O pato no tucupi, comida típica do estado do Pará, servido geralmente em ocasiões especiais como o Círio de Nossa Senhora da Conceição está sumindo da mesa dos santarenos. Nos mercados e feiras da cidade onde a ave era facilmente encontrada o que se houve é reclamação dos consumidores que não encontram mais o produto para cozinhar e compor o tradicional almoço depois da romaria. Nem a barraca da santa, onde nessa época de arraial, o tradicional pato no tucupi é encontrado no cardápio. A cozinha terceirizada oferece, apenas, pratos à base de peixe, carne e frango.
"Eu procurei desde a semana passada, mas até agora não encontrei nos mercados. A solução é pedir que os meus amigos do interior, que vem prestigiar o círio, tragam para a gente comprar, caso contrário, vamos ter que mudar o cardápio", contou a dona de casa, Evaldina Lima, 65 anos, acrescentando que aos poucos a tradição vai sendo desrespeitada. "Numa época dessas o que mais se via era pato e galinha sendo vendido nos mercados. Era tão barato que ás vezes comprávamos para semana inteira", revela a dona de casa.
Os feirantes alegam que o sumiço das aves é reflexo do encarecimento do transporte. Quem vem do interior tem que pagar mais caro para trazer os patos e vender na cidade. Além disso, são poucas pessoas que ainda criam e comercializam as aves. "Ninguém quer se preocupar com isso. Você vai ao interior e as pessoas não perdem tempo criando isso, eles querem vir para a cidade estudar e arranjar um outro emprego, já que não dá lucro. O transporte é caro e ainda incomoda os passageiros das embarcações e dos ônibus que trazem os feirantes para a cidade", contam os feirantes do Mercadão 2000, explicando que uns dois ou três criadores aparecem nos finais de semana no mercado para vender umas dez galinhas e alguns patos que são comercializados por no mínimo R$11,00 o quilo, e a baixa oferta da ave obriga as pessoas a migrarem para outros tipos de alimentos mais baratos, como a carne e o frango.
Enquanto isso, quem conseguiu comprar o pato com antecedência comemora e vai em busca de outros ingredientes para fazer o delicioso pato no tucupi, tais como o jambú e o tucupi. Segundo os consumidores, o preço está razoável se comparado há anos anteriores e a procura é grande.
Para as vendedoras de tucupi a expectativa de lucro durante esse período é grande. "A gente tá vendendo bem, graças a Deus, se comparado ao resto do ano que foi um fracasso", comentou Luiza da Costa, 45 anos, comunitária de Irurama, região do Eixo-Forte.
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