Relato escrito pelo jornalista Edinaldo Sousa, do jornal "Opinião", um dos jornalitas que ficou refugiado na Fazenda Espírito Santo, durante o tiroteio de sábado:
Edinaldo Sousa
De Xinguara
Seis feridos durante confronto na Espírito Santo Confronto ocorrido na tarde do último sábado entre integrantes do MST e seguranças da fazenda Espírito Santo em Xinguara, sudeste do Pará, teve como saldo seis pessoas feridas. Os sem terra: Abidiel Aires Vilarindo, Antonio Rodrigues Sabóia, Leandro Ferreira Pinto, o Euclides, ou Índio e o vigilante de prenome Edivaldo que trabalha na empresa Marca. Estes dois últimos foram socorridos em avião fretado pela Agropecuária Santa Bárbara, empresa que administra as fazendas do banqueiro Daniel Dantas e levados para Marabá onde foram socorridos no Hospital Regional. O vigilante foi atingido no rosto e corria risco de perder a visão, enquanto o Índio foi alvejado no abdome. Este foi operado na noite de sábado e não corre risco de morte. O tiroteio se registrou no retiro São José por volta das 16h30.
Os seguranças aguardavam o retorno de uma equipe de jornalistas de Marabá, que tinha ido conversar com os sem terra para ouvir a versão deles em relação a dois episódios ocorridos nesta fazenda que seria o confisco de um caminhão e a matança de bois. Estes jornalistas seguiram para o acampamento “Vladimir Maiakóvisk”, montado na entrada da fazenda à margem da PA-150, desde o dia 28 de fevereiro. Neste momento os sem terra seguiam gritando palavras de ordem e marchavam em direção aos seguranças que estava no retiro São José.
Os repórteres foram impedidos de gravar imagens dos sem terra durante a caminhada até o retiro e alguns sem terra tomaram os equipamentos e somente próximo do retiro São José, devolveram os equipamentos. Pra piorar ainda mais a situação os jornalistas foram feitos de escudo humano, mas nenhum profissional de imprensa foi ferido.
Após a refrega, seguranças da Santa Bárbara apreenderam dois sem terra. Jerônimo Ribeiro Magalhães, 56 e José Leal da Luz, 23 anos. Ambos foram levados para a Deca de Marabá. Um rifle calibre 22 foi encontrado no palco do crime, após o tiroteio.
A mídia nacional cobriu o caso como se fosse uma emboscada dos seguranças. Em verdade os sem terra seguiam em marcha para este retiro e gritavam palavras de ordem dando a entender que estavam dispostos a enfrentar os seguranças da fazenda.
Os repórteres ficaram no meio do fogo cruzado. Um projétil passou entre o cinegrafista João Freitas e este repórter e atingiu a camionete do gerente desta fazenda, Oscar Booler.
O cinegrafista Felipe Almeida ficou no olho do furacão e por muito pouco não foi atingido pelos tiros.
Um comentário:
Sr Editor -
E isso é tratado como Movimento Social e ainda tem livre acesso e apoio dos Governos inclusive o Federal. Gente que anda armada, faz ordem unida, treinamento de guerrilheiro em selva, invasão, depredação, e até morte.
Aonde é que vamos parar?
Antenor Giovannini
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