua existência foi e será em vão, ou que podes ir ao lixo ou ao fundo de um arquivo B, categoria velharia inútil.
Para mim, não foi. Tampouco foi barricada de resistência de esquerda aos Anos de Chumbo, como alguns querem: quando ingressei na ECO-UFRJ (1982), me uni foi a uma turma de pós-anarquistas que se divorciavam das palavras de ordem da geração anterior e, ao mesmo tempo, afastavam-se do encaretamento de usos e costumes universitários que se anunciava, ameaçando acabar com tudo que há de positivo na criação em permanente movimento, na universidade vista não só como arcabouço curricular ou massa de engajamento, mas como território livre para a vida e a reflexão.
Não te jogarei no lixo nem no fundo do porão, querido diploma: daqui em diante, passarás, sim, a prateleira de honra, e comprarei uma nova pasta, onde repousarás só tu, sem os outros parcos títulos que me foram outorgados, que não se comparam a ser um filho da ECO, de Bussunda, Zé José, Fátima Bernardes, Urubu, Sérgio Rodrigues, Paulo Roberto Pires, Luiz Noronha, Henrique Koifman, e a mistura aqui de célebres e cérebres e vice-versa é bem aleatória mesmo, quem viu e viveu sabe o que ali se criou e o que se cria sempre que há liberdade e há vagar para vagar entre pátios e salas e jardins internos e bares e Barthes.
Barthes: para que serve, perguntou-me uma vez um grande jornalista, um papa do jornalismo, da velha geração, que noutra ocasião me dissera: “Diploma, eu só defendo se for com a corda no pescoço”, e até hoje não entendi muito bem o que ele quis dizer por óbvia, e talvez sintomática, ingenuidade.
Sou a favor de tu, e não sou contra o fim da tua obrigatoriedade, embora ela me incomode, não por ver-me ameaçado, mas por ter crescido com essa noção de tua importância. Não foi somente uma noção apreendida e automatizada. Foi uma noção adquirida ao longo do aprendizado. Não jogo no lixo o ciclo básico, quando disciplinas de ciências humanas sinalizaram para o fato de que informação não é nada se não confrontada com as humanidades, que andam tão longe, por sinal, de nosso sistema educacional, vão aí uns 40 e tantos anos, coisa que pouco se discute.
Outra bagagem de respeito que carrego dos tempos da ECO é a noção, pisada e repisada, de que jornalistas têm um compromisso com a verdade, ainda que atingi-la no alvo seja fundamentalmente utópico, e não só com a verdade, mas com algum senso de responsabilidade para com uma ideia de cidadania sempre em formação, e também, e sobretudo, um impulso de independência, antenas ligadas para a grande rede de influências, de lobbys, de grupos de interesse, que se forma, muitas vezes, através de máscaras doces e sedutoras, outras vezes nas vestes de vendedores de saber e de sentenças indiscutíveis. Não. Trouxe de lá um senso de que somos donos de nossas consciências, e que elas devem estar em consonância com um senso comum de utilidade pública, e não com essa ou aquela banquinha da grande feira de valores e mercados e vaidades e superfluidades e modas e manias que nascem deusas, e daí Barthes bateu um bolão na arte de decifrar.
Em teu nome, querido diploma, ouvi muita coisa que me pareceu digna, para lá das ideologias, coisas singulares, naturais de uma “missão”, a missão do jornalista, e que, com certeza, não estarão formuladas nas tribunas de outras cadeiras profissionais. Esses conceitos, obviamente, não são exclusivos de uma faculdade de jornalismo. Eles são universais e podem ser adquiridos através das leituras de cada um, da allure que conduz cada persona, e sabemos que na história da imprensa não apenas literatos mas economistas, engenheiros, advogados ajudaram a construir páginas nobres.

Torço, querido diploma, porém, para que não estejamos navegando numa época em que, pela excessivo grau de especialização e mínimo grau de universalização, os novos peritos que vierem às redações para ralar no dia a dia e subir o morro venham imbuídos de algo maior do que impor algum pensamento monolítico ultra-seccionado, que os yuppies fiquem de fora, que os médicos sejam leitores (como eram), que os engenheiros filosofem, que os incorporadores saibam diferenciar arqueologia de antropologia, que o saber, a honestidade, a mente plural, o espírito do coletivo e a compreensão aguda das diversas faces da verdade estejam conosco e convosco.
Assim, querido diploma, sobreviverás.

