quarta-feira, 30 de novembro de 2011

Os plebiscitos

Lúcio Flávio Pinto

Meio século atrás o povo brasileiro foi convocado a votar num dos maiores e mais polêmicos plebiscitos da história nacional. Era para decidir se o país voltava ao regime presidencialista ou se ficava sob o parlamentarismo. 

O novo regime foi introduzido às pressas em 1961 para promover a conciliação com os que, principalmente militares, não queriam que o vice-presidente constitucional, o petebista João Goulart, assumisse a presidência no lugar do (neo)udenista Jânio Quadros, que renunciara ao cargo. 

Maciçamente o povo votou, em dezembro de 1962, contra o parlamentarismo, retomando o ciclo de crises que redundaria na deposição de Jango, menos de um ano e meio depois. 

Agora, o povo paraense experimenta algo inédito: votar para definir a fisionomia do Estado.

FAO quer uso da floresta em benefício das populações locais

Da Redação de O Estado do Tapajós

As riquezas da floresta amazônica devem favorecer as populações nativas que nela habitam. A afirmação é de Manuel Paveri, oficial da Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO), organismo da Organização das Nações Unidas (ONU). Paveri e sua colega Eva Müller, também oficial da FAO, estiveram em Santarém durante a semana participando das atividades do Projeto BR 163: Floresta, Desenvolvimento e Participação.
 
Em entrevista exclusiva a reportagem de O Estado do Tapajós, Manuel Paveri falou sobre a intenção do governo de construir grandes obras na Amazônia, como a pavimentação da rodovia Santarém-Cuiabá (BR-163).
 
Segundo o representante da ONU, a pavimentação vai trazer muita gente à região do Oeste paraense. Por isso, a ONU observa e apóia os projetos que vão ajudar a amenizar os impactos dessa migração. A maior preocupação é a manutenção das condições de permanência das populações nativas, que já habitavam a região antes da chegada das obras. O oficial diz que o manejo florestal tem sido uma das principais armas para a preservação da floresta e para ajudar financeiramente essas populações nativas.
 
"Não se deve explorar apenas a madeira tem outros meios e recursos. O manejo florestal faz com a floresta sirva ás comunidades que vivem na floresta há muitos anos. Eles também têm de ganhar com o uso da floresta de forma ambientalmente viável. Podem continuar aproveitando seus recursos", explica Paveri.
 
A área observada pela ONU está inserida no primeiro distrito florestal sustentável criado no Brasil. "A união européia e a FAO elaboraram um programa para poder controlar o desmatamento com a essa pavimentação da BR-163 e favorecer o uso racional dos recursos naturais. O projeto já funciona há três anos. 2012 é o último ano e estamos vendo o resultado do programa. Vendo a contribuição que a floresta está recebendo. Fortalecer o manejo e a capacidade das comunidades florestais de se favorecer dos recursos da floresta. Capacitar as lideranças para que possam desenvolver suas ações de trabalho", explica Paveri.
 
Para Paveri, o mundo todo tem um olhar especial sobre a Amazônia. Ele diz que as grandes obras que estão sendo feitas e programadas para a Amazônia vão ocasionar grandes impactos nos recursos naturais utilizados pelas famílias amazônidas. "A idéia é preservar. Manejo florestal sustentável. Grandes obras sempre têm impacto nos recursos naturais. A idéia é ver como foi os impactos negativos. Eles podem ser diminuídos. E o uso dos recursos pelas comunidades continue sem agredir a floresta", afirma. "Outras grandes obras pela frente o governo tem a vontade de fazer. Ação tem a colaboração de muitos setores. Não é fácil definir como vai ser as conseqüências. O governo sempre pensa que será positiva a ação no desenvolvimento econômico da região", acrescenta Paveri.