quinta-feira, 12 de junho de 2008

Padre Edilberto suspeita dos objetivos do concurso da prefeitura de Santarém

Comentário do padre Edilberto Sena, hoje, na Rádio Rural, considera que a decisão da prefeita Maria do Carmo de realizar concurso público faltando menos de seis meses para o final de seu mandato levanta muita suspeita.
Leia a íntegra do editorial:

Finalmente o concurso público municipal foi marcado – 17 de agosto. Plano bem pensado, coisa de quem sabe plantar hoje para colher no tempo certo. Não parece decisão solitária da gestora municipal. Ela não tem cabeça maquiavélica, nem parece uma pessoa calculista. Essa decisão de deixar para marcar a data aos 47 minutos do fim do jogo, não foi por acaso, não foi por descuido. Basta juntar as pedras do xadrez.
Passaram-se 3 anos e meio em que esse concurso deveria ter sido feito; o sindicato dos profissionais da Educação já vinha pressionando há um bom tempo, embora o outro sindicato de funcionários públicos viesse fazendo o jogo do poder central e concordando em adiar o concurso; finalmente o Ministério Público fez pressão exigindo a realização do concurso. E aí, 20 dias antes de esgotar o prazo, por causa do período eleitoral, a prefeita anuncia a data do concurso.
Justamente, dentro do período de campanha eleitoral, quando não é permitida nenhuma contratação, ou demissão de funcionário público, exceto em caso de justa causa, então ocorrerá o concurso. Diante da justiça significa que a prefeita cumpre a lei que exige o concurso, mas não empregará ninguém que tenha passado no concuro neste ano.
Os temporários continuarão pendurados. Como o concurso não renovará todo o quadro de funcionários, uma parte dos temporários irá continuar empregada no próximo mandato. Então, pode até acontecer que os escalões da prefeitura não utilizem a chantagem eleitoral, o que seria muito feio e desonesto, mas os temporários ficarão automaticamente inseguros, esperando o favor de não serem degolados ao final do ano. Se os concursados ocuparão parte das vagas, outra parte será ocupada por temporários, mas nem todos os atuais permanecerão, daí a insegurança e o apelo à misericórdia dos gestores, que poderão ser generosos com seus eleitores.
Assim parece a montagem. Pode até não ser assim. Talvez quem decidiu, junto com a prefeita a data do concurso nem tenha tido toda essa malícia, ou inteligência, mas que parece plausível, parece, não parece? aí alguém poderá concluir – mas, pelo menos o concurso vai sair finalmente, não é?
É verdade, mas que consolo! Parece chupeta em boca de criança chorona! Chupa o pipo mas não sairá leite. E assim caminha a humanidade nesta terra da índia Moaçara de saudosa memória.
Fonte: http://amazoniaempauta.blogspot.com

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