CHICO ARAÚJO
Agência Amazônia
BRASÍLIA — A falta de um projeto para a agricultura e a pecuária é a principal causa do crescente aumento do desmatamento na Amazônia. E as grandes madeireiras, mineradoras e as empresas de agropecuárias extensivas, atraídas para a Amazônia pelos volumosos incentivos fiscais e gigantescos financiamentos oferecidos pelo governo federal são as principais responsáveis pela derrubada indiscriminada de floresta na região.
O diagnóstico acima é parte da Campanha da Fraternidade do ano passado e, na última quarta-feira, foi confirmado pelo próprio governo. Ao depor na Câmara, o ministro da Agricultura, Reinhold Stephanes, reconheceu ser desnecessário fazer novas derrubadas na Amazônia para aumentar a produção. Hoje, o Brasil possui 165 mil km² de áreas já degradadas, mas não utilizadas. Em 2007, as derrubadas aumentaram 13% — a Amazônia perdeu 3.235 mil km², o equivalente a 320 mil campos de futebol.
“Nós temos muita área degradada a ser recuperada. O que precisamos é de um programa para isso”, admitiu Stephanes. E o ministro foi mais além. Expôs um dado preocupante: “Enquanto ocupamos 50 milhões de hectares para a produção de grãos, nós ocupamos, para a pecuária, mais de 200 milhões de hectares. Ou seja: quem efetivamente usa terras no Brasil é a pecuária, em uma densidade de aproveitamento muito baixa”.
A pecuária cresceu de forma assustadora e, hoje, já conta com mais que o triplo de animais do que o total da população da Amazônia. Em 2004 havia 71 milhões de cabeças de gado para uma população estimada (em2005) em 23 milhões de pessoas.
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