Do Espaço Aberto:
Um discurso pra lá de inflamado, pronunciado ontem de manhã pelo ex-deputado José Priante, durante convenção que selou a dobradinha entre PMDB e Democratas no município de Juruti, região oeste do Pará, sinalizou um pouco – somente um pouco – do muito que poderá ser ouvido na campanha eleitoral que está às portas.
Priante, pré-candidato a prefeito de Belém pelo PMDB, esperava selar com o PT uma aliança que está completamente inviabilizada, pelo menos para o primeiro turno. Essa condição é que o tem estimulado a começar a soltar a língua.
E foi o que aconteceu em Juruti, onde o peemedebista esteve na condição de um dos fiadores da chapa que tem Izaías Batista, do PMDB, como candidato a prefeito e Otávio Barbosa (DEM) a vice. Eles vão enfrentar o atual prefeito do município, o petista Manuel Henrique Gomes da Costa, contra quem, aliás, o Ministério Público ingressou em abril passado com ação por ato de improbidade administrativa.
Priante, ao empunhar o microfone durante a convenção, estava com a corda toda.“Aqui [em Juruti] a eleição vai ser dura, disputada. Vamos disputar essa eleição contra a máquina municipal e estadual”, disse o ex-deputado.
De lá do meio da multidão, uma voz se fez ouvir – límpida e claramente perceptível, de acordo com a gravação que o poster teve oportunidade de ouvir ontem à noite:
- ... E com a máquina federal – gritou um participante do político.
- Federal, não – corrigiu Priante.
- Vamos distinguir posições políticas aqui. Federal não. Depois que o Izaías ganhar, quem vai levá-lo à presença do presidente Lula sou eu – acrescentou o ex-deputado, para indicar aos convencionais que ele teria supremacia sobre os petistas e pode desbravar caminhos diretamente a Lula, sem intermediários do PT.
Priante foi em frente.
Disse que foi candidato a governador em 2006 e que, na sua opinião, esse fato ajudou e encorpar o PMDB, “que estava deste tamaninho e agora está enorme em todo o Pará”. E acrescentou: “Vamos decidir a eleição em Santarém. Fiquem certos disso. Mas estou aberto para conversas, porque o PMDB é o maior partido de Juruti, de Santarém, do Pará”.
Priante disse mais.
“Meu partido está me chamando para um desafio: quer que eu me candidate a prefeito de Belém. Estou até inclinado a aceitar. Mas tenho outra opção: a de virar esse Estado de cabeça para baixo, de ir de palanque em palanque, contando muita verdade que eu quero contar e que o povo quer ouvir. E não só o povo de Juruti, mas o povo do Pará”, ameaçou o ex-deputado.
Na toada em que vai, Priante vai começar a contar na próximo convenção pelo interior.
E é verdade: se o ex-deputado quer contar e tem coisa para contar, nós queremos ouvir.
Tudo. Tintim por tintim.
Nenhum comentário:
Postar um comentário