Do Espaço Aberto:
É verdade que o ex-governador Simão Jatene nunca quis brigar o ex-governador Almir Gabriel.
É verdade que a amigos próximos sempre costuma dizer que “ele [Almir] briga comigo, mas eu não brigo com ele”.
É verdade que jamais perdeu a esperança e a disposição de reconciliar-se com seu antecessor por oito anos no governo do Pará.
É verdade que agora foi a São Paulo para ter um encontro com o governador tucano José Serra.
É verdade que também alimentava a intenção de aproveitar a viagem para se reencontrar com Almir no Hospital do Coração e passar a esponja num rompimento – que Jatene sempre diz ser unilateral, da parte contrária – que remonta ao final da campanha eleitoral de 2006, quando a vitória da governadora Ana Júlia (PT) interrompeu 12 anos de continuados governos tucanos no Pará.
É verdade, aliás, é verdade mais do que verdadeira que Jatene, sempre com o espírito desarmado, chegou a ir pessoalmente ao Hospital do Coração para se encontrar com Almir.
Tudo isso é verdade.
Mas, seguramente, é verdade também que o ex-governador Simão Jatene não conseguiu se encontrar com Almir, ao contrário de outros políticos e amigos do ex-governador que tiveram acesso garantido ao paciente. Os dois não chegaram a trocar uma palavra sequer. Não chegaram a travar qualquer conversa – de curta, média ou longa duração.
E seguramente, em conseq üência, a verdade é que as relações entre as duas maiores liderança tucanas no Estado do Pará ainda estão rompidíssimas, como sempre estiveram ao longo de quase um ano e meio, praticamente. E se o rompimento se mantém, vale sempre repetir, não é porque o queira o ex-governador Simão Jatene.
O blog conversou com quatro pessoas que privam da intimidade de Almir ou são muito chegadas a ele. Todas confirmaram que Jatene chegou a ir ao Hospital do Coração. E todas confirmaram que o encontro não chegou a ocorrer. O que variou, segundo a versão que apresentaram, foi a descrição sobre a forma com que Jatene deixou de ser recebido por Almir.
Uma delas garantiu que o ex-governador foi ao HCor, chegou a subir até as dependências onde normalmente os familiares recebiam os amigos, falou brevemente com alguns e deixou registrada a sua presença no livro de visitas.
As outras garantem que nem isso aconteceu. Por essas versões, Jatene nem sequer teria recebido autorização para ter acesso a familiares de Almir, quanto mais ao quarto onde estava o ex-governador, que então ainda se encontrava na Unidade Coronária do Hospital do Coração.
Uma dessas fontes, indagada pelo blog sobre a versão corrente de que Jatene teria sido recebido rapidamente por Almir e conversado com ele sem a presença de testemunhas, diz que não haveria nem sentido o encontro entre ambos ter ocorrido como se fosse uma conversa reservada, sigilosa, sem ouvidos de terceiros a conferir o que conversavam.
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