Finalmente uma importante questão técnica da área de energia chegou aos ouvidos da governadora e ela a expôs de público. Ana Júlia Carepa disse ao ministro de Minas e Energia, Edison Lobão, em Brasília, que de pouco adianta o Pará aumentar sua geração de energia se esse incremento não pode beneficiar toda a sua população, dispersa num território do tamanho da Colômbia, nem atrair indústrias para transformar suas riquezas naturais, sobretudo os minérios. O Pará é o 3º maior exportador de energia bruta do país. E vai continuar crescendo, se depender do governo federal, que tenta viabilizar as novas hidrelétricas de Belo Monte (com 11 mil megawatts) e o complexo do Tapajós (12 mil MW).
A governadora reivindicou alterações no cálculo da Tarifa de Uso do Sistema de Transmissão (TUST), para que os grandes consumidores sejam atraídos e recompensados por estarem instalados ou vierem a se instalar às proximidades das maiores usinas de geração de energia. Ela defendeu também medidas de estímulo à participação das empresas que produzem energia para seu próprio consumo (os chamados autoprodutores) nos consórcios que participam dos leilões de energia, especialmente os de grandes empreendimentos.
A posição de Ana Júlia significou um avanço em relação à sua imobilidade anterior, mas as teses que apresentou não constituem qualquer novidade no debate travado à margem do poder. A novidade seria se ela apresentasse propostas concretas para ir além dessa discussão. Providências para colocar em prática as teses sustentadas, quando elas realmente favorecem o progresso do Estado e não apenas de mais meia dúzia de empreendimentos.
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