Alessandra Branches
Repórter
Passadas duas semanas que uma menor de nove anos foi estuprada e o caso denunciado a delegacia da mulher, nenhuma pista do acusado foi encontrada. Seria o segundo estupro que o indivíduo com aparência de uns 28 anos de idade teria cometido no bairro da Floresta. No primeiro semestre deste ano foram registrados mais de 210 atendimentos no Conselho Tutelar, sendo 17 provenientes de violência contra o menor.
"É impressionante como os números crescem de forma significativa a cada mês. Para nós, que trabalhamos no conselho tutelar, o aumento é reflexo da confiança que adquirimos da população durante os últimos anos", comenta Antonia Padilha do Conselho Tutelar de Santarém, acrescentando que infelizmente, os pais, irmãos, tios e outros membros do círculo familiar das vítimas continuam sendo os principais agressores. O abuso sexual de menores acontece na maioria no próprio seio familiar, através do pai, do padrasto, do irmão ou outro parente qualquer. Outras vezes ocorre fora de casa, como por exemplo, na casa de um amigo da família, na casa da pessoa que toma conta da criança, na casa do vizinho, de um professor ou mesmo por um desconhecido", destaca Padilha.
A menina que ficou assustada com o ocorrido, em depoimento lembra que o homem tem uma longa tatuagem no braço esquerdo. "Ele tem o braço todo verde, um monte de ondas, desde a mão até o ombro", contou a menor para a delegada, desenhando o rosto do estuprador e a tatuagem que ele tem no braço. Dias depois do acontecimento, apenas dois homens foram presos acusados de serem o estuprador, contudo, a menor não os reconheceu e a delegada teve que os soltar.
Tanto as menores quanto às mulheres de mais idade sofrem com a violência, contudo a reclamação na delegacia especializada de crimes contra mulheres, aponta a desistência como motivo de indignação. "Dos mais de 40 casos registrados mensalmente, 15 deles não seguem, posto que as mulheres agredidas fazem as pazes com o marido ou companheiro, mentem para as testemunhas dizendo que o caso foi extinto e não voltam mais. Quando são agredidas de novo, choram e fazem o mesmo drama", comenta a delegada Márcia Rabelo acrescentando que esta porcentagem era maior não fosse a nova lei", conta acrescentando que "As mulheres conhecem o seu direito, mas preferem em alguns casos, ficar ao lado do agressor para garantir o bem estar de seus filhos e da família. Em vista disso, aceitam ser espancadas", comentou.
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