sábado, 19 de abril de 2008

Mário Cardoso x José Priante

No Repórter Diário deste sábado:

Se depender do PT, a dobradinha com o PMDB que derrotou o PSDB em 2006 será reeditada no segundo turno da sucessão em Belém. A opinião, da deputada Regina Barata (PT), que renunciou à pré-candidatura para apoiar o ex-secretário Mário Cardoso, reflete o clima da reunião da Executiva Municipal do PT que anteontem fechou questão pela candidatura própria petista em primeiro turno. Com pressa para botar o bloco na rua, o PT referenda o nome de Cardoso em 28 de maio, um mês antes do prazo fatal do TSE para as convenções partidárias. Resta agora saber, parafraseando Garrincha, se o jogo foi combinado com os russos: o PMDB.

Livre
Regina Barata avalia que a implosão das prévias deixa a governadora livre para apoiar nome partidário único, condição que sempre advogou, negando-se a manifestar preferência em prévias que teriam dois pré-candidatos não alinhados à sua corrente, a Democracia Socialista (DS). Agora apoiadora da candidatura do ex-secretário, Regina não é subordinada a tendências e Cardoso é soldado do grupo “Unidade na Luta”, que faz parte do Campo Majoritário, liderado no Pará pelo deputado federal Paulo Rocha.

Isolado
A opção petista por candidatura pura no primeiro turno e por aliança com o PMDB no segundo, como prevê a deputada sem conhecer a posição peemedebista, decreta em tese o isolamento do prefeito Duciomar Costa (PTB), candidato declarado à reeleição. Regina argumenta, aliás, que renunciou à pré-candidatura porque desapareceram os cenários políticos em que o PT poderia apoiar em primeiro turno eventual candidatura do deputado federal José Priante (PMDB) ou mesmo a reeleição do prefeito.

Petardo
Ontem, já falando como candidato do PT, Mário Cardoso classificou como natural a verticalização em Belém, no segundo turno, do acordo nacional do PT com o PMDB. Ele, porém, disparou duras críticas contra o deputado José Priante, responsabilizando-o por outdoors na cidade dizendo que Lula impôs ao PT apoio a seu nome. “Isso não é verdade”, rebate. Segundo ele, Ana Júlia e Paulo Rocha jamais foram “enquadrados” por Lula. Ponderou expressar “opinião pessoal, que não se confunde com partidária”.

Ética
Cardoso ressalvou que, da mesma forma, a ação do deputado peemedebista não deve ser confundida com a posição do PMDB. Irritado, o ex-secretário acusou Priante de “falta de ética” e considerou os outdoors passíveis de investigação da Justiça Eleitoral por propaganda extemporânea. Sugeriu que a apuração deve avançar a ponto de revelar os financiadores da campanha. Mário Cardoso circunscreveu as críticas a “fato isolado” e garantiu estar disposto a conversar com o PMDB e com Priante, os “russos” da história.

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