Advogados de Santarém e Itaituba não foram consultados sobre acordo para eleição da OAB

Em sua coluna semanal no jornal O Estado do Tapajós, o advogado José Olivar Azevedo põe mais lenha na fogueira sobre o 'acordão" que visa lançar chapa única na OAB Pará.

A nota publicada no Diário do Pará do dia 01/07/09, de autoria da Dra. Ângela Sales (Presidente da Seccional da OAB/PA), dando conta da indicação do Dr. Ophir Cavalcante Júnior para presidir o Conselho Federal e do Dr. Jarbas Vasconcelos, para Presidência do Conselho Seccional, pegou de surpresa os advogados de Santarém, não pela indicação do Dr. Ophir, mas pelo acordo com o Dr. Jarbas Vasconcelos, visto que nunca houve uma consulta às bases da Subseção de Santarém e de Itaituba, sobre a indicação, pelo que sei.

LAUDOS ATESTAM ABUSO A MENOR . MÃE DEFENDE O MARIDO

Da Redação

Um caso envolvendo um menor que teria sido violentado sexualmente pelo próprio pai, na comunidade de Samaúma, no rio Tapajós, foi o pivô esta semana de uma guerra de informações travada pelo Conselho Tutelar de Santarém e uma comitiva de comunitários daquela comunidade. O agricultor Adelzirio Filho Furtado dos Santos foi preso no dia 19, no interior do Hospital Municipal de Santarém, após a equipe médica do HMS ter constatado que a criança foi vítima de ato libidinoso.
O caso chegou ao conhecimento do Conselho Tutelar, que acionou a polícia, que efetuou a prisão do acusado com base no relato da médica que atendeu o menor. O menor foi trazido até Santarém, segundo o acusado, com sangramento porque teria ferido o ânus ao cair sobre um pedaço de madeira.
A mãe do menor e um grupo de comunitários tentam fazer a defesa de Adelzírio, alegando que o mesmo tinha sido preso injustamente, já que o acusado no momento do acidente estava torrando farinha juntamente com a esposa.
Mas a versão apresentada tanto por Adelzírio quanto pela comissão que visitou a redação de O
Estado do Tapajós é contestada pelo delegado Jamil Casseb, que presidiu o inquérito policial que apurou o crime de abuso sexual. Na última quarta-feira, o inquérito foi encaminhado à justiça e o juiz penal decretou a manutenção da prisão em flagrante do acusado, que se encontra preso na Penitenciária de Cucurunã, desde o dia 20 de junho.
Segundo o delegado, dois laudos realizados por médico perito do Centro de Perícia Criminal atestam que o menor sofreu penetração carnal. " A versão do acusado não é compatível com o que foi comprovado pela perícia, porque não foram encontrados na madeira apresentada pelo pai
como sendo o objeto penetrante nenhum vestígio de sangue, fezes outecido", assegura o delegado.
Jamil Casseb afirma, ainda, que o laudo de lesão corporal atesta, também, que não houve ferimentos ao redor do ânus do menino. " Não foram encontrados outros ferimentos na região
retal, o que provavelmente aconteceria se realmente o menino tivesse caído em cima de um pedaço de madeira", informou o policial.
O delegado informou, ainda, que solicitou mais dois exames periciais com vista a esclarecer definitivamente o caso: pesquisa de esperma e comparação de DNA, mas estes exames demoram de 15 a 30 dias para serem concluídos.

Ponta Negra vai gerar imagens de Sao Raimundo x Moto Clube para a Tv Cultura

Será da Tv Ponta Negra de Santarém a geração das imagens do jogo de amanhã entre São Raimundo e Moto Clube.
Nivaldo Pereira fechou acordo operacional com a Tv Cultura do Pará, que detém a exclusividade dos jogos da série D dos times paraenses. O jogo nãos será transmitido para Santarém.
Em contrapartida, o torcedor santareno assistirá à partidas do Pantera quando os jogos forem realizados em outras praças.

