Há anos os governantes do Pará repetem o mesmo refrão: o Estado tem um “déficit” de 400 mil moradias. Na retórica oficial, o número não cresce, nem diminui. Mas no mês passado, ao sair com o presidente da Vale, Roger Agnelli, de uma audiência com o presidente Lula, em Brasília, a governadora Ana Júlia anunciou que, finalmente, o “déficit” diminuirá.
Durante a gestão petista, em pelo menos 15%, ou 60 mil casas. De imediato, porém, o governo do Estado cedeu 30% de sua parte no programa “Minha Casa, Minha Vida” para a antiga estatal construir moradias em seis municípios situados na sua área de influência, em torno da província mineral de Carajás. Vai atender, é claro, seus funcionários, dependentes e agregados dos empreendimentos que mantém nessa região.
Os recursos virão dos cofres estaduais e federais, parte deles a fundo perdido e a outra parte a custo abaixo do mercado. A Vale, através da sua fundação, entrará com os projetos e a administração. E faturará o lucro e os dividendos da iniciativa. O Pará continua a ser um negócio da China para a ex-CVRD.
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