Da ESPN Brasil
O atletismo brasileiro continua afundado no doping. Depois do escândalo do início de agosto, quando cinco atletas testaram positivo e foram excluídos do Mundial de Berlim, desta vez três novos casos foram identificados, todos no Sul-Americano de Lima, no Peru, disputado de 19 a 21 de junho. Pior, o novo escândalo põe em cheque três técnicos da elite do esporte no país. Mestre da campeã olímpica Maurren Maggi, Nélio Moura viu seu pupilo Leonardo Elisiário dos Santos ser apanhado com anabolizante. O atleta do salto triplo e da equipe Rede participou do Mundial, na Alemanha.
Outro flagrado é João Gabriel Santos Souza, do salto com vara, da equipe BM&F e auxiliado por Elson Miranda, treinador da saltadora Fabiana Murer. Ele usou uma incomum combinação de substâncias: boldenona e exemestane. A primeira é encontrada em produtos veterinários, normalmente utilizada em remédios para cavalos; a segunda atenua os efeitos colaterais da primeira. Um deles é o aumento da mama.
Fechando a lista de mais uma vergonha do atletismo nacional, Fernanda Gonçalves, que também compete pela BM&F, testou positivo para as mesmas substâncias de João Gabriel, raramente detectadas e que só aparecem em exames se injetadas. Ela, formada em nutrição, é treinada por Neilton Moura, um dos mais respeitados e conceituados profissionais do país.
Procurados pela reportagem da ESPN Brasil, atletas e técnicos não se manifestaram. Rafael Trindade, médico brasileiro responsável pela coleta do material do Sul-Americano, também preferiu o silêncio. A única certeza até o momento é que Fernanda Gonçalves pedirá a contraprova ao laboratório de Montreal, no Canadá.
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