Larissa Oliveira
Estudante de Jornalismo
Em sua edição de 18 de maio de 2008, o jornal americano The New York Times publicou uma matéria - escrita pelo correspondente do NTY no Rio de Janeiro, Alexei Barrionuevo - onde defende uma possível internacionalização da Amazônia. A tradução da matéria pode ser lida no site Vi o Mundo.
Concordo com o repórter em dizer que a floresta deixou de ser "prioridade da segurança nacional", mas, ainda sim, acho-a incabível. Não pela defesa de que a Amazônia é uma instituição internacional. Incabível é que a soberania dos países em que floresta pertence a seus territórios seja atacada.
A Amazônia pertence, sim, ao Brasil, Bolívia, Colômbia, Equador, Guiana, Guiana Francesa, Peru, Suriname e Venezuela. E não digo "e de mais ninguém" porque percebo a importância de ter um mundo preocupado com o futuro do que restou de natureza.
Mas é muito fácil querer meter o dedo na política interna alheia (ou na falta dela) enquanto a maioria dos países ricos e desenvolvidos do mundo destruiu suas matas nativas para chegarem ao status que hoje estão. Agora, todos se voltam para o restou de verde no planeta. E o meio ambiente com maior biodiversidade do mundo é, coincidentemente, aqui no Brasil, ora vejam só.
E o que fazemos com ele? Bom, quem conhece a parte norte do país sabe que, fora as capitais, praticamente nada pode ser chamado de desenvolvido. Nem nos moldes internacionais, nem mesmo no brasileiro. E o que as comunidades locais querem? Adivinhem... Desenvolvimento. E o que os governos fazem às custas disso, ou pelo menos, teoricamente, em nome disso? Digamos que eles não chegaram exatamente a um modelo sustentável.
Nos lugares isolados, onde só se chega após dias de viagem de barco - sim, aqueles mesmos, com redinhas penduradas balançando pra lá e pra cá - é fácil imaginar porque não chegam políticas públicas efetivas que melhorem as condições de vida e de trabalho local. Se eu pudesse mandar um recado a quem meu colega Gabriel Gabardo chama de "Meu Presidente", e também para os próximos que virão, eu diria: "Se preparem para guerra, pois quem não cuida do que é seu, vem outro e toma".
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