Sesp em agonia
Era dramática, em meados de 1963, a situação do Sesp, o Serviço Especial de Saúde Pública, criado durante a Segunda Guerra Mundial, mas já então transformado em fundação. A Associação Comercial do Baixo-Amazonas se reuniu para avaliar a situação. Sem recursos, o Sesp ameaçava fechar.
Embora ainda houvesse algum medicamento, o corpo clínico, desfalcado, não dava conta da demanda. Cada médico, atendendo em média 100 pessoas por dia, só podia dedicar três minutos a cada uma. Nessas condições era impossível um diagnóstico seguro. O único cirurgião era o próprio prefeito, o médico Everaldo Martins. Como prefeito, ele não era obrigado mais a ir ao Sesp, mas continuou a desempenhar sua função no hospital.
Antonieta Dolores, empenhada em salvar a instituição, deu seu depoimento:
"Conheci o Sesp desde os tempos áureos do convênio americano. Nada faltava ao povo da Amazônia. O programa era bem elaborado. Os tempos foram passando e o Sesp passou a fundação. E como se fosse crime tratar da saúde do povo com o carinho como o Sesp fazia, por castigo, as verbas foram diminuindo. Hoje pode-se dizer que o Sesp já não tem nada para dar".
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