segunda-feira, 13 de julho de 2009

“Não prevejo que os jornais serão extintos”, diz editor-executivo do NYT


Da Redação do Comunique-se

“Não prevejo que os jornais serão extintos”. Essa é a análise do editor-executivo do New York Times, Bill Keller. Em entrevista ao Jornal do Brasil, o responsável por uma das Redações mais prestigiadas do mundo reconhece que o setor passa por dificuldades, que “alguns jornais vão morrer”, mas acredita que o negócio não deixará de existir.

“Não prevejo que os jornais serão extintos. Existe demasiada exigência de qualidade no jornalismo e a oferta está, infelizmente, diminuindo. Alguns jornais vão morrer, é claro – na verdade, jornais têm morrido nos últimos 20 ou 30 anos. (...) Mas eu espero que jornais impressos sejam viáveis nos próximos anos e que o jornalismo online comece a se pagar”, disse.

Segundo Keller, a versão impressa do New York Times perdeu receita publicitária com a recessão, mas os ganhos com circulação aumentaram porque os “leitores estão dispostos a pagar um preço substancial por um jornalismo de qualidade”. Além disso, afirma que o jornal está buscando formas de cobrança dos usuários pelo conteúdo na Internet.

“Até agora, para nós, o modelo de negócios online tem sido principalmente de publicidade (...). Mas estamos dando cuidadosa atenção ao estudo para achar formas diferentes de cobrança dos usuários por nosso conteúdo. Você verá algumas decisões sobre o assunto antes do fim do verão, eu acho”, adiantou.

A queda de receitas fez com que o New York Times reduzisse os custos de produção, ou seja, demitisse funcionários. O número de profissionais da Redação diminuiu de 1.350 para 1.250. Contudo, Keller não vê uma queda na qualidade. Ele explica que, mesmo com o corte, o jornal ainda possui a maios equipe jornalística dos Estados Unidos. Além disso, áreas críticas de cobertura, como as sucursais estrangeiras e de Washington e as equipes de política e economia, não foram reduzidas.

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