Lúcio Flávio Pinto
Editor do Jornal Pessoal e articulista de O Estado do Tapajós
Quase metade dos 7 milhões de habitantes do Pará vive na "linha de pobreza", em famílias com renda mensal inferior a meio salário mínimo per capita, ou pouco acima de 200 reais. São exatamente 3.491.389 pessoas nessa condição, com renda insuficiente para custear necessidades mínimas, segundo o último mapa da exclusão social apresentado pelo governo do Estado. De 2004 para 2005, a legião dos pobres cresceu 1,29%, incorporando mais 44.496 pessoas. Esse é o período mais atualizado da pesquisa, que acompanhou as demonstrações financeiras do Estado relativas a 2007.
O PIB per capita do Pará equivale a menos da metade do indicador nacional. Houve uma discreta elevação, de 2%, nesse índice entre 2004 e 2005, mas não mudou a situação: enquanto a participação média de cada brasileiro na riqueza nacional somou R$ 10,7 mil reais, ao paraense coube a cota de R$ 5,3 mil. A concentração da renda no Estado é das maiores do país, chegando a 0,76 na escala GINI, que vai de 0 (a igualdade ideal) a 1 (a desigualdade máxima).
Além de não dispor de renda para sair da linha de pobreza, o paraense enfrenta condições de vida mais adversas do que o cidadão médio porque evolui mais lentamente. De 2005 para 2006 a proporção dos que têm acesso à rede geral de água passou de 47,31% para 48,30. A média brasileira, porém, é de 83,21%. Se o saneamento básico é ruim, a moradia é pior porque involui: no mesmo período o déficit habitacional subiu de 49,15% para 50,52%. Seguiu tendência inversa do comportamento do índice nacional.
O Pará continua a ser isso.
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