segunda-feira, 12 de janeiro de 2009

Violência no Norte já é a maior do país

Lúcio Flávio Pinto
Editor do Jornal Pessoal e articulista de O Estado do Tapajós


De 1990 até 2005 a região Centro-Oeste foi a que teve a maior incidência de mortes violentas no Brasil. Nos dois anos seguintes essa má posição passou a ser ocupada pelo Norte. É o que mostram as estatísticas do registro civil do IBGE, divulgadas recentemente. Na Amazônia a proporção de óbitos violentos em relação à população masculina foi de 18,84%, enquanto no Centro-Oeste a porcentagem ficou em 17,96. Não parece ser um fato aleatório, mas uma tendência: de 2006 (quando o índice era de 18,27%) para 2007 houve crescimento do indicador no Norte e redução no Centro-Oeste (onde o número registrado foi de 18,23%).
A média nacional de óbitos violentos em 2007 foi bem abaixo da realidade registrada na Amazônia: 14,97%. Só o Norte e o Centro-Oeste ficaram acima desse parâmetro. Em todas as demais regiões do país (Sudeste, Nordeste e Sul, por ordem decrescente), a proporção foi inferior. A situação se repete em relação à população feminina, que sofre, porém, violência menor do que entre os homens.
Não por acaso, Norte e Centro-Oeste são as grandes fronteiras nacionais, nas quais a violência não só costuma ser prática mais corrente, como é mais tolerada. Porque seria assim em todas as fronteiras.
Em 2007, Rondônia foi o Estado que concentrou a maior incidência de morte violentas no total de óbitos da população masculina, com 27,6% dos casos. O Amapá ficou na quarta posição, com 20,2%, e o Pará em quinto, com 19,2%. Em segundo ficou Mato Grosso (23,5%) e em terceiro Espírito Santo (22,6%).
Esses números mostram que todos, inclusive a imprensa, precisam continuar a acompanhar com atenção e empenho a violência no Estado, sem sonegar ou manipular informações. Mas também sem agir de forma irresponsável, contribuindo para agravar índices vergonhosos e infamantes.

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