A Polícia Civil apresentou hoje a conclusão do inquérito da adolescente de 15 anos suspeita de furto que ficou presa por cerca de 20 dias em uma cela com 20 homens, em Abaetetuba, no Pará, em nomembro do ano passado. Foram indiciadas 12 pessoas: cinco delas do Sistema Penitenciário de Abaetetuba; cinco da Polícia Civil e dois detentos, estes últimos, os supostos autores do crime de estupro.
A denúncia de que a menina estaria presa na cela masculina partiu de um ex-companheiro de prisão. A jovem disse que era obrigada a manter relações sexuais com os presos em troca de comida.
De acordo com o inquérito, a jovem foi vítima de estupro, lesões corporais e ameaças no período em que ficou presa na cela masculina.
À época, a governadora do Pará, Ana Júlia Carepa, disse que dos 132 municípios do Estado onde existem delegacias, 123 não têm espaço adequado para as mulheres. Segundo ela, o governo já iniciou a reforma de cinco e a construção de seis novas delegacias com espaço adequado para as presas.
Quando o caso foi descoberto, o delegado-geral do Pará, Raymundo Benassuly, chegou a afirmar que a adolescente apreendida devia ter algum tipo de "debilidade mental" ao não manifestar a sua idade no momento da prisão. A polícia justificou a apreensão da jovem dizendo que ela não teria documento de identidade.
Detentos da cadeia de Abaetetuba disseram a deputados da CPI do Sistema Carcerário que dois promotores teriam visitado a cela em que estava uma adolescente. Segundo os presos, nada foi feito para tirar a jovem do local.
O inquérito será encaminhado na sexta-feira à Vara Criminal da Comarca de Abaetetuba
(Redação Terra)
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