Adenaue Góes
Sou daqueles que acredita que o setor está efetivamente se reorganizando. Não apenas pelos números crescentes de investimentos, mas porque me parece haver uma evidente mudança de cultura. De um lado os empresários entendem que necessitam progredir para garantir espaço com o entendimento de que turista mal atendido não volta e não indica o roteiro a amigos e do outro lado o consumidor está aprendendo a escolher, a selecionar os produtos na prateleira de ofertas e a exigir bons serviços.
Esta constatação nos leva a referendar a importância do Salão de Turismo- Roteiros do Brasil, nascido em 2005 e que realizará sua 3ª edição no período de 18 a 22 de junho no espaço de feiras do Anhembi em São Paulo, este evento nasceu sob a chancela de Milton Zuanazzi, então Secretário de Políticas do Ministério do Turismo e tinha assim como é fundamental que continue a ter a proposta de organizar e estimular a oferta de roteiros turísticos e naturalmente em processo seqüencial trabalhar por sua qualificação com foco na venda e relação com publico consumidor.
A ultima edição do Salão ocorrida em 2006 entrevistou 109.000 pessoas com 93% afirmando que desejavam voltar na edição seguinte. O mercado está mais consciente, e reconhece no dialogo permanente com o consumidor a essência dos trabalhos dos prestadores de serviços turísticos. O arranjo produtivo entendeu que necessita se estabelecer em novas bases.
A integração de processos também vem sendo melhor compreendida e exercida, o que acaba por tornar os negócios mais ambientalmente e socialmente responsáveis, exemplo disto são os produtos da agricultura familiar, que cada vez mais ocupam espaços não apenas na venda direta, mas no abastecimento de pousadas, restaurantes e hotéis, pesquisa efetuada constatou que 76% das empresas de turismo investiram em responsabilidade social e 58% tem orçamento especifico com esta finalidade.
São, portanto, mudanças estruturais que se refletem na ponta e se fazem notar pelos turistas, sejam do Brasil ou do exterior.
Percebe-se ainda com clareza que o brasileiro em sua grande maioria, infelizmente ainda não vê o turismo como um investimento pessoal de qualidade de vida, um bem durável para todo o sempre, diferentemente de outros Paises que possuem a cultura estabelecida do turismo. No Brasil ainda estamos iniciando este processo de transformação, o qual não deve ser visto como responsabilidade ou desafio a ser superado apenas por instituições governamentais, mas missão e meta de todos os envolvidos direta ou indiretamente no arranjo produtivo do turismo.
A combinação destes ideais pode alavancar o turismo em prazos relativamente curtos. Aumentar a oferta de roteiros turísticos, buscando sempre a qualificação e facilitar o acesso ao publico consumidor, com preços e condições mais acessíveis fazem parte de estratégias que o Salão Brasileiro persegue, motivo pelo qual instituições como o Banco do Brasil e Caixa Econômica devem aproximar-se cada vez mais no sentido de conhecer melhor o arranjo produtivo e as nuances de mercado, pois diminuindo a burocracia e com taxas mais acessíveis o sistema tende a fortalecer-se e consolidar-se.
O empresário paraense tem no 3º Salão de Turismo- Roteiros do Brasil uma grande oportunidade de mostrar seus produtos no maior mercado consumidor nacional, não apenas diretamente para o publico paulista, mas também para as operadoras que estarão presentes querendo conhecer e fechar negócios com as novidades que serão apresentadas.
adenauergoes@gmail.com
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