Lúcio Flávio Pinto
Articulista de O Estado do Tapajós
Dos 7 milhões de paraenses, 400 mil – ou 6% de toda população – são analfabetos ou analfabetos funcionais (sabem ler, mas não são capazes de entender o que lêem). É uma tragédia. Mas há outras. Dos 126 mil professores da rede pública de ensino médio, 41 mil (ou um terço) não têm formação de nível superior. A grande maioria dos que têm formação universitária é oriunda não de escolas públicas, mas de particulares, de evidente qualificação inferior. Das 1.216 escolas de ensino médio do Estado, mais de 80% ”apresentam infra-estrutura deficitária e obsoleta”.
São dados oficiais da Seduc, que a secretária, Iracy Gallo Ritzman, corajosamente apresentou na Reunião Regional da SBPC em Oriximiná, em novembro. Ela prometeu empenho para reverter esse quadro dramático, cuja consideração é indispensável para entender a nefanda condição social do Pará, com exploração de menores, trabalho escravo, mortes violentas e outros indicadores negros, que ofendem a dignidade da maioria dos habitantes do Estado. Mas como acreditar que essa gigantesca tarefa será realizada pelo governo atual, que, como todos os anteriores, considera a educação a ante-sala de toda a mixórdia política e empresarial, que mantém o Pará distante do seu potencial de grandeza em função dos seus recursos naturais?
Simplesmente não dá para acreditar.
Nenhum comentário:
Postar um comentário