segunda-feira, 19 de maio de 2008

SOM ALTO É MOTIVO DE FECHAMENTO DE BARES E APREENSÃO DE VEÍCULOS

Alessandra Branches
Repórter

Aproximadamente 500 bares de pequeno, médio e grande portes estão sendo notificados pelo Departamento de Polícia Civil (DPA) a fim de que se regularizem quanto à obtenção do alvará de funcionamento. Segundo o Superintendente Regional de Polícia Civil, delegado Jardel Guimarães, a operação está sendo feita a fim de combater a poluição sonora e diminuir a incidência de violência nos bairros periféricos da cidade.
Além dos bares, carros de som também estão sendo alvos da fiscalização e conforme abuso, poderão ser apreendidos, como aconteceu no dia 14, na orla da cidade. "Os bares notificados e regularizados que continuarem utilizando som em volume considerado prejudicial à população terão seus alvarás cassados e poderão ser fechados", explicou o superintendente, acrescentando que os donos dos estabelecimentos estão sendo orientados através de operação preventiva. "Por enquanto, estamos apenas visitando os bares, averiguando se estão irregulares e intimando -os para comparecer até a superintendência com o intuito de atentar aos procedimentos necessários a fim de que regularizem suas pendências, como a expedição de alvarás", disse Jardel, ressaltando que no bairro do Maracanã, determinado estabelecimento comercial pretendia instalar um casa de festas, contudo, não liberou funcionamento, haja vista que um Termo de Ajuste de Conduta tinha sido assinado entre os comerciantes e a população que mora as proximidades da praia a fim de que festas dançantes não fossem realizadas no local, já que a incidência de crimes era comum aos finais de semana e os moradores não tinham mais sossego devido o barulho dos bares.
"Mesmo tendo alvará de funcionamento, não tem como liberar o espaço para serem realizadas festas dançantes. Não podemos desobedecer ao termo que foi assinado anteriormente, caso contrário, abriríamos espaço para que novos estabelecimentos voltassem a fazer festas próximo à praia", disse.
Segundo tabela de índices de poluição sonora, as zonas residenciais, onde estão localizadas grandes partes dos bares, o nível tolerado de poluição durante o dia é de 55 dB (decibéis) e no período noturno de 50 dB. Segundo o perito criminal do Centro de Perícias Renato Chaves, Abdon Alberto, durante as fiscalizações é preciso verificar o ambiente que está se propagando o som, atentar para os prejuízos que eles estão causando a quem passa pelo local e para a vizinhança. "É preciso analisar com base na tabela de poluição sonora e através do decebilímetro, aparelho que mede a intensidade do som, quais os efeitos negativos estão causando" contou o perito lembrando que nem sempre os bares são os principais perturbadores do sono alheio. "Em grande parte dos casos, os bares perdem para os sons automotivos. Os proprietários de automóveis abusam e na maioria das vezes se instalam em frente aos bares e ainda ligam o som no volume máximo", revelou.
Na orla da cidade, a fiscalização será intensificada e os carros que ultrapassarem o nível tolerado pela tabela de índices de poluição sonora serão apreendidos como aconteceu com um Fiat Pálio, de cor vermelha, que está apreendido no pátio da delegacia de Polícia Civil. "Nós já tínhamos consciência de que o problema era grava na orla da cidade e com o apoio da população que denunciou o fato ao 190 (CIOP), fomos até lá e conseguimos apreender o veículo e toda a aparelhagem instalada no carro foi levada para o Juizado Especial Criminal", contou o superintendente regional, lembrando que nível permitido naquele perímetro é de 65 dB durante o dia e 60 dB, no período noturno.
Caso os valores sejam superiores ao estabelecido na tabela, reações negativas podem prejudicar a saúde auditiva da população. Acima de 50 db, o organismo humano começa a sofrer impactos com o ruído, como a diminuição da concentração e da resistência imunológica. Quando superado 70 dB, aumenta os riscos de enfarte e demais doenças sérias.

Paixão pelo Som alto custa caro
Para conseguir um som considerado potente, os proprietários de automóveis desembolsam em torno de R$ 4 a R$ 5 mil para dispor de uma boa aparelhagem composta por amplificadores, que variam de R$ 1 mil a R$ 2 mil. Segundo o eletrônico Ray Quintino, o amplificador mais potente utilizado em Santarém custa em torno de R$2.800 mil. Além disso, é necessária a compra de alto-falantes, cornetas, tweeters, toca CD´s, microfones, mesa de som, baterias, cabos de áudios e muitos outros. "Apenas um amplificador é suficiente para ultrapassar 100 dB, mas, alguns carros suportam até quatro amplificadores", disse o eletrônico.

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