Paulo Leandro Leal
Do EcoAmazônia
Parace brincadeira, mas não é. A Procuradoria da República no Estado do Pará divulgou nota acusando a Alcoa de desrespeitar os ribeirihos da região de Juruti, onde a empresa implanta um projeto de extração de bauxita. Mas a empresa não deixou de cumprir qualquer lei. O crime foi que o seu presidente chegou atrasado e um encontro com ribeirinhos que são contra o projeto e chegaram a ameaçar, no ano passado, invadir e queimar as instalações da empresa.
O MPF diz que o presidente da empresa na América Latina, Franklin Feder, atrasou-se em mais de duas horas para uma reunião à qual cerca de 80 pessoas tinham ido para discutir problemas gerados pela instalação da empresa na região. "Foi um desrespeito com a associação, com as 40 comunidades que ela abrange, com o Ministério Público e com os governos Federal e do Estado, que também estavam representados lá", critica o presidente da Associação das Comunidades da Região de Juruti Velho (Acojurve), Gerdeonor Santos.
Gerdeonor, para quem não se lembra, é aquele que ameaçou invadir, depredar e queimar as instalações da Alcoa em Juruti. Na época, ele não sofreu qualquer repreensão por parte do Ministério Público. Pelo contrário, é tido como procuradores e promotores como uma espécie de herói da resistência contra o projeto da Alcoa.
A declaraçãop mais absurda partiu da promotora de Justiça Eliane Moreira, que atua no caso. "No nosso ponto de vista, esse tratamento desrespeitoso da empresa para com a população tem se repetido sempre. Não é um desrespeito só com os moradores de Juruti, mas sim com toda a dinâmica social da Amazônia", disse a promotora.
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