Senadora pede hoje intervenção federal no Pará

No Amazônia:

A senadora Kátia Abreu (DEM-TO), atual presidente da Confederação Nacional da Agricultura (CNA), chega hoje a Belém para, em nome da entidade e da Federação de Agricultura no Pará (FAEPA), protocolar no Tribunal de Justiça do Pará pedido de intervenção federal no Estado. A solicitação de intervenção federal tem como objetivo exigir da governadora Ana Júlia Carepa o cumprimento de 111 pedidos de reintegração de posse atendidos pela Justiça do Pará em benefício de proprietários rurais que tiveram suas fazendas invadidas pelo Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST).
'Chegou ao limite! Está insuportável e insustentável ser produtor rural no Pará. A governadora não tem o direito de fazer isso com o Estado', protestou. A ação será protocolada às 13h e, em seguida, haverá uma coletiva com a imprensa, no próprio Tribunal de Justiça. Antes, com exclusividade, a senadora conversou com O LIBERAL e Amazônia e explicou as razões para tomar essa dura postura contra o governo petista do Pará. Confira a entrevista:

Há dois anos que o governo do Estado do Pará não convoca a Polícia Militar para fazer a reintegração de posse de terras invadidas. Esse pedido de intervenção federal no Estado, nesse momento, é por que a situação ficou insustentável?
Chegou ao limite. Não há mais como. É um exagero exorbitante que vem se acumulando ao longo dos anos, justamente por falta de posição. E no Pará, a situação é ainda pior devido ao relacionamento estranho do Governo do Estado com esses movimentos. É uma relação promíscua com o MST, de total leniência ao movimento, ao ponto de não obedecer a uma ordem judicial.

Antes de ser presidente da CNA, a senhora é senadora dos Democratas. Não há questões políticas envolvidas nesse pedido de intervenção no governo do PT?
Atitude política era se a governadora estivesse fazendo a parte dela e cumprindo. Eu, como senadora de oposição, mesmo que não fosse presidente da CNA, teria a mesma posição. Na condição de oposição, tenho a obrigação de fazer oposição responsável e fiscalizadora, mas ela está praticando uma ilegalidade, então isso não tira a legitimidade da minha atitude. Eu não estou questionando a eficiência ou a ineficiência da administração dela, eu estou julgando um ato ilegal.

É a senhora quem vai protocolar a ação contra o Governo do Estado?
Vou protocolar em nome da CNA e da Federação de Agricultura no Pará juntas. O ex-ministro do Supremo, Ilmar Galvão, foi nosso consultor inicial e agora deve ser o nosso advogado nessa ação. Vou pessoalmente protocolar na Justiça do Pará. Vou dar apoio aos meus produtores nesse momento e à Federação da Agricultura, e demonstrar a minha solidariedade diante de um momento tão difícil como esse.