Do Espaço Aberto
José Augusto de Souza, que cumpre sentença condenatória de 52 anos de reclusão, disse nesta terça-feira, ao depor no Tribunal do Júri, que o radialista Luiz Araújo, condenado como mandante das mortes dos irmãos Ubiracy e Uraquitam Novelino, teria dito, ao chegar à cela onde cumpria pena, que ainda faltava matar o juiz, o promotor, o pai dos irmãos assassinados e o deputado Alessandro Novelino.
Arrolado como testemunha de defesa de Chico Ferreira, José Augusto de Souza, condenado por oito assaltos a mão armada, disse que passou dois meses dividindo a mesma cela com o Chico Ferreira. Informou perante o juiz Raimundo Flexa que tentaram envenenar Chico com Baygon solúvel (produto químico para matar baratas), adicionando-o ao suco do réu.
Segundo o depoente, Luiz Araújo, ao chegar à cela, teria dito o seguinte: "Chegou o perneta mais perigoso do planeta [referência que o réu fazia à sua própria deficiência física]. Já dei tiros na RBA [emissora de TV que integra o grupo de comunicação do deputado federal Jader Barbalho, do PMDB] e, mesmo aleijado, já matei dois que tinham dinheiro. E quem se meter comigo, mando matar também".
Segundo a testemunha José Augusto de Souza, o radialista o teria procurado para saber se ele teria dinamite e disse também que ainda faltava matar mais outros: o juiz, o promotor, o pai dos irmão assassinados e o deputado Alessandro.
José Augusto, que já cumpriu seis anos e quatro meses pelos crimes de assalto, trabalha na cadeia em serviços gerais de limpeza. Ele afirmou ter visto o advogado César Ramos, que atua na defesa de Luiz Araújo ter ido na Casa Penal procurar pelo empresário. A declaração da testemunha confirma o que Chico Ferreira declarou no começo da manhã, ao ser interrogado no plenário, que o advogado estaria pressionando-o a lhe pagar R$ 2 milhões, para inocentá-lo da acusação dos crimes e responsabilizar somente o ex-policial civil Sebastião Alves Cardias.
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