Os alimentos e o petróleo mais caros empurraram 133 milhões de pessoas para o grupo dos que passam fome em 2007, afirmou o Departamento de Agricultura dos EUA (Usda), que mudou sua previsão sobre a falta de comida nos próximos dez anos, apostando agora no agravamento do problema e não mais em sua diminuição. A Avaliação sobre Segurança Alimentar, um relatório anual do Usda, disse que o número de pessoas "sem garantia de ter alimentos" em 70 países em desenvolvimento cresceu em um ano para 982 milhões em 2007.
A quantidade de pessoas com dificuldade para obter comida poderia crescer para 1,2 bilhão em 2017, advertiu o órgão, revertendo a previsão de 2007 sobre a possibilidade de a fome diminuir nos próximos dez anos em todas as regiões do planeta com exceção da África subsaariana.
Os preços do trigo, do milho, da soja e do arroz dispararam para patamares recordes nos últimos meses em meio a safras ruins em várias partes do planeta e à demanda crescente de economias emergentes por biocombustíveis e produtos alimentícios. Em todo o mundo, houve cancelamento de exportações e aumento das filas para obter alimentos gratuitamente e distúrbios violentos provocados pela falta de comida. Os países pobres mostram-se especialmente suscetíveis à elevação do preço dos alimentos porque grande parte do orçamento familiar nessas economias costuma estar comprometido com gastos em comida. Segundo o Usda, a comida pode responder por mais da metade de um orçamento familiar em alguns países.
Fonte: Gazeta Mercantil-SP
Nenhum comentário:
Postar um comentário