segunda-feira, 22 de dezembro de 2008

Profeta do caos

Já acabou a época em que o regime democrático não tinha remédio institucional para vacância de cargos públicos.
Por isso, são eivadas de miopia ideológica as teses de que a assunção do presidente da Câmara a partir de janeiro à chefia do executivo de Santarém, por causa do impedimento da prefeita eleita Maria do Carmo - seria um perigo para a cidade.
Em Belém, em 1983, quando Jader Barbalho demitiu o prefeito Sahid Xerfan, a prefeitura da capital foi ocupada por 50 dias pelo presidente da Câmara vereador Emaonel O' de Almeida , já falecido. E não se teve notícia de que a interinidade provocou sobre a cidade das mangueiras nenhuma catástrofe.
Mas eis que, desconhecendo os bastidores da crise institucional decorrente da cassação de Elias Pinto - em pleno regime militar - tenta-se estabelecer um paralelo entre as duas situações, que não guardam nenhum similitude.
Faz-se com isso, sem o menor escrúpulo, uma comparação desmedida entre a injustiça cometida à força contra Elias Pinto e uma justiça operada em desfavor de Maria do Carmo respeitando-se o princípio do contraditória e a ampla defesa.

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