sábado, 1 de março de 2008

Juiz grampeado

O juiz da Comarca de Almeirim, Alan Rodrigo Campos Meireles, aparece em grampo telefônico autorizado judicialmente à polícia como suspeito de ligação com a quadrilha presa pela Operação Navalha na Carne. Num dos telefonemas gravados pela área de inteligência, o juiz diz à mãe dele que temia ser preso “apenas por ser amigo desse pessoal”. Desaparecido da comarca, Meireles chegou a ser procurado anteontem pela mãe, esposa e advogado na sede da Polícia Civil, em Belém. “Não tem nenhum juiz preso aqui”, ouviu a mãe, sem registrar em boletim de ocorrência o desaparecimento do filho. O teor da escuta telefônica foi comunicado à presidente do TJE, Albanira Bemerguy.
Inversão
Alan Meireles foi nomeado juiz titular de Almeirim em 2006. Agora investigado, o juiz já foi investigador. Ainda em 2006, sem obviamente nenhuma relação com a suspeita que agora lhe recai, Meireles foi designado pela Corregedoria das Comarcas do Interior para presidir processo disciplinar contra o cartorário local, Raimundo Maramaldo da Costa. No final do ano passado, o juiz fiscalizou outra polêmica, também alheia à Operação Navalha, que foi a tumultuada eleição seccional do Sintepp em Almeirim.
Navalha II
A Operação Navalha na Carne, que enjaulou policiais ligados a grupo de extermínio, poderá ter uma segunda versão. A existência de outros tentáculos do esquadrão da morte agindo na região metropolitana não é descartada por fonte da cúpula da segurança pública, embora não admita publicamente estar investigando indícios de novas células responsáveis por execuções em bairros da periferia de Belém, Icoaraci e Ananindeua.
Subalterno
A prisão do major José Djalma Ferreira Lima, subalterno do cabo Rosevam Almeida de Moraes no esquema de eliminação de pessoas, ocorreu a poucos metros do gabinete do secretário Geraldo Araújo. Sem alarde, acompanhado de um oficial de Justiça, o comando da operação surpreendeu o, acredite, diretor de Relações com a Sociedade Civil, da Segup. Perplexo, ele não reagiu à prisão - atitude inversa à comum desfaçatez relatada pela banda podre da polícia para abrir fogo contra meros suspeitos.
(Repórter Diário)

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