No Amazônia:
A desgraça azulina saiu dos pés do meio-campista Michell, no final do primeiro tempo. Dessa vez, nem o Paredão conteve a superioridade alvinegra. Aquele pênalti definiu o campeão do segundo turno do Parazão, pois elevou ao extremo o nervosismo da equipe azulina e deu vigor ao São Raimundo. Acuado, o time da capital fraquejou e, agora, está fechado para balanço pelos próximos oito meses. Enquanto os remistas lamentam a derrota por 2 a 1, os santarenos comemoram o título inédito e as vagas na Série D do Brasileiro e na Copa do Brasil de 2010.
No início do segundo tempo, quando todos pensavam que o Leão voltaria determinado como uma equipe que necessitava da vitória, mais vexame. O setor ofensivo da Pantera chegou ao campo adversário sem marcação e aumentou o peso sobre as costas dos azulinos. Pantera 2 a 0. Assim como no primeiro jogo da final, a tríade formada por Michell, Garrinchinha e Luís Carlos Trindade é a principal responsável pela humilhação que os santarenos impuseram ao Remo no Colosso do Tapajós. Filho, Preto Marabá e Labilá, responsáveis pela defesa, trataram de anular os visitantes.
O Remo não se entregou. Dez minutos depois, Beto ainda renovou as esperanças do time com um gol, mas os jogadores azulinos definitivamente não entraram em campo conscientes de que o Leão estava com a corda no pescoço. E o São Raimundo, visivelmente o time mais bem articulado do campeonato, criou boas jogadas, manteve o domínio ao longo de toda a partida e, com a vitória, chegou às finais com chances de entrar para a história do Parazão. 'O São Raimundo não é como o Remo. Se for campeão, esse time vai ser lembrado por anos e anos', ressalta Michell.
Em campo, era a Pantera que jogava como um time grande. O único defeito da equipe santarena foi a falta de objetividade. Fora isso, o time armou-se e deu o bote quando bem entendeu. Dificilmente errava passes. O São Raimundo pressionou o Remo do início ao fim da partida e essa foi a tônica do jogo. A arrumação tática organizada pelo técnico Válter Lima deu mais resultado do que o estilo 'tudo ou nada' do time de Artur Oliveira que, só nos minutos finais, tentou fazer o que não fez ao longo de toda a partida: correr atrás da vitória.
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