Quando a equipe de supressão vegetal finaliza a retirada de vegetação das novas áreas a serem mineradas pela Mineração Rio do Norte (MRN), outro time de profissionais entra em cena para realizar um trabalho minucioso e delicado: o resgate das epífitas - plantas como aráceas, orquídeas e bromélias que vivem acopladas aos troncos de árvores e desempenham um papel fundamental no equilíbrio ambiental da floresta. O trabalho faz parte do projeto de Manejo de Epífitas, desenvolvido pela MRN desde 2001, e que já levou mais de 20 mil plantas de volta à natureza.
O desafio começa durante o salvamento das espécies. Todo cuidado é pouco para que as plantas sejam retiradas corretamente dos troncos das árvores, mantendo as características necessárias para que possam se desenvolver em um novo ambiente. No caso da MRN, é justamente para as novas áreas de reflorestamento que as espécies são transferidas, como explica Gentil Antônio Sousa Júnior, engenheiro florestal da empresa: “Viemos aprimorando ao longo dos anos as técnicas de reflorestamento identificando espécies potenciais à recuperação das áreas mineradas e o projeto de Manejo de Epífitas vem contribuindo com informações para o constante desenvolvimento de novas técnicas”, afirma.
A reintrodução das espécies em paralelo aos trabalhos de desmatamento é uma novidade, já que, nos anos anteriores, as epífitas resgatadas na mata eram armazenadas no horto florestal da empresa para posterior inclusão nas áreas reflorestadas. A nova dinâmica tem gerado bons resultados, agilizando o processo e oferecendo maiores chances das plantas se readaptarem ao meio ambiente.
A mudança contou com a experiência de mais de 30 anos do orquidólogo paraense João Batista da Silva, que desenvolve pesquisas junto ao Museu Paraense Emílio Goeldi,em Belém. Ele participa do resgate das espécies e trabalha no mapeamento de suas principais características e particularidades.
De acordo com o orquidólogo, o trabalho desenvolvido pela MRN fornecerá informações valiosas para o futuro dos trabalhos de identificação botânica. “Durante o resgate das epífitas e o acompanhamento dessas plantas nas áreas de reflorestamento, conseguimos ver detalhes de adaptação e desenvolvimento que não seria possível ver em nenhum laboratório. Podemos ver espécies enraizadas às arvores após um mês de fixação, com florescimento em no máximo dois anos, o que levaria cinco anos em laboratório”, ressalta o orquidólogo. “Os resultados vão ficar em duas áreas, uma é a científica, já que estamos montando um banco de informações sobre as espécies. A outra é a satisfação em contribuir com o meio ambiente”, avalia.
Os próximos passos do projeto Manejo de Epífitas incluem a criação do banco de germoplasma das espécies, que será composto por uma coleção completa de sementes, ilustrações botânicas, coleção viva e catálogo fotográfico dos exemplares coletados pela MRN. “O Manejo de Epífitas e o monitoramento do reflorestamento geram informações que são amplamente divulgadas por pesquisadores, proporcionando assim que outros empreendimentos, agências governamentais e ONG’s possam aplicar a tecnologia desenvolvida pela MRN para recuperação de ambientes alterados por atividades humanas em área amazônica”, finaliza Gentil.
(Fonte: MRN)
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