O senador Gerson Camata (PMDB-ES) pediu justiça para um proprietário rural de 71 anos que teve sua terra invadida no Pará. Ele leu carta enviada pela filha deste fazendeiro, que mora no interior do Espírito Santo, contando as dificuldades vividas pelo pai nos últimos dias. Camata disse que irá enviar a carta ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva, a quem pedirá justiça.
Na carta, a filha afirma que o pai tem uma fazenda com 50% de mata preservada, em Ourilândia do Norte, no sul do Pará, onde trabalha há 20 anos. A fazenda fica perto da Mineradora Onça Puma, recentemente comprada pela gigante multinacional da mineração Vale, antiga Companhia Vale do Rio Doce. A compra, afirmou a filha, valorizou muito a fazenda, devido à proximidade desta com a cidade, cuja economia dinamizou-se muito com a presença da Vale.
A filha conta que trabalhadores sem terra têm, nos últimos quatro anos, perturbado muito o pai e a mãe, culminando com a invasão da fazenda no último final de semana. Afirmou que a mãe soube do líder dos sem-terra que a intenção é lotear a fazenda e vender os lotes. Disse também que o pai ligou no dia anterior, rezando e chorando ao mesmo tempo, indignado com a falta de justiça no Brasil. Ela se pergunta por que os sem-terra não invadiram a fazenda há 20 anos, quando não havia estrada, luz ou cidade próximas.
Camata disse que não era necessário fazer um discurso, que apenas a carta dizia tudo. Mesmo assim, afirmou que o presidente Lula "tem sido muito bonzinho" com o presidente da Bolívia, Evo Morales, dando àquele país a refinaria da Petrobras, e também tem sido bonzinho com o Paraguai e a Argentina, dando mais dinheiro pela energia gerada em Itaipu, no primeiro país, e mais energia para resolver o gargalo na produção argentina.
- Por que não ser bonzinho - aliás, bonzinho, não; justo - com um pobre brasileiro de 71 anos que trabalhou a vida toda numa propriedade e agora ela é invadida pelos sem-terra? - indagou Camata.
(Fonte: Agência Senado)
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