quarta-feira, 2 de abril de 2008

Situação é de calamidade na BR-163 e empresários pedem uma solução

Paulo Leandro Leal

Representantes da Associação Comercial e Empresarial de Santarém (ACES), Sindicato Rural (Sirsan), Sindicato Lojista (Sindilojas) e Câmara de Dirigentes Logistas (CDL) se reuniram nesta terça-feira, 1º de abril, com o comandante do 8º Batalhão de Engenharia e Construção (BEC), Tenente Coronel Ribeiro, para tratar da Rodovia BR-163. Os empresários demonstraram preocupação com a situação da rodovia no trecho entre Santarém e Rurópolis, ouviram do comandante que o Exercito está fazendo o possível para manter a trafegabilidade e definiram que vão encaminhar expediente ao Ministério dos Transportes pedindo mais recursos para a estrada.
Os empresários informaram ao comandante que as dificuldades de tráfego na estrada já causam prejuízos ao município de Santarém e toda a região. Os produtores têm dificuldade de escoar a produção e o transporte de mercadorias está comprometido. O problema já levou a um aumento nos preços dos alimentos em Santarém e região e os preços de produtos como combustível devem subir ainda mais nos municípios menores. O principal problema são as pontes, que estão caindo, e os atoleiros, que impedem a trafegabilidade normal em alguns trechos.
O comandante do 8° BEC reconheceu o problema e disse que este ano o inverno está atípico, com um volume de chuvas bem maior do que o normal, o que está ocasionando sérios problemas na estrada. Segundo Ribeiro, a maioria das pontes apresenta problemas devido ao aumento do nível das águas e, em muitos casos, rios e igarapés chegaram a passar por sobre as pontes. Mas o comandante informou que o 8° BEC está trabalhando na estrada diariamente, inclusive nos finais de semana, consertando as pontes e recuperando os trechos mais críticos, para manter a trafegabilidade.
De acordo com o comandante, o Exército tem feito um esforço muito grande para não deixar que o tráfego fique interrompido de vez na Santarém-Cuiabá. "Para mim é uma questão de honra não deixar cortar", disse Ribeiro, acrescentando que deslocou um grande efetivo de homens e máquinas para a estrada, inclusive enviando para os pontos mais críticos maquinários que trabalhavam no trecho em construção (asfaltamento). O objetivo é atuar nos momentos em que a chuva dá uma trégua para consertar os trechos onde se formam atoleiros.
Os empresários presentes à reunião demonstraram preocupação quando à liberação de recursos para a conservação do trecho sem asfalto entre as duas cidades (cerca de 120 km). O receio é de que este ano o governo repita o erro de 2007, quando os recursos para a conserva foram liberados já no final do ano, no início do inverno. "Estes recursos precisam ser liberados agora no final do inverno, para que o Exército faça um trabalho de conservação no verão e no ano que vem não venhamos a sofrer novamente desta forma", disse Olavo das Neves, presidente da ACES.
O comandante Ribeiro informou que o ideal é que os recursos sejam liberados pelo governo até o mês de maio, o que daria tempo suficiente para um melhor planejamento, com seis meses para a execução das obras. A quantidade dos recursos também é importante. No final do ano passado, foram liberados apenas R$ 2 milhões, mas são necessários mais de R$ 5 milhões para conservar o trecho sem revestimento. "Já estamos trabalhando praticamente no vermelho", disse Ribeiro, explicando que aparecem muitas novas situações na rodovia que significam mais custos.
A ACES, juntamente com as outras entidades, vai encaminhar um documento ao Departamento Nacional de Infra-Estrutura em Transportes (Dnit), órgão do Ministério dos Transportes, pedindo a liberação dos recursos em tempo hábil. "Precisamos sensibilizar o governo que estamos vivendo um estado de calamidade pública na região e que estes recursos têm que ser liberados até maio, para que possamos evitar a repetição desta situação no próximo inverno", disse Olavo das Neves, informando que o documento será encaminhado ainda ao governo estadual e aos deputados estaduais e federais da região.
Obras - O comandante do 8° BEC anunciou que este ano, no verão, o Batalhão vai entregar prontos 40 quilômetros pavimentados entre Santarém e Rurópolis, informando que os recursos para estas obras já foram liberados. "A do governo federal é asfaltar toda a rodovia até 2.010, e o 8° BEC deve asfaltar até Rurópolis", disse o comandante, informando ainda que o Dnit aguarda a finalização de projetos para liberar recursos para o 8° Batalhão substituir as pontes de madeira por de concreto entre as duas cidades ainda este ano.

Um comentário:

Anônimo disse...

Sr editor

A conta é simples.
As chuvas devem persistir até final de abril começo de maio/2008 conforme as previsões.
Considerando de junho de 2008 a dezembro de 2010, onde há um discurso repetitivo que a BR será 100% asfaltada (com asfalto com A maiúsculo capaz de suportar carretas e bi-trens)temos 31 meses.
O que nos separa da fronteira do Mt são cerca de 900 km. Portanto a partir de junho desse ano terão que asfaltar 29 km por mês.
O BEC pelo que consta está na região ha mais de 30 anos e temos pouco mais de 120 km com uma casca de asfalto ou seja uma perfomance de 3 km por mes .. Creio que vão ter que correr um pouquinho para atingir a marca prometida ...
Estou certo sr editor?

Antenor Giovannini