segunda-feira, 27 de julho de 2009

Lúcio Flávio Pinto: Quando a reportagem cruza com a história

Escrevi este texto para minha apresentação durante o 4º Congresso Internacional de Jornalismo Investigativo, em São Paulo, entre 9 e 11 de julho, ao qual não pude comparecer, atado aos processos judiciais em Belém.
Devo à sensibilidade dos dirigentes da Abraji (Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo) o melhor tema que já me foi proposto desenvolver, sobre a relação da minha vida com a história contemporânea da Amazônia. Meu maior patrimônio profissional resulta de ter estado no lugar certo na hora certa na Amazônia durante duas décadas, pelo menos até o final dos anos 80 do século passado. Exatamente, até 1989. Por que justamente nesse ano? Porque foi quando pedi demissão de O Estado de S. Paulo, onde trabalhei por 18 anos seguidos. Até dois ou três anos antes dessa data, nenhuma proposta minha de viagem foi recusada ou sequer posta em questão pela sede paulistana. Fui aonde quis, pelos dias que quis, até que se consumou a destruição de uma das místicas que constituíam o encanto do jornal mais influente do Brasil.
Orgulho-me de ter estado na origem do compromisso que o Estadão assumiu com a sorte da última grande fronteira de recursos naturais do país – e do mundo. Esse compromisso começou a ser tecido no início de 1971. Num dos movimentos pendulares que então fazia entre o Sul Maravilha e a Jungle, decidi mais uma vez voltar a Belém. Ia interromper meu curso na Sociologia e Política, a mais antiga das escolas de ciências sociais do país, para atender ao chamado da selva, que ecoava pelas minhas entranhas de caboclo – caiado de europeu – das margens alvas do mais belo rio do planeta, o Tapajós. A Transamazônica avançava e a Amazônia encolhia, desaparecia. Era preciso ver, ouvir, ecoar, propagar.

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