COSANPA CORTA ÁGUA DE POBRE, MAS NÃO COBRA DE RICOS

Miguel Oliveira
Repórter*

A Companhia de Saneamento do Pará (Cosanpa) iniciou este ano um programa de corte do fornecimento de água que atinge, principalmente, consumidores de classes mais empobrecidas da
população. Somente no mês de julho, direção da empresa, em Belém, autorizou a gerência de negócios de Santarém a cortar a água de mil unidades consumidoras com atraso de pagamento. O curioso é que desta relação não fazem parte endereços de tradicionais devedores.
O Estado do Tapajós apurou que somente no centro comercial, um proprietário deve mais de R$ 35 mil à Cosanpa. Em um dos prédios foi construído umpoço artesiano. O consumidor cadastrado sob a matrícula 875805 é o empresário Paulo Campos Corrêa, pai do vereador Maurício Corrêa (PMDB) e do secretário municipal de meio ambiente Marcelo Corrêa.
Ainda no centro da cidade, a reportagem do jornal confirmou que dois hotéis devem juntos mais de R$ 10.500,00 à Cosanpa. No bairro do Santíssimo, uma emissora de televisão está devendo 85 faturas de água. O débito soma R$ 8.400,00. O proprietário é o ex-prefeito Ruy Corrêa, sobrinho do empresário Paulo Corrêa, o maior devedor individual de conta de água de Santarém. No prédio localizado na Trav. 15 de agosto, 20, o empresário Paulo Corrêa mandou perfurar um poço artesiano para que as salas comerciais deixassem de consumir água da rede pública e o
condomínio do prédio tentar se livrar da conta. Um dos inquilinos informou a O Estado do Tapajós que na taxa cobrada junto do aluguel consta o consumo de água, mas segundo os registros da empresa em Santarém, a unidade consumidora está em débito no período de dezembro de 2005 a maio deste ano( sendo que a fatura de junho ainda não foi
lançada no sistema da Cosanpa).
Procurado pela reportagem de O Estado do Tapajós, o gerente de negócios da Cosanpa em Santarém não quis permitir acesso do jornal ao cadastro de devedores da empresa. Rodrigo
José Machado informou, apenas, que a Cosanpa vai acionar judicialmente os devedores que não regularizarem seus débitos, sejam eles pequenos ou grandes consumidores.
Indagado sobre a estratégia de consumidores tentarem se livrar de débitos recorrendo à perfuração de poços artesianos, Rodrigo lembrou que há uma Lei Federal que garante que
"toda edificação permanente urbana será conectada às redes públicas de abastecimento de água e de esgotamento sanitário disponíveis e sujeita ao pagamento das tarifas e de outros preços públicos decorrentes da conexão e do uso desses serviços. A instalação hidráulica predial
ligada à rede pública de abastecimento de água não poderá ser também alimentada por outras fontes".

A lista dos maiores devedores

TV. Dos Mártires, 30: R$ 7.100,00
Praça da Matriz, 18: R$ 1.270,00
Lameira Bittencourt, 344: R$ 3.588,00
15 de Agosto nº 20: R$ 34.000,00
Prédio da Av. Afonso Pena nº 25: R$ 8.476,33

Centro não sofre com a falta d'água

Ao contrário de outras áreas da cidade, onde há escassez e falta de abastecimento de água há vários anos, o centro comercial conta com fornecimento de água com regularidade. Alguns consumidores que constam da lista dos maiores devedores confirmaram que a Cosanpa
presta o serviço, mas cobra uma tarifa muito alta.
No Hotel Modelo, por exemplo, um funcionário informou não há flata de água nas torneiras. No Hotel Brasil, onde é cobrada a tarifa de R$ 350,00 mensais, a reportagem apurou que o débito já está sendo renegociado.
Além desses casos e dos prédios de Paulo e Ruy Corrêa a Cosanpa deve encaminhar a cobrança a um escritório de advocacia para acordo extrajudicial. Caso não haja pagamento, a empresa vai recorrer à via judicial para tentar receber o débito.

