quarta-feira, 30 de abril de 2008

Biocombustíveis não estão promovendo agricultura familiar, aponta relatório



Ana Sachs

O levantamento"O Brasil dos Agrocombustíveis: Impactos das Lavouras sobre a Terra, o Meio e a Sociedade - Soja e Mamona", feito pela ONG Repórter Brasil com base em pesquisas, entrevistas e viagens por 19 mil quilômetros de estradas nos Estados do Rio Grande do Sul, Paraná, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Tocantins, Pará, Ceará, Bahia, Piauí e Maranhão, além do Paraguai, revelou que Programa Nacional de Produção e Uso de Biodiesel, criado em 2004, não está cumprindo seu principal objetivo, que é o de promover a agricultura familiar por meio da produção de soja para os biocombustíveis.
O relatório mostra estimativas do Ministério do Desenvolvimento Agrário para a área plantada de oleaginosas no início de 2008, apenas 15% do biodisel produzido no país virá de matérias-primas fornecidas por pequenos agricultores. Das 51 empresas produtoras de biodiesel no país, 28 possuem o Selo Combustível Social, fornecido aos que promovem a inclusão social no campo. O estudo também avaliou que o cultivo da mamona, eleita pelo governo federal um dos carros-chefe do Programa Nacional de Produção e Uso de Biodiesel, não decolou. Há apenas 158,2 mil hectares estimados para a safra 2007/2008, o que representa menos de 1% da agricultura do país e apenas 1,7% de aumento com relação à safra 2006/2007.
As plantações de soja correpondem hoje a 45% da área cultivada no país na safra 2007/2008, com 21 milhões de hectares plantados. Essa produção deve aumentar nos próximos anos, puxada pela demanda por farelo de soja no mercado mundial para utilização como ração de animais e pela queda na produção dos Estados Unidos, até então o maior exportador do produto, que se volta para a produção de milho para a indústria do etanol.
(Fonte Uol - Noticias)

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