Com alguma discrição, a “Folha de S.Paulo” noticia neste sábado que a Confederação Brasileira de Futebol recebeu na sexta-feira, 10, um ofício da Fifa “afirmando que não irá mais permitir mensagens religiosas em comemorações de jogadores durante suas competições”.
A notícia, em duas notas curtas na seção Painel FC, se completa com a informação que a Fifa, “detectou” ter ocorrido “propaganda religiosa no caminho para a tribuna de honra após a seleção vencer a Copa das Confederações”.
O recebimento do ofício da Fifa se dá menos de duas semanas após a partida decisiva, contra os Estados Unidos, concluída com um culto religioso no centro do gramado, sob a liderança do zagueiro e capitão Lucio.
Dois dias depois da partida, o jornal “O Estado de S.Paulo” informou que a atitude da seleção brasileira havia provocado reclamações de entidades filiadas a Fifa, como a Associação Dinamarquesa de Futebol, e também críticas na imprensa britânica.
Na ocasião, o jornalista Jamil Chade escreveu: “A Fifa confirmou ao ‘Estado’ que mandou um alerta à Confederação Brasileira de Futebol (CBF) pedindo moderação na atitude dos jogadores mais religiosos, mas indicou que por enquanto não puniria os atletas, já que a manifestação ocorreu após o apito final.”
Um texto publicado neste blog, Fervor religioso nos gramados causa constrangimento, gerou quase 400 comentários – muitos deles negativos. Um grande número de comentaristas enxergou no texto uma crítica à liberdade de expressão religiosa, quando, na verdade, o que está em discussão é a propaganda e o proselitismo religioso em espaços públicos frequentados por pessoas de diferentes credos.
O ofício da Fifa avança em relação ao alerta de duas semanas atrás e, tudo indica, gerará uma reação em cadeia. A principal conseqüência, imagino, será a proibição aos jogadores de exibir em campo, mesmo depois dos jogos, camisas com inscrições religiosas, como as usadas por Lucio, Kaká e cia depois da final da Copa das Confederações.
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