quarta-feira, 18 de março de 2009

10% dos torcedores entram de graça nos jogos do Pantera


Suzana Pinto

Free lancer

No último jogo ocorrido no domingo, entre São Raimundo e Castanhal, 10.779 pessoas compareceram ao estádio Barbalhão para assistir à partida que rendeu R$ 82.800,00. O público pagante foi de 9.966 torcedores. A diretoria do Pantera lamenta, no entanto, que 813 pessoas não pagaram o bilhete de entrada, o que representa cerca de 10% do público presente ao estádio.
O acesso de pessoas que não pagam ingresso no Barbalhão agrava o prejuízo financeiro para a equipe do São Raimundo que, em virtude de um acordo com o Castanhal, o clube santareno receberia 100% nas arrecadações, mas no final do borderô a diretoria constatou que pouco mais de 50% da renda entrou nos cofres do Pantera.
É que da renda do jogo, 10% são pagos para a administração do estádio( a prefeitura) e outros 10% para a Federação Paraense de Futebol. Além disso, o time precisa quitar outras despesas como contratação de seguranças e fiscais de bilheteria e portões de acesso. O São Raimundo reclama, ainda, que as federações de outros estados cobram apenas 5% da renda do jogo, ao contrário da Federação Paraense de Futebol(FPF) que cobra uma das mais altas taxas do país, igualando-se apenas a São Paulo e Goiânia.
Portanto, a entrada de 813 pessoas contabiliza um grande prejuízo para equipe que tem o mando de campo. No jogo contra o Castanhal, cerca de 8 mil reais deixaram de ser arrecadados pelo clube. O interessante é que as pessoas que não pagam ingresso, os conhecidos 'caroans' não são os simples torcedores, são policiais civis e bombeiros não escalados para trabalhar, agentes penitenciários, parentes e amigos de integrantes da imprensa, funcionários da prefeitura de Santarém, sobretudo os da assessoria de esporte e lazer, diretores dos clubes e ainda 600 crianças. "É claro que as crianças com menos de 10 anos têm por direito não pagarem o ingresso e que se deve incentivar os pais a levarem os filhos para assistir ao jogo", reconhece um dirigente alvinegro.
Outro diretor do São Raimundo informa ainda que há, no Barbalhão, um portão por onde as pessoas se aglomeram para entrar sem pagar no estádio. O prejuízo do São Raimundo poderia ser maior se o clube não montasse um sistema de fiscalização com segurança e fiscais contratados pela diretoria do time.

2 comentários:

Anônimo disse...

errou feio a matéria. Não são torcedores que deixam de pagar. E sim profissionais que ajudam na administração e divulgação dos jogos. Como vcs mesmos jornalistas.
Essa foi feia!!

Blog do Miguel Oliveira disse...

A matéria acertou em cheio em cima de uma velha prática clientelista e de troca de favores que envolve dirigentes da Liga, FPF, clubes e administração do estádio.
O jornal O Estado do Tapajós não destaca repórteres ao estádio para entrarem de graça. Já são pagos pelo jornal.
Outros que trabalham, também recebem salários de suas empresas.
Dizer que agentes prisionais são profissionais que ajudam na administração e divulgação dos jogos, é uma piada de mau gosto.
Temos que acabar com essa prática perniciosa que rende simpatia a alguns e prejuízo aos clubes.