O recado aos tucanos é direto e veio logo depois que o ex-governador Simão Jatene brindou com fartos salamaleques seu ex-correligionário e amigo, durante a solenidade de sagração do novo empresário do ano, Carlos Xavier, com raízes também no PMDB. O beija-mão de Jatene foi seguido por outras aves emplumadas (ou que assim se supõem) do PSDB. Se o gesto é sinal de aliança eleitoral, Jatene vai ser fustigado pelas armas estocadas pelos Maiorana: a candidatura alternativa do senador Mário Couto, o estímulo à bílis do ex-governador Almir Gabriel e todo tipo de baixaria, que retorna como atavismo ao jornal, que já foi o porta-voz do “baratismo”, inspirado nos hábitos nada republicanos do caudilho Magalhães Barata (cuja morte completou meio século no dia 29).
A outra ameaça é dirigida à petista Ana Júlia Carepa, que, a partir da semana passada, foi colocada à frente do “Meio Governo do Estado”, batismo da coluna Repórter 70 inspirado na ruidosa e ruinosa iniciativa da administração estadual de reduzir o expediente de uma máquina que, no horário regular, já funciona ruim, quando funciona. Os vastos e salientes defeitos do governo do PT, que vinham sendo colocados para debaixo do pano, sob o estímulo de extensa propaganda oficial, foram postos na vitrina dos veículos de comunicação do grupo Liberal, em função dos insistentes indicadores de uma nova tratativa para renovar o acordo com o PMDB jaderista.
Já não será suficiente para Ana Júlia abrir as burras do erário para fazer soar o caixa dos Maiorana, como já vinha fazendo: ela terá que se manter à distância de Jader, sob pena de enfrentar a fuzilaria do grupo. Os Maiorana acham que chegou a hora de eliminar seu maior inimigo. A questão é saber se esse alvo está ao alcance de suas armas, antes poderosas, hoje nem tanto.
Isso porque, do seu lado, o grupo de comunicação de Jader testa suas baterias atirando sobre os petistas para dar uma idéia do que poderá acontecer se cederem à pressão dos adversários políticos e concorrentes comerciais. A capacidade de influência dos Maiorana através da televisão é muito maior, mas a relação se altera, embora sem uma inversão igual, quando se trata da imprensa escrita, já que o alcance do Diário se tornou maior do que o de O Liberal.
Se ainda não dá para prever quem sairá ganhando nesse cabo de força, dá para prever: a eleição de 2010 vai feder. Aliás: já está fedendo.
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