*Colaborou: Andrezza Aguiar

Lúcio Flávio Pinto; Ferrovia

Editor do Jornal Pessoal

Em 1963, a Estrada de Ferro do Tocantins, que fazia o transporte entre pontos não navegáveis (no verão) em torno de Tucuruí, que viriam a ser submersos pela barragem da hidrelétrica, recebeu um grande reforço: quatro locomotivas foram incorporadas ao seu acervo. As máquinas pertenciam à Leopoldina, em operação no “sul” do país. Poderiam ter sido úteis se fossem mais novas. O problema era que, fabricadas em 1880, já estavam com mais de 60 anos nos costados só nos trilhos nacionais. A questão se tornaria irrelevante três anos depois: a ferrovia do Tocantins foi erradicada pelo governo militar, assim como a Bragantina. Trem público, nunca mais: só linhas particulares, por concessão federal.

Amazônia é isso.

Assembléia de Deus: Pastor versus Pastor (3)

Wellerth disse...

Carlos....naum seja taum aspero com o m arcio, pois o mesmo fez um paralelo, e isso, naum se configura como 'falta de educação'....a naum ser que já tenham mudado o sentido dessa palavra tambem ( o que naum é de se estranhar visto observar que em dois mil anos MUITA COISA MUDOU)...qto ao caso em questaum, é interessante observar o que josé wellington quer com essa jogada, iniciada na convençao com o discurso "deixem o velhinho comemorar o centenario...", sejamos menos partidarios e mais cristaos meus irmaos!!!!onde já se viu apoiar presidente de convenção geral que passa cheque sem fundo? (178 no total e gilberto marques apoiou) eu hein? belo testemunho!!!!! se informem do que realmente acontece e do pa está acontecendo esse racha na assembleia e parem de pensar que é por questaum de 'uso e costume' (que por si só já é um assunto fora de moda...)
paz do Senhor!

Nascimento disse...

E lamentável tudo isto. Independente de preferências, gostaria de lembrar aos litigantes, que se trata da Igreja do Senhor, Noiva do Cordeiro, que foi comprada e lavada pelo seu Precioso Sangue. Em meio as vossas pretensões, está aquela que foi divinamente implantada em um mundo que jaz no maligno, composta por pessoas que tem a responsabilidade de ser a luz e o sal da terra, tenham compostura, porque esta Igreja tem um dono, e ele não é qualquer pessoa, é o Senhor dos Senhores, e digo-lhes ainda Ele tem ciúmes da mesma, será que os senhores perderam o temor a Deus?
E o vosso testemunho, como homens que não só deveriam pregar a paz, mas acima de tudo vive-la em meio a um mundo de intolerância? senhores,senhores,senhores... ainda há tempo.

Prefeita quer mototaxistas clandestinos somente na periferia

Andrezza Aguiar
Da redação

A prefeita Maria do Carmo revelou que a prefeitura não vai reprimir os mototaxistas clandestinos se estes atuarem na periferia da cidade, deixando a área central da cidade para os
mototaxistas legalizados. "Na verdade os mototaxi's credenciados têm razão de exigir da prefeitura um posicionamento com relação à fiscalização, porque eles são oficiais, então não podemos agir de forma igual com todos, o que nós pedimos aos 'clandestinos' é que eles
atuem de forma descreta, pois eu não vou forçar uma ação da prefeitura no sentido de prejudicar ninguém, mas eles também não podem atuar em áreas aonde os 'oficiais' ganham o seu dinheiro e vivem daquilo",
explicou a prefeita. A prefeita também informou que foi marcada uma reunião com os mototaxistas clandestinos para pedir que eles saiam do centro comercial. "Eles podem circular nos bairros mais afastados do cento da cidade, que também tem uma clientela muito boa que vai
ajudá-los na sobrevivência do dia a dia", ponderou Maria.
Quinta-feira, depois da reunião, alguns 'clandestinos' quebraram todas as placas dos 'oficiais' na frente do hospital Municipal. "Se vierem com violência eu vou colocar a polícia no meio", reagiu Maria.